terça-feira, 31 de janeiro de 2012

O CLAN DUARTE LIMA E O POLVO LARANJA

1- A partir de 2008 torna-se evidente que a operação Face Oculta foi redireccionada pela investigação e pelos Media para passar a visar principalmente Sócrates. Era preciso derrubar Sócrates e mudar de governo, porque havia gigantescos interesses em jogo e, em particular,o caso BPN prometia dar cabo do PSD.


2. Das fraudes do BPN ignora-se ainda hoje a maior parte. Trata-se de uma torrente de lama inesgotável, que todos os nossos Media evitam tocar.

3. O agora falado caso IPO/Duarte Lima, de que Isaltino também foi uma peça fulcral, nem foi sequer abordado durante o Inquérito Parlamentar sobre o BPN, inquérito a que o PSD se opôs então com unhas e dentes, como é sabido. A táctica então escolhida pelo polvo laranja foi desencadear um inquérito parlamentar paralelo, para averiguar se Sócrates estava ou não a «asfixiar» a comunicação social! Mais uma vez, uma produção de ruído para abafar o caso BPN e desviar as atenções.

4. Mas é interessante examinar como é que o negócio IPO/Lima foi por água abaixo.

5. Enquanto Lima filho, Raposo e Cia. criavam um fundo com dezenas de milhões , amigavelmente cedidos pelo BPN de Oliveira e Costa, Isaltino pressionava o governo para deslocar o IPO para uns terrenos de Barcarena, concelho de Oeiras. Isaltino comprometia-se a comprar os terrenos (aos Limas e Raposo, como sabemos hoje) com dinheiro da autarquia e a «cedê-los generosamente» ao Estado para lá construir o IPO. Fazia muito jeito que fosse o município de Oeiras a comprar os terrenos e não o ministério da Saúde, porque assim o preço podia ser ajustado entre os amigos vendedores e compradores, quiçá com umas comissões a transferir para a Suíça.

6. Duarte Lima tinha sido vogal da comissão de ética (!) do IPO entre 2002 e 2005, estava bem dentro de todos os assuntos e tinha óptimas relações para propiciar o negócio. Além disso, construiu a imagem de homem que venceu o cancro, história lacrimosa com que apagava misérias anteriores. O filho e o companheiro do PSD Vítor Raposo eram os escolhidos para dar o nome, pois ao Lima pai não convinha que o seu nome figurasse como interessado no negócio.
7. Em Junho de 2007 Isaltino dizia ainda que as negociações para a compra dos terrenos em causa estavam "em fase de conclusão" (só não disse nunca foi a quem os ia comprar, claro). E pressionava o ministro da Saúde: "Se se der uma mudança de opinião do governo, o cancelamento do projecto não será da responsabilidade do município de Oeiras."
8. Como assim, "mudança de opinião do governo"?

9. Na verdade, Correia de Campos apenas dissera à Lusa que o governo encarava a transferência do IPO para fora da Praça de Espanha e que estava a procurar um terreno, em Lisboa ou fora da cidade, para esse efeito. Nenhuma decisão tinha sido tomada, nem nunca o seria antes das eleições para a Câmara de Lisboa, que iam realizar-se pouco depois, em Julho de 2007.
10. No decorrer do ano de 2007, porém, a Câmara de Lisboa, cuja presidência foi conquistada por António Costa, anunciou que ia disponibilizar um terreno municipal para a construção do novo IPO no Parque da Bela Vista Sul, em Chelas, Lisboa. Foi assim que se lixou o projecto Lima-Isaltino: o ministro Correia de Campos não cedeu às pressões de Isaltino e a nova Câmara de Lisboa pretendia que o IPO se mantivesse em Lisboa. Com Santana à frente da autarquia e um ministro da Saúde do PSD teria tudo sido muito diferente. E os Limas e Raposos não teriam hoje as chatices que se sabe. E Duarte Lima até talvez já tivesse uma estátua no Parque dos Poetas do amigo Isaltino.
11. Sabemos como, alguns meses depois deste desfecho, o ministro Correia de Campos foi atacado por Cavaco no discurso presidencial de Ano Novo, em 1 de janeiro de 2008. Desgostado com as críticas malignas do vingativo Presidente, Correia de Campos pediu a sua demissão ainda nesse mês. Não sabemos o que terá levado Cavaco a visar dessa maneira um ministro do governo Sócrates, por sinal um dos mais competentes. Que Cavaco queria a pele de Correia de Campos, foi bem visível. Ele foi a causa do fracasso do projecto do IPO/Oeiras e dos prejuízos causados ao clan do seu amigo Duarte Lima e ao polvo laranja .
É bem possível que essa tenha sido a razão.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

NOURIEL ROUBINI – A EUROPA PRECISA DE FLEXIBILIZAÇÃO MONETÁRIA MASSIVA

A Europa precisa de "flexibilização monetária massiva" para sair da sua crise da dívida, caso contrário, a Grécia provavelmente vai abandonar o euro em um ano e meio, disse o famoso economista Nouriel Roubini numa entrevista no Fórum Económico mundial a decorrer em Davos na Suiça..
"A Grécia vai ser o primeiro país a reestruturar a sua dívida, mas eu não acho que vá ser o último".
O Banco Central Europeu tem de agir rapidamente com a "flexibilização monetária massiva" para evitar um agravamento da crise e as medidas de austeridade devem ser travadas, com o euro a precisar de ser 20 por cento ou mesmo 30 por cento mais fraco para ajudar as economias da zona euro.
"Há uma grave recessão na periferia da zona do euro". “Menos austeridade, mais crescimento, isso são as necessidades de hoje na zona euro."
“A saída ou não de aumento dos impostos nos EUA será um passo importante na campanha eleitoral presidencial, porque a economia americana está ameaçada pela desaceleração do crescimento mundial e da recessão em algumas partes”.
"Não há separação real... há uma recessão agora na zona da periferia do euro".
"Há uma recessão em toda a Europa, o crescimento dos EUA está muito anémico. Existe também uma desaceleração agora na China".
Há muitos problemas na zona euro, como a elevada dívida pública e as contas correntes de alguns países, salientou Roubini.
"Estes não serão resolvidos pela emissão de dinheiro do BCE".”Os problemas são fundamentais que vão levar anos para se resolverem... e agora o contágio se espalhou."
Dados divulgados pelo governo do Reino Unido mostram, a aproximação do país a uma recessão de duplo mergulho.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) reduziu suas estimativas para o crescimento económico mundial e advertiu que a crise da dívida da zona euro estava a atravessar uma "fase nova e perigosa."

domingo, 29 de janeiro de 2012

PROCURAM-SE POLÍTICOS SÉRIOS (SE É QUE EXISTEM)

Afinal a política e o VOTO DO POVO ainda assustam o capital. Veja-se o caso da Grécia que conforme os problemas existentes e os seus desenvolvimentos no País influenciam os mercados financeiros para além do que se passa a nível global. Os gregos estão convencidos de que o mundo inteiro se uniu para os tramar, mas é o mundo inteiro que está tramado porque eles chegaram onde chegaram e nós andamos lá perto para além de outros países os tão proclamados (PIIGS). A culpa não é exclusivamente nossa. É até mais do sistema de usura que assenta o financiamento das economias. Adiante, conhecíamos as regras e fizemos asneira ao colocar-nos nas mãos dos usurários (quem empresta dinheiro). Agora, nós e os Gregos para além dos países (Irlanda, Espanha, Itália), temos de pagar o que devemos e exigir líderes capazes de mudarem as regras.
Nós, que tão mal dizemos dos políticos de uma forma geral, temos que exigir que o primado da política volte a prevalecer. São precisas lideranças nos países que, executando em nome do POVO que os elegeu, saibam exigir do capital respeito por quem trabalha. É bem mais fácil do que parece. Acabem com os paraísos fiscais, regulem e fiscalizem como deve ser actividade financeira eliminando sobretudo os intermediários na alocação de capital que não tem escrúpulos nenhuns recebendo bónus chorudos pelas transacções financeiras efectuadas não ligando nenhuma às garantias que são necessárias haver e separação da actividade bancária (comercial, investimento). Garantam no fundo, que quem empresta dinheiro ganhe dinheiro mas sem usura (cobrança de taxa de juros excessiva).
Precisamos de líderes mundiais que falem e decidam em nome do povo, que não se acobardem perante a força do sistema financeiro. Mas este caminho nunca poderá ser feito colocando uns contra os outros. Se quem gere o capital tem de mudar de vida, também quem precisa desse capital, e tem de o pedir emprestado, vai ter de mudar de vida. Utilize-se o capital para a criação de riqueza e não para a especulação alimentando os intermediários financeiros cujo ramo de activade foi a que mais cresceu a nível nacional e mundial. O capital reprodutivo é odiado da mesma forma que o capital especulativo, mas na verdade quem investe capital na produção é tão vitima de usura como o povo trabalhador. Os empresários, por esse mundo fora, não retiram prazer da necessidade de reduzirem os custos de produção para compensarem as consequências do aumento dos custos de capital.
Vivemos hoje uma extrapolação de ganhos com a dívida soberana dos países mas esse fenómeno é fácil de explicar porque a capital gira em torno de cinco variáveis principais (imobiliário, acções, obrigações, commodities e arbitragem financeira). Como os mercados tem ciclos de duração e os dois primeiros estão em crise logo o dinheiro circula principalmente em obrigações (dívida) e commodities (petróleo, ouro, algodão etc).
Finalizando cada vez que um Banco Central manda imprimir dinheiro são os povos (PAÍSES) que ficam endividados nomeadamente os que estão ligados a esse Banco.

António Batista

sábado, 28 de janeiro de 2012

FU YING - RISCO DE COLAPSO NA ZONA EURO SEM COOPERAÇÃO

A zona do euro pode entrar em colapso se os países membros não trabalham em conjunto para resolverem a crise da dívida, mas a China tem o prazer de ver que a Alemanha e a França estão a cooperar para evitar esse risco, disse numa entrevista o vice-ministra chinesa dos negócios estrangeiros para a Europa Fu Ying.
Os líderes da China, incluindo o primeiro-ministro Wen Jiabao, têm repetido e expressado confiança na zona euro, embora as autoridades e os comentários da imprensa também tenham refletido ansiedades sobre as perspectivas económicas da Europa.
O principal jornal oficial China comparou a crise da dívida da zona do euro como peste negra.
Falando a uma revista alemã na semana passada, a Vice-Ministra chinesa dos Negócios Estrangeiros Fu Ying, disse que os problemas do euro tinham sido objecto de tema de discussão com os seus colegas.
"Ainda que o Ocidente esteja a passar por dificuldades, a Europa e os Estados Unidos têm triunfado sobre muitas dificuldades no passado".
"O que possa acontecer na economia do Ocidente terá um impacto próximo na China. O nosso nível de interdependência é muito alto, e os danos para o Ocidente, não significam ganhos da China. Estamos todos no mesmo barco. Estamos certamente preocupados com as dificuldades económicas do Ocidente.
"Recentemente eu e os meus colegas temos discutido o futuro da União Europeia".
"O ponto de vista básico de todos é que se os países europeus puderem lado a lado resolver os problemas, a UE continuará a progredir e continuará a integração ainda mais, caso contrário, a zona euro pode entrar em colapso", acrescentou.
Cerca de um quarto das reservas da China em moeda estrangeira mais de US $ 3 triliões dólares são detidas em activos em euros, estimam os analistas.
Dos 27 membros constituintes do bloco da UE a China é o maior parceiro comercial, com o comércio bilateral de mercadorias em 2010 a atingir € 395.000.000.000 (570.000.000.000 dólares), uma subida de 13,9 por cento, de acordo com estatísticas da UE. As exportações chinesas para a UE chegaram a 281.900.000.000 € em 2010, um aumento de 18,9% em 2009.
Os problemas económicos da UE também levaram a agitação política e social em alguns Estados membros.
Mas Fu disse que não estava preocupada com a estabilidade política na China caso a crise se espalhe para lá.
"Quando os governos ocidentais sofrem crises económicas, devemos preocupar-nos com o nosso próprio sistema político? Então por que deveríamos ter essas preocupações?" perguntou ela.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

LATADAS

Nestas linhas não irei falar da famosa “latada “estudantil mas sim da grande “lata”que muita gente tem tido, pelo nosso país fora. Referir-me, claro está, a muitos socialistas, que têm vindo a público criticar a alegada falta de “isenção” das nomeações feitas pelo actual governo.
Ora, Socialistas criticarem nomeações por filiação partidária, seria mais ou menos como Elton John chamar “gay” a alguém em tom de gozo!
Mas haverá limite para a lata destas pessoas? Não terão noção do ridículo? Ou achariam que só o PS é que tem direito a “boys” e que estes são insubstituíveis independentemente do que façam?
Chegam ao ponto de ter o descaramento de pôr em causa a competência e/ou adequação das pessoas ao lugar para o qual são nomeadas. Mas, não terão memória do que fizeram no passado (ainda bem recente)?
Por exemplo, Fernando Gomes na GALP! Percebia alguma coisa de combustíveis (ou do que quer que fosse)? Armando Vara na Caixa geral de Depósitos e mais tarde no BCP. Era “expert” no assunto ou apenas percebia de robalos?
Mas se pela competência não têm onde pegar, falam nos salários que irão auferir. E aí se percebe a “fúria” socialista que pede ao governo para acabar imediatamente com as nomeações! É que por cada “boy” socialista que é substituído, fica-se a saber quanto esse “boy” auferia de rendimento e rapidamente se chega à conclusão do porquê de grande parte das dívidas do Estado! É que havia muitos a auferir rendimentos que, na situação actual do país, deixam qualquer pessoa indignada! A mais caricata resposta que vi nos últimos dias, de um conhecido socialista, foi a de que “nessa altura era normal” ganhar “esses valores mas agora é ultrajante”! Estaria a gozar? Pois, só que à custa do que se pagava “nessa altura”, como ele dizia, é que agora temos de pagar a dívida que temos! Conclusão, para o Partido Socialista, se o PSD faz nomeações, é um ultraje! Mas se forem nomeações do PS, é fazê-las em catadupa, com ordenados milionários e é tudo normal e correcto! Haja lata! Esquecem-se é de, por exemplo, falar dos casos em que os “nomeados” actuais vão auferir menos de ordenado do que os seus “antecessores” socialistas, pois já existe novo regime de vencimentos para gestores públicos. Isso não interessa falarem?
Interessa é dar a conhecer o valor anteriormente pago e dar a entender que é o que os “novos empossados” vão ganhar, para ver se o povo mal-informado se revolta de igual modo que os “desempossados” das referidas funções! Mais uma vez, se a lata e descaramento pagassem impostos, aí sim, o Partido Socialista acabava com a dívida portuguesa num piscar de olhos! É que se existe alguém “expert” em nomeações, é precisamente o PS! Ou já se esqueceram que, inclusive, a expressão “jobs for the boys” surgiu no tempo de António Guterres? Para os lados do Largo do Rato devem andar muitos telhados de vidro a estilhaçarem-se.
Outro assunto que tem dominado a actualidade e houve quem me pedisse para comentar, prende-se com a Maçonaria. Mas falar sobre homens de avental é algo que, como diria um certo jovem, “a mim não me assiste”! Logo, voltando ao assunto inicial,espero é que quem continue a ter a lata de criticar como tem feito, se remeta a uma singela lata de sardinhas e não a uma caixa cheia de robalos!

NUNO DUARTE M. FIGUINHA (artigo publicado no Jornal Povo da Beira)

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

INCUMPRIMENTO DA DÍVIDA SOBERANA GREGA NÃO VAI IMPEDIR O CONTÁGIO

Mesmo que a Grécia entre em incumprimento nos próximos meses, a crise da dívida na zona do euro permanecerá sem solução, especialmente se qualquer incumprimento for desordenado.
"Estas conversas são sobre os credores privados. Ninguém está a escrever a parte (da dívida da Grécia) que o (Banco Central Europeu) possui, o que deixa o rácio da dívida em relação ao PIB para a Grécia em 120% no melhor cenário dos casos. É preciso haver uma contabilidade muito melhor da dívida grega que está debaixo da mesa, e ela tem que ir em todas as áreas ", disse Marc Ostwald, (estratega de mercado) da Monument Securities.
Ostwald acrescentou que um incumprimento ordenado é o cenário mais provável, mas disse que um incumprimento não controlado não poderia ser desprezado.
"Um incumprimento ordenado, a curto prazo é o cenário mais provável, mas essa situação não vai desaparecer. Podemos obter um incumprimento forte no espaço de tempo 3-6 meses", acrescentou Ostwald.
Bob Parker, economista do Credit Suisse, foi igualmente pessimista sobre a situação a longo prazo na Europa.
" No momento existem duas falhas fundamentais na zona do euro. Em primeiro lugar, a falta de vontade política para adicionar fundos para o fundo de resgate europeu. Em segundo lugar, onde está a estratégia de crescimento na Europa?".
Mais acrescentou que a zona euro seria beneficiada por um euro mais fraco por causa de sua estratégia de crescimento ser fraca.
Gustavo Bagattini, economista do RBC (Royal Bank of Canadá), acrescentou que o quadro macroeconómico piorou o que prejudicaria os efeitos positivos da gestão da dívida a curto prazo.
"Nós não estamos ainda completamente fora da floresta, e temos o cenário macroeconómico como pano de fundo a tomar um rumo para o pior, estaremos provavelmente em recessão neste trimestre.

KENNETH ROGOFF - A EUROPA ESTÁ LONGE DE UMA SOLUÇÃO



quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

PORTUGUESES QUEREM FICAR NA ZONA EURO (POR ENQUANTO)

Cerca de 70% dos portugueses defendem que Portugal deve permanecer na zona euro. No entanto apenas metade considera que a adesão à União Europeia foi positiva e só 36,5% concorda com as medidas de austeridade impostas por Bruxelas.
De acordo com o estudo de opinião realizado pela empresa Eurosondagem para o Instituto Europeu da Faculdade de Direito de Lisboa, 69,9 % dos inquiridos afirmaram que se sentem europeus e 73,8% responderam afirmativamente quando questionados sobre se Portugal deveria continuar no euro. Apesar da maioria defender a permanência na zona euro, só 36,5% disseram concordar “com as políticas de austeridade exigidas pela TROIKA”, enquanto pouco mais de metade (52,5%) responderam não a esta questão. Paralelamente, 53,6% defendem que “os actuais poderes da União Europeia” não são “adequados para lidar com a crise”.
Questionados acerca da adesão de Portugal à CEE, 50,5% dos inquiridos considera que foi uma atitude positiva, contra os 34,9% que consideram que não foi uma decisão acertada.
Segundo a ficha técnica, o estudo de opinião foi feito entre 15 e 17 de Novembro de 2001, através de entrevistas telefónicas. O universo é a população portuguesa com 18 anos ou mais, residente em Portugal Continental e os resultados baseiam-se em 1.010 entrevistas. O erro máximo da amostra é de 3%.

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

NOURIEL ROUBINI - REMENDO É ILUSÃO TRAÇADA FRACA

O influente economista Nouriel Roubini prevê que os EUA e outras economias avançadas terão uma "recessão grave".
"Os dados recentes da América têm sido maus: houve pouca criação de emprego, fraco crescimento e produção industrial assim como insípido consumo. A compra de habitação permanece deprimida. A confiança do consumidor, dos empresários, e investidores foi caindo, mas agora vai cair ainda mais. “Na zona euro disse Roubini as economias periféricas estão a contrair-se, enquanto o resto dificilmente irá crescer e no Reino Unido é nula.
"Ainda pior, os principais indicadores da produção mundial estão a diminuir drasticamente, tanto nas economias emergentes, como a China, Índia e Brasil, e países orientados para a exportação ou ricos em recursos como a Alemanha e a Austrália".
"A decisão equivocada da Standard and Poor’s para a baixa de notação dos EUA num momento de turbulência do mercado, e fraqueza económica só aumenta as possibilidades de um duplo mergulho e até mesmo maiores deficits fiscais. "
"As esperanças de flexibilização quantitativa serão limitadas pela inflação que está bem acima dos níveis atingidos em todo o Ocidente". A Reserva Federal provavelmente vai começar uma terceira ronda de flexibilização quantitativa, mas será um pouco tarde demais. "
Roubini acredita que a melhor aposta para aqueles que ainda podem pedir é introduzirem novas medidas de estímulo a curto prazo, enquanto se comprometem com a austeridade a médio prazo. "O rebaixamento dos EUA irá acelerar a procura de redução fiscal, mas a América em particular, deve comprometer-se a olhar para cortes significativos no médio prazo, e não um imediato arrasto fiscal que vai piorar o crescimento e os deficits."
"Uma vez que esta é uma crise de solvência, bem como de liquidez, ordenadamente a reestruturação da dívida deve começar".
"Isto significa ao longo da mesa redução da dívida hipotecária para a metade ou menos das famílias dos Estados Unidos que estão debaixo “de água”, e fianças interiores para os credores dos bancos em perigo."

PORTUGAL NECESSITARÁ DE SEGUNDA AJUDA FINANCEIRA PORQUE NÃO TERÁ ACESSO AOS MERCADOS EM 2013


segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

VERSÃO PORTUGUESA DA CIGARRA E A FORMIGA

A formiga trabalha durante todo o Verão debaixo de Sol. Constrói a sua casa e enche-a de provisões para o Inverno. A cigarra acha que a formiga é burra, ri, vai para a praia, bebe umas bejecas, vai ao Rock in Rio e deixa o tempo passar.
Quando chega o Inverno a formiga está quentinha e bem alimentada. A cigarra, cheia de frio, organiza uma conferência de imprensa e pergunta porque é que a formiga tem o direito de estar quentinha e bem alimentada enquanto as pobres cigarras, que não tiveram sorte na vida, têm fome e frio. A televisão organiza emissões em directo que mostram a cigarra a tremer de frio e esfomeada ao mesmo tempo que exibem vídeos da formiga em casa, toda quentinha, a comer o seu jantar com uma mesa cheia de coisas boas à sua frente. A opinião pública tuga escandaliza-se porque não é justo que uns passem fome enquanto outros vivem no bem bom. As associações anti pobreza manifestam-se diante da casa da formiga. Os jornalistas organizam entrevistas e mesas redondas com montes de comentadores que comentam a forma injusta como a formiga enriqueceu à custa da cigarra e exigem ao Governo que aumente os impostos da formiga para contribuir para a solidariedade social.
A CGTP, o PCP, o BE, os Verdes, a Geração à Rasca, os Indignados e a ala esquerda do PS com a Helena Roseta e a Ana Gomes à frente e o apoio implícito do Mário Soares organizam manifestações diante da casa da formiga.
Os funcionários públicos e os transportes decidem fazer uma greve de solidariedade de uma hora por dia (os transportes à hora de ponta) de duração ilimitada. Fernando Rosas escreve um livro que demonstra as ligações da formiga com os nazis de Auschwitz. Para responder às sondagens o Governo faz passar uma lei sobre a igualdade económica e outra de anti descriminação (esta com efeitos retroactivos ao princípio do Verão).
Os impostos da formiga são aumentados sete vezes e simultaneamente é multada por não ter dado emprego à cigarra. A casa da formiga é confiscada pelas Finanças porque a formiga não tem dinheiro que chegue para pagar os impostos e a multa. A formiga abandona Portugal e vai-se instalar na Suíça onde, passado pouco tempo, começa a contribuir para o desenvolvimento da economia local. A televisão faz uma reportagem sobre a cigarra, agora instalada na casa da formiga e a comer os bens que aquela teve de deixar para trás. Embora a Primavera ainda venha longe já conseguiu dar cabo das provisões todas organizando umas "parties" com os amigos e umas "raves" com os artistas e escritores progressistas que duram até de madrugada. Sérgio Godinho compõe a canção de protesto "Formiga fascista, inimiga do
artista...
A antiga casa da formiga deteriora-se rapidamente porque a cigarra está-se nas tintas para a sua conservação. Em vez disso queixa-se que o Governo não faz nada para manter a casa como deve de ser. É nomeada uma comissão de inquérito para averiguar as causas da decrepitude da casa da formiga. O custo da comissão (interpartidária mais parceiros sociais) vai para o Orçamento de Estado: são 3 milhões de euros por ano.
Enquanto a comissão prepara a primeira reunião para daí a três meses, a cigarra morre de overdose. Rui Tavares comenta no Público a incapacidade do Governo para corrigir o problema da desigualdade social e para evitar as causas que levaram a cigarra à depressão e ao suicídio.
A casa da formiga, ao abandono, é ocupada por um bando de baratas, imigrantes ilegais, que há já dois anos que foram intimadas a sair do País mas que decidiram cá ficar, dedicando-se ao tráfego da droga e a aterrorizar a vizinhança.
Ana Gomes um pouco a despropósito afirma que as carências da integração social se devem à compra dos submarinos, faz uma relação que só ela entende entre as baratas ilegais e os voos da CIA e aproveita para insultar Paulo Portas. Entretanto o Governo felicita-se pela diversidade cultural do País e pela sua aptidão para integrar harmoniosamente as diferenças sociais e as contribuições das diversas comunidades que nele encontraram uma vida melhor. A formiga, entretanto, refez a vida na Suíça e está quase milionária...

Este artigo foi retirado do Jornal POVO DA BEIRA e escrito por NUNO DUARTE FIGUINHA

sábado, 21 de janeiro de 2012

19.º Comunicado de Imprensa - 16 de Janeiro - ‘Plataforma 15 de Outubro’ apela por uma nova Greve Geral às centrais sindicais

19.º Comunicado de Imprensa - 16 de Janeiro - ‘Plataforma 15 de Outubro’ apela por uma nova Greve Geral às centrais sindicais

WARREN BUFFET - ONDE INVESTE E NÃO INVESTE O SEU DINHEIRO

Para o bilionário Warren Buffett, a euforia com a subida do ouro não justifica a entrada do ativo no portfólio de nenhum investidor. As acções dos bancos devem perder apelo nos próximos anos e a poupança em títulos públicos deve ser entendida como um colchão de liquidez.
Foi pontuando seu discurso com frases assim que um octogenário Buffett falou a cerca de 40.000 espectadores na reunião anual da Berkshire Hathaway. Conhecido como "Woodstock dos capitalistas", o encontro reuniu milhares de accionistas da holding na pequena Omaha, Nebraska, onde nasceu e ainda vive o megainvestidor.
Confira, a seguir, os pontos altos da reunião.

Ouro não impressiona

Segundo Buffett, o resultado da recolha e fundição de todo o ouro do mundo será um cubo com quase 20,5 metros de cada lado. "Você pode pegar numa escada,subir até o topo e dizer que está sentado no alto do mundo. Você pode polir esse cubo, afagá-lo e ficar admirando-o", disse o bilionário. Mas apenas isso.
"O ouro não tem valor intrínseco. Comprar commodities como o metal é apostar que alguém chegará para pagar mais depois", sentenciou. Para o Oráculo de Omaha, a crença no ouro é em grande parte especulativa, ao contrário do investimento em empresas que têm linha de produção.
"Há de ter algo peculiar com um ativo que só vai para cima se o restante do mundo está a ir para baixo", acrescentou Charlie Munger, vice-presidente da Berkshire.

Por que a queda do dólar não o assusta

Não há como fugir do enfraquecimento do dólar, já que o poder de compra da moeda norte-americana inevitavelmente cairá com o aumento da inflação. Buffett acredita, no entanto, que esse não é um prenúncio do fim.
"Não gosto de inflação", afirmou. "Mas venho-me adaptando a ela nos últimos anos". Para o megainvestidor, outras moedas à volta do mundo também vão ficar mais baratas. E como ele não tem um palpite seguro sobre a possibilidade do dólar cair ainda mais, a Berkshire não irá apostar contra a moeda norte-americana.

Petróleo não enche os olhos

Quando perguntado se deveria apostar a favor ou contra o petróleo, Buffett reiterou que pouquíssimas commodities são previsíveis a ponto dos investidores saberem qual a direcção que os ativos irão tomar nos próximos seis meses ou um ano. "Algumas subsidiárias da Berkshire já fazem hedge com o petróleo? e estamos mais do que satisfeitos com isso", explicou.
"Preços em alta podem ser contagiosos e influenciar comportamentos. Mas preços em alta, em si, não são a melhor forma de investir para o futuro", sustentou. "Eu realmente acho que um investidor inteligente pode ganhar mais dinheiro ao longo do tempo com ativos produtivos do que especulando com commodities."

Papéis da dívida norte-americana são necessários

Com dinheiro em caixa de cerca de 22 biliões de dólares em títulos do Tesouro americano, Buffett reconheceu que não está a ganhar quase nada com o investimento, que rendem pouca taxa de juro. Mas fez ressalvas. "Essa é apenas uma vaga de estacionamento. Sabemos que vamos tirar nosso carro daí assim que precisarmos", disse, chamando atenção para os benefícios proporcionados pela liquidez da aplicação nos papéis da dívida norte-americana. Em 2008, foi justamente com esse colchão que permitiu a injecção de generosas quantidades de dinheiro na General Electric e na Goldman Sachs, aplicações que rendem hoje dividendos de 10% ao ano à Berkshire.

Bancos perderam o apelo

O investimento em bancos é muito menos atrativo que já foi um dia. "Uma razão importante para isso é que a alavancagem irá diminuir. Essa é provavelmente uma coisa boa para a sociedade", afirmou Buffett. "Mas pode ser ruim para os bancos que usam essa possibilidade de uma maneira inteligente."
Ainda assim, o bilionário elogiou as duas instituições financeiras que fazem parte da carteira da holding. "Ainda pensamos que o Wells Fargo e o U.S. Bank são operações muito boas".

Pagamento de dividendos fica para depois

A preferência da holding por companhias que pagam bons dividendos não é surpresa para ninguém. Na carta anual endereçada aos seus accionistas, Buffett afirmou que em dez anos há uma grande oportunidade da Berkshire ganhar mais dinheiro com os dividendos anuais da Coca-Cola que o investido na compra original destas acções. Diante da política de amealhar fortunas com o recebimento de parte dos lucros das companhias, muitos se perguntam por que o bilionário também não reparte dividendos entre seus acionistas como forma de recompensá-los.
Na reunião da Berkshire, Buffett disse que a distribuição de lucros será o sinal de que o conglomerado já não tem mais onde colocar dinheiro. Apesar de não ter afastado essa possibilidade, ele sustentou que isso não irá acontecer por agora.
"Vai chegar um tempo em que pensaremos em algo recompensador para nossos accionistas quando não podermos ganhar mais de 15 a 20 biliões de dólares por ano com o investimento em empresas", disse. "Quando isso acontecer nossa acção deverá cair, já que essa é uma admissão que o crescimento terá estagnado."
Enquanto isso, recomendou Buffett, quem quiser incrementar o caixa deve simplesmente vender algumas de suas ações ao invés de esperar por uma política consistente de distribuição de dividendos por parte da Berkshire.

Sobre filantropia e crianças ricas

Conhecido pelas generosas doações à Fundação Bill e Melinda Gates e por encabeçar a lista dos bilionários dispostos a se desfazerem de parte da sua fortuna em vida o que já ocorreu, Warren Buffett sempre defendeu publicamente que os filhos de pessoas muito ricas não deveriam ter acesso irrestrito ao dinheiro.
No encontro anual da Berkeshire, ele bateu na tecla mais uma vez. Segundo Buffett, ser criado com tanta riqueza pode roubar os estímulos de uma criança. E se o rebento se torna improdutivo, a culpa deve recair sobre os pais. "Caso as suas crianças cresçam ricas e sem nenhum incentivo, eu acho que você não deveria apontar o dedo para elas, mas para si mesmo."

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

LEGISLAÇÃO ADEQUADA PARA O DEPUTADO

Esta é uma ideia que realmente deve ser considerada e revista por todos os cidadãos. Alteração da Constituição de Portugal em 2012 para poder atender o seguinte, que é da mais elementar justiça:
1. O deputado será pago apenas durante o seu mandato e não terá reforma proveniente exclusivamente do seu mandato.
2. O deputado vai contribuir para a Segurança Social de maneira igual aos restantes cidadãos. Todos os deputados (Passado, Presente e Futuro) passarão para o actual sistema de Segurança Social imediatamente. O deputado irá participar nos benefícios do regime da S. Social exactamente como todos os outros cidadãos. O fundo de pensões não pode ser usado para qualquer outra finalidade. Não haverá privilégios exclusivos.
3. O deputado deve pagar seu plano de reforma, como todos os portugueses e da mesma maneira.
4. O deputado deixará de votar o seu próprio aumento salarial.
5. O deputado vai deixar o seu seguro de saúde actual e vai participar no mesmo sistema de saúde como todos os outros cidadãos portugueses.
6. O deputado também deve estar sujeito às mesmas leis que o resto dos portugueses
7. Servir no Parlamento é uma honra, não uma carreira. Os deputados devem cumprir os seus mandatos (não mais de 2 mandatos), e então irem para casa e procurar outro emprego.
O tempo para esta alteração à Constituição é AGORA. Forcemos os nossos políticos a fazerem uma revisão constitucional. Assim é como se pode CORRIGIR ESTE ABUSO INSUPORTÁVEL se concordarem com o acima exposto.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

GEORGE SOROS - NÃO DEIXEM O EURO DEFEITUOSO DESTRUIR O SISTEMA FINANCEIRO

O investidor bilionário George Soros e 95 proeminentes políticos, líderes empresariais e académicos pediram aos líderes da zona do euro para tomarem medidas rápidas para resolver a crise que assola a região, apelando para a criação de um tesouro na zona euro e salientando que o euro só pode ser salvo se todos os 17 países que compartilham a moeda agirem em uníssono.
Numa carta aberta publicada no Financial Times, os "Europeus preocupados", reconheceu que o euro está "longe de ser perfeito", mas acrescentou que os líderes da zona euro necessitam "corrigir as suas falhas em vez de permitirem que ele mine e talvez destrua o sistema financeiro global ".
A crise da dívida da zona do euro causou estragos no sector bancário europeu, culminando com ajudas do Estado na salvação de um número de bancos que enfrentam problemas de liquidez (nacionalização parcial).
Ele também forçou a chanceler alemão Angela Merkel e o presidente francês, Nicolas Sarkozy a anunciarem planos para recapitalizarem os bancos na Europa para evitarem uma crise bancária de grandes proporções.
Na carta, disseram Soros e outros 95 dando indicação que os governos da zona euro chegassem a um acordo sobre a necessidade de um acordo legalmente vinculativo que "estabeleça um tesouro comum que pode levantar fundos para a zona euro como um todo e garantir que os Estados membros adiram a uma disciplina fiscal ".
As tentativas da zona do euro na execução de uma política monetária comum sem um tesouro comum tem sido fortemente criticada, mas muitos Estados-Membros da UE temem um tesouro em comum infringiria a sua soberania.
A carta também pediu uma regulação mais forte de seguros, supervisão e depósito comum dentro da zona euro, bem como "uma estratégia que vá produzir igual convergência económica e crescimento, porque os problemas da dívida não podem ser resolvidos sem crescimento".
Até que tal acordo legalmente vinculativo esteja no lugar, os países da zona euro devem "fortalecer o Fundo Europeu de Estabilidade financeira e a cooperação do Banco Central Europeu em manter a crise sob controle."
"Estas instituições poderiam, então, garantir e, eventualmente, recapitalizar o sistema bancário e permitir que os países que precisam de refinanciar sua dívida, dentro dos limites acordados, o consigam praticamente sem custos através da emissão de bilhetes do Tesouro que podem ser descontados no BCE", diz a carta.
Mais importante, disseram a crise da zona do euro precisa de uma solução europeia. "A busca de soluções nacionais só podem conduzir à dissolução", concluiu a carta.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

SER FUNCIONÁRIO PÚBLICO JÁ ERA

Foi a profissão com que sonharam três gerações de europeus, em nome da segurança e das vantagens associadas ao estatuto de “foncionaire”, “civil servant”, Regierungsbeamter”, “statale”, ou “funcionário público”. Ao contrário dos trabalhadores do setor privado, o funcionário não podia ser despedido como tinha a garantia de que o seu empregador não iria à falência. No entanto, depois de a crise grega ter recordado à Europa que um Estado também podia ir à bancarrota, os funcionários parecem-se cada vez mais com quaisquer outros assalariados com tendência com o decorrer do tempo a nivelarem-se por igual face ao que está a ocorrer na Europa e em particular em Portugal. Todos os governos Europeus dos liberais britânicos aos franceses defensores do controlo estatal começaram a baixar salários, a suprimirem subsídios e número de trabalhadores na função pública a fim de reduzirem os défices colossais e de”tranquilizarem os mercados”. O recorte pertence ao primeiro-ministro David Cameron com a supressão de 490 mil “civil servants” pela Spending Review (o orçamento provisório do Estado). Na realidade o número de postos suprimidos poderá ser mais elevado: segundo o Chartered Institute of Personnel and Development ou CPID (Instituto, habilitado por decreto real, para a formação e gestão de pessoal), “ se a coligação respeitar o seu programa de despesas a longo prazo”, haverá “750 mil supressões até 2015-2016”. As pessoas que se reformam não serão substituídas e um grande número de funcionários são simplesmente despedidos. Em França bloquearam-se os salários e não substituir metade dos funcionários que se reformem. Desde 2007, desapareceram 100 mil postos de trabalho e, em 2011,foram suprimidos mais 31 638. Em Portugal depois de se ter congelado os salários em 2010 e 2011 reduziu-se o salário em 5% e por outro lado congelaram-se as promoções e as contratações. Prevê-se ainda a redução de 30000 trabalhadores até 2014 exigida pela TROIKA o que equivale entre 2% a 3% do número total dos mesmos.
Na Grécia, o Governo de Georges Papandréou baixou os salários públicos, congelou as contratações, aumentou a idade de reforma e suprimiu tal como cá os subsídios de Natal e de férias.
Na República Checa os salários desceram 10% e na Letónia os trabalhadores do setor público perderam em média 30% dos seus rendimentos. Todos os países foram afectados incluindo a rica Alemanha onde irão desaparecer até 2014, 15 mil funcionários.
A Eurocracia está afetada. A austeridade acabou por atingir a nova fronteira do emprego público: a rica, cosmopolita e cobiçada (fronteira) dos funcionários da União Europeia. Em Portugal face ao problema da maturidade da dívida com vencimento a longo prazo que enfrentaremos terão que se reduzir ainda mais os funcionários públicos para além de outras medidas adicionais para conseguirmos endireitar o barco porque senão o que os portugueses irão enfrentar um lento definhar e morte anunciada com consequências imprevisíveis cujo fim irá ser a saída da moeda única. É caso para dizer o dinheiro (pilim, guito) fácil acabou agora mais do que nunca teremos que começar a depender unicamente de nós próprios porque o mesmo já era.

CRESCIMENTO DA CHINA ABRANDA


segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

JOE BERARDO PEDE RESIGNAÇÃO DE CAVACO SILVA

O empresário Joe Berardo diz que o Presidente da República não tem conseguido manter o compromisso de “defender os portugueses”, nem explicar o seu envolvimento em algumas situações polémicas, pelo que deve “pedir a resignação do cargo”. “O presidente da República é um pouco responsável por muita coisa que aconteceu até agora”, disse o comendador à agência Lusa, acrescentando:”Acho o Presidente da República devia pedir a resignação”.
“O nosso Presidente, não sei por quanto tempo, vai ficar muito zangado, mas não estou preocupado com isso, estou preocupado é com o que está a acontecer a Portugal, que não há maneira de dar a volta por cima”, acrescentou Joe Berardo.
O empresário justifica o pedido de resignação, dizendo que Cavaco Silva está relacionado com o BPN, ganhou dinheiro, e isso nunca foi bem explicado aos portugueses”, e tinha encontros com Oliveira e Costa (antigo responsável do BPN), um amigo de longa data e homem do fisco do tempo” dos seus governos.
Estratégia danosa
“Vi o Presidente da República dizer publicamente que o Dias Loureiro (antigo ministro e responsável do BPN) era uma pessoa honesta, em quem tinha confiança, mas já saiu”, referiu ainda o comendador. Segundo Joe Berardo enquanto governante, Cavaco Silva, defendeu também medidas que prejudicaram o setor das pescas de Portugal e “agora diz que o Governo devia lançar-se pelo mar”.
Por isso, considera que o mesmo é responsável por “uma estratégia danosa para o futuro de Portugal, era tudo empréstimos e realmente pensava que não tínhamos de pagar esta dívida”.
“Se alguém é responsável pelas coisas com as quais os portugueses estão a ser penalizados, não tem outro caminho senão pedir a resignação”, argumenta, realçando que “uma coisa é ser economista e outra é ser dirigente”. E sustenta que Cavaco Silva, que garante que “defende os portugueses”, podia começar por dar o exemplo, instando:”Senhor Presidente da República, vá ao País e diga que não quer continuar aqui, arranje uma eleição, arranje alguém. Faça como a Itália, onde foram buscar profissionais para reger o País”.

domingo, 15 de janeiro de 2012

JACQUES DIOUF (FAO) - CORTAR SUBSIDIOS AOS ALIMENTOS É REDUZIR A FOME

Se a alimentação para 7 biliões de pessoas está a ser provada como difícil, como será o alimentar o mundo com 9,1 biliões de pessoas em 2050? Esta é a questão-chave para a organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) que enfrenta e se destina a aumentar a produção e melhorando a distribuição de todo o mundo.
O mercado mundial precisa ser mais justo e mais livre para alimentar 9,1 biliões de pessoas até 2050.
"As questões estruturais estão relacionadas essencialmente com a procura", disse Jacques Diouf, director-geral da FAO " hoje já há 1 bilião de pessoas com fome."
Os preços das mercadorias alimentares subiram nos últimos meses devido às ondas de calor e secas que atingiram a produção de culturas como o milho e trigo. O forte crescimento das economias emergentes também contribuiu para o aumento dos preços, segundo Diouf.
Em países onde o PIB está a crescer a um ritmo mais rápido do que na Europa ou nos Estados Unidos "não há mais capacidade para a população pobre, não só para comprar mais comida, como também para comprar comida de qualidade". Além disso, esses países também são altamente povoados, aumentando ainda mais a procura.
"Existe o impacto das mudanças climáticas. Secas, cheias, etc, que estão a afectar o fornecimento de produção”. A fim de contrabalançar o efeito de uma procura crescente, a solução está numa maior e melhor distribuição da produção, acrescentou.
"A maior produção no mundo é proveniente de pequenos agricultores. Há um grande potencial para aumentar a sua produtividade e produção, se estivermos num mercado que é livre e justo ". Disse ainda culpar a União Europeia pela Política Agrícola Comum e a Farm Bill nos Estados Unidos, que garantem aos agricultores preços altos pelos subsídios que recebem, devido à ausência de um mercado global justo. Outros factores que afectam os preços de mercado incluem as tabelas de preços aos subsídios do biocombustível, que estão a ser negociadas no âmbito da Organização Mundial do Comércio assim como para os produtos derivados de petróleo que estão a ser tratadas.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

JOÃO CÉSAR DAS NEVES – DESPESA PÚBLICA É DO TAMANHO DE “UMA BALEIA BRANCA”

Se em 1834 a despesa pública portuguesa fosse equiparada a um homem de 80 quilos, em 2010 seria do tamanho de uma “baleia branca com 45 toneladas”.O raciocínio do economista João César das Neves que esteve numa conferência organizada pelo Fórum para a competitividade, sobre o Orçamento do Estado para 2012. Mais: se em 1974 os gastos públicos fossem equiparados à distância de Lisboa ao Porto, no ano passado já teriam crescido ao ponto de permitir viajar até Paris, percorrendo 1786 km. As metáforas do economista tiveram por base a evolução deflacionada das despesas públicas, mostrando o seu crescimento galopante.
ORÇAMENTO DE ESTADO DE 2012 RELATÓRIO SOBRE DESPESA PÚBLICA

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

ANTÓNIO BARRETO – SE PORTUGAL SAIR DA UNIÃO EUROPEIA ATRAVESSARÁ PERIODO DE POBREZA

Apesar de não ser favorável ao actual modelo europeu que, afirmou, “não prestou suficiente atenção aos cidadãos”, António Barreto espera, no entanto que Portugal continue na União Europeia: “Se Portugal sai da União Europeia e das suas relações privilegiadas com os países europeus, creio que nos esperam um período de pobreza, isolamento e, talvez de menor liberdade”, vaticinou. Ao dissertar sobre “ Um rumo para Portugal”, António Barreto lembrou que “ um rumo para um país não é coisa para um homem só, é coisa para um povo”. Neste contexto, defendeu “ um clima de maior confiança entre os seus dirigentes e os cidadãos e, sobretudo, de informação de discussão e de debate”.
“Traçar esse rumo para um país depende dos dirigentes mas depende também da participação de um povo. Sem isso corremos o risco de existirem novos desastres”, alerta chamando a atenção de haver “falta de informação” sobre o que se passa a nível económico e financeiro na Europa. “A maior parte desses problemas são praticamente inacessíveis, não há uma tradução permanente para a população saber exactamente o que está em causa e poder participar”, insistiu.
O futuro depende de cada um de nós, das nossas decisões de todos os dias”, e por isso, apelou “aos dirigentes políticos e económicos para se desdobrarem em informação à população para que a população sabendo mais, possa continuar, sem receio do futuro e ter um estímulo em participar”. Disse ainda ter sido “sempre” favorável à Europa e à União Europeia mas não “ à actual” União Europeia. “Entendo que a actual União Europeia foi longe demais, não prestou suficiente atenção aos cidadãos, acreditou no mito de que havia uma cidadania europeia, quando esta não existe. As sociedades, os povos não estão suficientemente ligados uns aos outros”, considerou. “Nos próximos anos vamos refazer ou repensar a União Europeia noutros moldes porque conforme está não dura muito tempo”, concluiu.

sábado, 7 de janeiro de 2012

A ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA GASTOU, EM 2010 CERCA DE TRÊS MILHÕES DE EUROS EM AJUDAS DE CUSTO

A Assembleia da República gastou em 2010 mais de três milhões de euros em ajudas de custo com os deputados. Foram mais 549 mil euros do que em 2009, segundo as contas de gerência do Parlamento publicadas em Diário da República.
Com a crise da dívida a agravar-se, só no final de 2010 foram introduzidas medidas pelo governo Sócrates para cortar nas ajudas aos deputados, que caíram entre 10 a 20%, de acordo com o tipo de benefício. Assim, por exemplo, os deputados que residam fora dos concelhos de Lisboa, Oeiras, Cascais, Loures, Sintra, Vila Franca de Xira, Almada, Barreiro, Amadora e Odivelas têm direito a 69,19 euros, a título de ajudas de custo, por cada dia de presença em trabalho parlamentar. Se saírem do Parlamento em trabalho político para o território nacional, recebem mais uma ajuda de 376 euros por mês.
O documento refere que foram pagos 10,1 milhões de euros aos deputados “a título de vencimento ordinário” e mais 1,7 milhões a título de “vencimento extraordinário”. O subsídio de reintegração (prestação aos deputados que abandonam a vida parlamentar) custou aos cofres da Assembleia 841 mil euros, com 51 deputados a pedirem aquela compensação. Do lado da receita, o Parlamento continua a depender totalmente das transferências do Orçamento do Estado, que, em 2010, somaram 61,3 milhões de euros.

Partidos recebem ajuda de 16,9 milhões de euros

Os seis partidos representados na Assembleia da República receberam em 2010 uma ajuda de 16,9 milhões de euros, a título de subvenções. Segundo a Lei de Financiamento dos Partidos, que entrou em vigor em 2005, a subvenção é dada aos partidos políticos que sejam representantes para o Parlamento ou que consigam mais de 50 mil votos.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

EDP A NOSSA DESGRAÇA! O QUE PAGAMOS NA FACTURA DA ELECTRICIDADE

Caros amigos:
Vocês por acaso sabem o que pagam na factura da electricidade?
Eu também fiz a mesma pergunta antes de saber o que andamos a pagar.
Vejam, neste exemplo duma factura de cerca de 66,50 €.
O que se paga:
- 3,8 €, Correspondentes a 6% do IVA (passamos a pagar 23%);
- 4,5 €, Correspondente a 7% de Taxa para a RDP e RTP (para que Malatos, Jorge Gabrieis, Catarinas Furtados e outras que tais possam receber 17.000 e mais €/mês;
- 35,6 €, Para subsídios vários, que correspondem a 53% do total da factura (em 2011 estes subsídios vários já atingiram 2.500 M€. Para não se perderem são dois mil milhões de Euros)
- 22,6 € Correspondente realmente ao EFECTIVO consumo efectuado, ou seja 34% do total da factura. Desta forma, apenas consumimos 22,6 € de electricidade, mas pagamos no total 66,50 €. Mas agora vamos ver o que são os subsídios vários, ou seja, os 53% do total da factura que pagamos, e que este ano já vão em 2.500 M€.
Permaneçam sentados para não caírem:
- 3% São a harmonização tarifaria para os Açores e Madeira, ou seja, e um esforço que o país (TODOS NÓS) fazemos pela insularidade, dos madeirenses e açorianos, para que estes tenham electricidade mais barata. Isto é, NÓS já pagamos durante 2011, 75 M€ para aqueles ilhéus terem a electricidade mais barata!
- 10% Para rendas aos Municípios e Autarquias. Mas que m... vem a ser esta renda? Eu explico: a EDP (TODOS NÓS) pagamos aos Municípios e Autarquias uma renda sobre os terrenos, por onde passam os cabos de alta tensão. Isto é, TODOS NÓS, já pagamos durante 2011, 250 M€ aos Municípios e Autarquias por aquela renda.
- 30% Para compensação aos operadores. Ou seja, TODOS NÓS, já pagamos em 2011, 750 M€ para a EDP, Tejo Energia e Turbo Gás.
- 50% Para o investimento nas energias renováveis. Aqueles incentivos que o Sócrates deu para o investimento nas energias renováveis e que depois era descontado no IRS, também o pagamos. Ou seja, mais uns 1.250 M€.
- 7% De outros custos incluídos na tarifa, ou sejam 175 M€. Que custos são estes? São Custos de funcionamento da Autoridade da Concorrência, custos de funcionamento da ERSE (Entidade Reguladora dos Serviços Eléctricos), planos de promoção do Desempenho Ambiental da responsabilidade da ESE e planos de promoção e eficiência no consumo, também da responsabilidade da ERSE.
Estão esclarecidos? Isto é uma vergonha. NÓS TODOS PAGAMOS TUDO! É UMA ROUBALHEIRA PARA UMA EMPRESA TER UM PASSIVO DE 16 MIL MILHÕES EUROS E AGORA TER SIDO COMPRADA PELOS CHINESES EM CERCA DE 25% DA SUA QUOTA TOTAL. SERÁ QUE NÃO DÁ LUCRO???????

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

NOURIEL ROUBINI - A ITÁLIA PODE PRECISAR SAIR DO EURO

A Itália poderá ter de sair da zona do euro e voltar para a sua própria moeda nacional para resolver a crise da dívida, forçando assim o romper da zona euro.
Roubini afirmou que com os juros da sua dívida soberana rodando em torno da marca de 7%, o acesso ao mercado pode tornar-se limitado para a Itália. A reestruturação forçada da dívida pode ajudar a resolver alguns dos seus problemas, mas não resolveria outros problemas que dificultam a economia italiana, como a falta de competitividade, um grande deficit em conta corrente e menor produto interno bruto.
A menos que um emprestador de última instância para “sublinhou” os países da zona do euro poderem comprar a dívida soberana, os juros altos atingiriam níveis insustentáveis.
No entanto, até à data o Banco Central Europeu sublinhou a sua independência, afirmando que não iria actuar como emprestador de última instância para as economias da zona euro.
Roubini salientou a necessidade urgente de um emprestador de última instância na zona euro.
Os Eurobonds já haviam sido demitidos pela Alemanha, observou e advertiu que um aumento no tamanho do Mecanismo Europeu de Estabilidade Financeira (EFSF), que na sua forma alavancada que ele descreve como um "peru que não vai voar", não seria aceite pelo eleitorado alemão. Em qualquer caso, seria considerado ilegal de acordo com a cláusula de resgate do tratado existente, disse Roubini .
A alavancagem do EFSF, disse ele, como um gigante CDO (obrigação de dívida com garantia) não iria funcionar, pois não iria reduzir os spreads para níveis sustentáveis. Sugestões de que o EFSF pode ser transformado em um veículo para as reservas dos bancos centrais para se tornar a capital tranche de fundos soberanos e economias emergentes - especialmente os países do BRIC - para transformá-lo num "Triplo - A tranche sénior 'soou como um sub prime gigante - esquema CDO.
Isto, combinado com a limitada capacidade de resgate do FMI para as economias maiores significa que se espalha sobre a dívida italiana chega a um ponto sem retorno.
Mencionou que nenhuma mudança política poderia alterar o fato de que a sua dívida em relação ao PIB de 120 por cento significava que precisaria de um superávit primário de 5 por cento apenas para manter uma tampa sobre a sua dívida.
Roubini escreveu que a Itália enfrenta um agravamento da recessão ao utilizarem medidas de austeridade como ferramenta. Ele argumentou que essa deflação recessiva irá garantir que a dívida se tornará insustentável. Nada disso, irá trazer o crescimento e a competitividade de volta para a economia italiana. Isto não deixaria outra opção senão abandonar o euro e reintroduzir a lira. A saída de uma economia do tamanho da Itália levaria a uma ruptura da zona do euro e agora está cada vez mais provável.
Argumentou ainda que a única maneira de evitar um colapso da zona do euro seria para o BCE tornar-se um emprestador de última instância, para uma queda no valor do euro em linha com o dólar para o estímulo fiscal do "núcleo" da zona do euro e a austeridade na periferia terem lugar.