Em dez anos o número de explorações agrícolas diminuiu em 27%, ou seja uma em cada quatro cessou actividade. De acordo com o recenseamento agrícola de 2009 divulgado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), em 2009 foram recenseadas 305 mil explorações agrícolas, menos 111 mil que em 1999.
De acordo com o INE o desaparecimento das pequenas explorações com menos de um hectare (10.000 m2) atingiu os 41%, baixando para os 24% nas unidades produtivas entre um e cinco hectares. Em contrapartida o número de explorações com mais de 100 hectares registou um aumento na ordem dos 6%. O desaparecimento das pequenas explorações é explicado pelo INE, em parte, pela absorção das respectivas superfícies pelas explorações de maior dimensão.
A dimensão média por exploração passou dos 9,3 hectares, em 1999, para os 12 hectares, dez anos depois, mas é muito variável, de acordo com as regiões. Por exemplo, no Alentejo representam uma dimensão média de 51 hectares, enquanto que no Norte e Centro não ultrapassam os seis hectares e a Madeira regista o valor mais baixo 4.000 m2.
È também o Alentejo que mais contribui para o valor da produção total com 32%, sendo que esse valor é de 4,6 mil milhões de euros, seguindo-se a região Centro com 30%. Mais de dois terços das explorações efectuam monocultura.
Quanto á população e mão-de-obra agrícolas em 2009 totalizavam cerca de 793 mil pessoas, aproximadamente 7% da população residente e menos 36% da população agrícola recenseada em 1999.
Portugal tem dos produtores mais idosos da União Europeia em que 48% ultrapassam os 65 anos de idade. Na União Europeia cerca de 27% dos produtores tem mais de 65 anos. Em França representam apenas 13%, e na Alemanha, Áustria e Finlândia menos de 10%.
Os trabalhadores agrícolas sem serem familiares, no qual se incluem os trabalhadores permanentes e eventuais, contribuíram com apenas 20% do volume de trabalho agrícola em Portugal.
Comentário: O poder político diz que quer dinamizar a agricultura mas face ao enunciado não estou a ver como pelos seguintes motivos: falta de mão-de-obra mais nova, a maioria das propriedades rurais são muito divididas e de pequena dimensão o que dificulta o emparcelamento, a maioria das grandes superfícies esmaga os preços ao produtor o que dificulta a sua sobrevivência para além de pagar a 90 dias ou mais aos fornecedores e os seus produtos colocados à venda serem maioritariamente importados.
A agricultura para se desenvolver em Portugal teria que se rejuvenescer com gente jovem portuguesa ou então importarmos mão-de-obra estrangeira, o estado devia tentar proceder ao emparcelamento das propriedades e comprá-las aos proprietários que as tem ao abandono colocando-as de novo à venda para privados e devia dar incentivo e prioridade ao cultivo de produtos no qual o nosso território é favorável demarcando regiões (cereja, queijo, azeite, azeitonas, vinho, vinho espumante, castanha, cortiça, tomate etc.). Devia-se também proceder a uma segmentação de mercado no ramo alimentar para se poder exportar e sermos mais competitivos para além de ser preciso introduzir novas tecnologias nas culturas.
A independência alimentar de um País representa a sua soberania.
Sem comentários:
Enviar um comentário