sexta-feira, 28 de outubro de 2011

A REALIDADE DESTE PAÍS! - SALÁRIO MÍNIMO SUBIU 2,44 EUROS POR ANO DESDE 1974 E PENSÕES DE VELHICE APENAS 38 EUROS NOS ÚLTIMOS 26 ANOS

Segundo a Pordata comparando a evolução do salário mínimo e das pensões mínimas de invalidez e velhice desde 1974 até 2010, e descontando o efeito da inflação, constata-se que hoje em dia os benefícios desses apoios sociais auferem apenas mais 88 euros e 38 euros respectivamente.
Nesse mesmo ano de (2010), correspondia a 15% da população portuguesa o número de pensionistas de invalidez e velhice da Segurança Social com pensões inferiores ao salário mínimo, o que significa que perto de um milhão e meio de pessoas estavam nessa situação. Além disso, existia mais e meio milhão de pessoas a receber o Rendimento Social de Inserção, das quais quase metade 47% com menos de 25 anos.
A Pordata revela ainda que em 2009 (últimos dados disponíveis) Portugal era o quarto país da União Europeia (EU) com maiores desigualdades de rendimento entre os mais ricos e os mais pobres, sendo que o rendimento dos mais ricos era 6 vezes superior ao dos mais pobres (a média europeia era de 5).
Dados relativos ao mesmo ano, demonstram que mesmo após as transferências sócias, quase uma em cada cinco pessoas (17,9%) era pobre; 37% dos agregados só constituídos por um adulto com uma ou mais crianças; e 33% dos agregados só com idosos, também viviam em situação de pobreza. Em apenas quatro anos (de 2005 a 2009), Portugal passou do 17º para o 9º país com a taxa de risco de pobreza mais alta da EU, isto apesar de essa taxa ter diminuído após transferências sociais. Sem as transferências sociais, a taxa de risco de pobreza em Portugal seria cerca do dobro do que é actualmente, revela ainda a Pordata, esclarecendo que em Portugal é pobre quem vive com um rendimento mensal (por adulto) próximo dos 400 euros.
A propósito também do Dia Internacional da Erradicação da Pobreza, a Oikos – Cooperação e Desenvolvimento, recorda que em 2010 aumentaram os desastres naturais, mais de um bilião de pessoas (uma em cada sete) passavam fome e 200 milhões sobreviviam sem emprego.
Estes dados constam de um relatório “The World We Want” que a organização acabou de lançar em simultâneo em mais de 20 países. O relatório, que contou com contribuições oriundas de centenas de organizações de 35 países do mundo, recorda que muitas pessoas que vivem em pobreza são de países de rendimentos baixos, mas também, e cada vez mais, de países de rendimentos médios, “ o que altera a forma como se concebe a ajuda ao desenvolvimento. O espaço democrático está a ser restringido com a entrada em vigor de leis que progressivamente ameaçam os direitos civis e políticos”, mas “as insurreições democráticas em todo o mundo, estão a abrir caminho para a auto-determinação dos povos”, afirma a Oikos num comunicado, acrescentando que “as pessoas estão fartas da pobreza e de alimentar os ditadores”. Por isso, recorda que hoje em dia os povos conjugam formas tradicionais de se organizarem, com outras novas tecnologias como o Facebook e o Twitter.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

NA EUROPA O MISERAVÉL PMI (purchasing managers’ índex) AUMENTA RISCO DE RECESSÃO SEGUNDO A OPINIÃO DE ECONOMISTAS

Os receios de uma recessão aumentaram na Europa na passsada segunda-feira, seguindo pior do que o esperado os dados compostos do PMI da zona do euro, com quedas grandes ambas vistas tanto no fabrico e serviços.
O famoso economista Nouriel Roubini escreveu no Twitter depois de os dados saírem de que os políticos da zona do euro tem um "inferno-dobrado para cometerem um harakiri crescimento" com a "engenharia financeira sem crescimento em breve vai levar a incumprimentos da zona euro e quebrar".
O Market Flash Eurozone Purchasing Managers Index (PMI) - que mede a actividade de negócios em milhares de empresas de bancos e restaurantes - caiu para 47,2 neste mês de 48,8 em Setembro, bem abaixo de um consenso de 48,5 dos economistas consultados pela Reuters.
A manufacturação do PMI da zona do euro caiu para 47,3 em Outubro, seu nível mais baixo desde Julho de 2009, com a fabricação alemã em queda pela primeira vez em dois anos por causa de uma combinação de quedas na produção, novas encomendas e reservas de trabalho.
A queda do PMI na zona do euro "reflete a queda acentuada em ambos os índices de produção e serviços, sugerindo que a deterioração das perspectivas de crescimento reflectem a evolução tanto em casa como no exterior", Ben May, economista europeu da Economist Capital, escreveu numa nota de mercado.
"Na forma do passado, o cabeçalho do título é agora consistente com uma contração trimestral do PIB de cerca de um por cento", acrescentou May.
Há ainda uma possibilidade de que no terceiro trimestre o produto interno bruto mostre uma "pequena figura positiva", mas o "crescimento negativo agora parece difícil escapar no quarto trimestre", Peter Vanden Houte economista da ING escreveu num relatório de mercado.

Derrame aberto para 2012

Isso provavelmente vai se espalhar em 2012 e a ING reduziu as suas estimativas de crescimento para apenas 0,5 por cento para o próximo ano.
" Tudo isto em todos é um relatório miserável, destacando o fato de que a zona euro está a cair em recessão novamente. O progresso como o caracol na resolução da crise da dívida europeia é pouco provável que altere esse quadro em breve", escreveu Vanden Houte.
Vanden Houte disse que o "parecido caracol" no progresso das negociações era improvável para alterar o panorama sombrio para a economia.
"Felizmente, por causa da atividade em declínio, as pressões inflacionárias parecem ter atingido o pico", acrescentou. "Isso deve abrir a porta para o corte de 50 [pontos base] da taxa do BCE corte no primeiro trimestre do ano que vem na parte de trás de um crescimento mais pessimista e previsões de inflação do BCE em Dezembro."

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

O QUE SE DEVE CORTAR EM PORTUGAL!

Cá vai um importante contributo, que o Ministro das Finanças não continue a fazer de nós parvos, dizendo com ar sonso que não sabe em que mais cortar.
Acabou o recreio e o receio! Todos os ''governantes'' [a saber, os que se governam...] de Portugal falam em cortes de despesas - mas não dizem quais - e aumentos de impostos a pagar.
... Nenhum governante fala em:
1. Reduzir as mordomias (gabinetes, secretárias, adjuntos, assessores, suportes burocráticos respectivos, carros, motoristas, etc.) dos três ex-presidentes da República.
2. Redução do número de deputados da Assembleia da República para 80, profissionalizando-os como nos países a sério. Reforma das mordomias na Assembleia da República, como almoços opíparos, com digestivos e outras libações, tudo à custa do pagode.
3. Acabar com centenas de Institutos Públicos e Fundações Públicas que não servem para nada e, têm funcionários e administradores com 2º e 3º emprego.
4. Acabar com as empresas Municipais, com Administradores a auferir milhares de euro/mês e que não servem para nada, antes, acumulam funções nos municípios, para aumentarem o bolo salarial respectivo.
5. Por exemplo as empresas de estacionamento não são verificadas porquê? E os aparelhos não são verificados porquê? É como um táxi, se uns têm de cumprir porque não cumprem os outros? e se não são verificados como podem ser auditados?
6. Redução drástica das Câmaras Municipais e Assembleias Municipais, numa reconversão mais feroz que a da Reforma do Mouzinho da Silveira, em 1821.
7. Redução drástica das Juntas de Freguesia. Acabar com o pagamento de 200 euros por presença de cada pessoa nas reuniões das Câmaras e 75 euros nas Juntas de Freguesia.
8. Acabar com o Financiamento aos partidos, que devem viver da quotização dos seus associados e da imaginação que aos outros exigem, para conseguirem verbas para as suas actividades.
9. Acabar com a distribuição de carros a Presidentes, Assessores, etc, das Câmaras, Juntas, etc., que se deslocam em digressões particulares pelo País;.
10. Acabar com os motoristas particulares 20 h/dia, com o agravamento das horas extraordinárias... para servir suas excelências, filhos e famílias e até, os filhos das amantes...
11. Acabar com a renovação sistemática de frotas de carros do Estado e entes públicos menores, mas maiores nos dispêndios públicos.
12. Colocar chapas de identificação em todos os carros do Estado. Não permitir de modo algum que carros oficiais façam serviço particular tal como levar e trazer familiares e filhos, às escolas, ir ao mercado a compras, etc.
13. Acabar com o vaivém semanal dos deputados dos Açores e Madeira e respectivas estadias em Lisboa em hotéis de cinco estrelas pagos pelos contribuintes que vivem em tugúrios inabitáveis.
14. Controlar o pessoal da Função Pública (todos os funcionários pagos por nós) que nunca está no local de trabalho. Então em Lisboa é o regabofe total. HÁ QUADROS (directores gerais e outros) QUE, EM VEZ DE ESTAREM NO SERVIÇO PÚBLICO, PASSAM O TEMPO NOS SEUS ESCRITÓRIOS DE ADVOGADOS A CUIDAR DOS SEUS INTERESSES, QUE NÃO NOS DÁ COISA PÚBLICA.
15. Acabar com as administrações numerosíssimas de hospitais públicos que servem para garantir tachos aos apaniguados do poder - há hospitais de província com mais administradores que pessoal administrativo. Só o de PENAFIEL TEM SETE ADMINISTRADORES PRINCIPESCAMENTE PAGOS... pertencentes às oligarquias locais do partido no poder.
16. Acabar com os milhares de pareceres jurídicos, caríssimos, pagos sempre aos mesmos escritórios que têm canais de comunicação fáceis com o Governo, no âmbito de um tráfico de influências que há que criminalizar, autuar, julgar e condenar.
17. Acabar com as várias reformas por pessoa, de entre o pessoal do Estado e entidades privadas, que passaram fugazmente pelo Estado.
18. Pedir o pagamento dos milhões dos empréstimos dos contribuintes ao BPN e BPP.
19. Perseguir os milhões desviados por Rendeiros, Loureiros e Quejandos, onde quer que estejam e por aí fora.
20. Acabar com os salários milionários da RTP e os milhões que a mesma recebe todos os anos.
21. Acabar com os lugares de amigos e de partidos na RTP que custam milhões ao erário público.
22. Acabar com os ordenados de milionários da TAP, com milhares de funcionários e empresas fantasmas que cobram milhares e que pertencem a quadros do Partido Único (PS + PSD).
23. Assim e desta forma, Sr. Ministro das Finanças, recuperaremos depressa a nossa posição e sobretudo, a credibilidade tão abalada pela corrupção que grassa e pelo desvario dos dinheiros do Estado.
24. Acabar com o regabofe da pantomina das PPP (Parcerias Público Privado), que mais não são do que formas habilidosas de uns poucos patifes se locupletarem com fortunas à custa dos papalvos dos contribuintes, fugindo ao controle seja de que organismo independente for e fazendo a "obra" pelo preço que "entendem".
25. Criminalizar, imediatamente, o enriquecimento ilícito, perseguindo, confiscando e punindo os biltres que fizeram fortunas e adquiriram patrimónios de forma indevida e à custa do País, manipulando e aumentando preços de empreitadas públicas, desviando dinheiros segundo esquemas pretensamente "legais", sem controlo, e vivendo à tripa forra à custa dos dinheiros que deveriam servir para o progresso do país e para a assistência aos que efectivamente dela precisam;
26. Controlar rigorosamente toda a actividade bancária para que, daqui a mais uns anitos, não tenhamos que estar, novamente, a pagar "outra crise".
27. Não deixar um único malfeitor de colarinho branco impune, fazendo com que paguem efectivamente pelos seus crimes, adaptando o nosso sistema de justiça a padrões civilizados, onde as escutas VALEM e os crimes não prescrevem com leis à pressa, feitas à medida.
28. Impedir os que foram ministros de virem a ser gestores de empresas que tenham beneficiado de fundos públicos ou de adjudicações decididas pelos ditos.
29. Fazer um levantamento geral e minucioso de todos os que ocuparam cargos políticos, central e local, de forma a saber qual o seu património antes e depois.
30. Pôr os Bancos a pagar impostos.

Jorge Alexandre Pinheiro

terça-feira, 25 de outubro de 2011

NOURIEL ROUBINI - UNIÃO EUROPEIA DEVE FAZER UM VASTO TARP( TROUBLE ASSET RELIEF PROGRAM) COMO RESPOSTA À CRISE

POR OUTRAS PALAVRAS O GOVERNO DA UNIÃO EUROPEIA DEVE COMPRAR ÀS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS ACTIVOS E PATRIMÓNIO PARA FORTALECER O SECTOR FINANCEIRO COMO OCORREU EM 2008 NOS EUA, POR CAUSA DA CRISE DO SUBPRIME.



domingo, 23 de outubro de 2011

EUROPA PERTO DE ACORDO COM BANCOS

Os líderes europeus estão próximo de um acordo sobre um plano que iria ver os bancos da região levantarem cerca de 100.000.000.000 € (US $ 139 biliões) em capital novo.
O plano de recapitalização dos bancos é o pedaço mais fácil de um negócio de três pontas que os 17 países da zona do euro estão a esperar para chegar durante as reuniões, que começaram hoje e vão continuar pelo menos até quarta-feira. Restam desacordos sobre as outras duas medidas, medidas para aumentar o poder de fogo do fundo do bloco de resgate € 440.000.000.000 e, criticamente, para lidar com espiral de dívida pública da Grécia através de uma reestruturação complexa.
Um funcionário da UE disse que a meta foi de € 107 biliões, enquanto dois outros disseram que seria de € 108 biliões. A ideia é usar o dinheiro para levantar uma chave medida no capital dos bancos para 9%. Ela aplica-se significativamente a cerca de 90 bancos.

Ainda há questões pendentes, tais como quanto ao desconto dos títulos do governo da zona euro títulos na avaliação. Uma pessoa familiarizada com o assunto disse que a Espanha insistiu que nenhum desconto será aplicado aos seus títulos, enquanto outros têm empurrado para cerca de 2%. Segundo as regras actuais, os bancos da zona do euro podem assumir que os possuidores na zona do euro de investimentos em títulos do governo (obrigações) são livres de risco.
As três questões - Grécia, o fundo de resgate e o plano bancário estão intimamente ligados. O tamanho da recapitalização depende em parte dos governos como um haircut (corte percentual no valor de um activo que está a ser dado como garantia) que exigiria dos credores privados da Grécia. Quanto maior o haircut, maiores as perdas que os bancos europeus poderiam sofrer. E a capacidade dos governos de ligarem a lacuna nos balanços dos bancos dependerá do poder de fogo do fundo, chamado Fundo Europeu de Estabilidade Financeira, uma vez que os governos que não podem arcar a recapitalização por conta própria podem virar para o fundo.
Sobre a Grécia, os líderes europeus estão definidos para pedirem aos bancos para tomarem uma significativa redução das suas participações, uma divergência de um plano alcançado em 21 de Julho que chamou para perdas relativamente modestas.
A posição esclarecida da deterioração fiscal da Grécia num relatório entregue por inspectores do resgate na sexta-feira mudou a situação. Altos funcionários do governo da zona do euro, disseram neste domingo o alcance de uma discussão sob a mesa estava entre 40% e 60%.
Um funcionário do governo grego disse que também existe conversação sobre como prolongar o período de reembolso, e corte na taxa de juros, dos empréstimos concedidos por outros governos da zona do euro, como parte do primeiro resgate grego originalmente acordado em Maio de 2010.





Este artigo foi retirado parcialmente do wall street journal

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

JIM ROGERS - EXPERIÊNCIA DE ESTAGFLAÇÃO DOS EUA É PIOR QUE EM 1970

A economia dos EUA é provável experimentar um período de estagflação pior do que na década de 1970, o que causaria o prego no juro das obrigações, disse o touro das commodities Jim Rogers. Os governos têm mentindo sobre o problema da inflação e a recente reunião do Tesouro é uma bolha.
"Com os números da inflação a piorarem e com os governos a imprimirem mais dinheiro os governos têm de emitir muitos, muitos mais títulos. Nalgum lugar ao longo da linha chegamos ao ponto em que (os preços das obrigações) descem"
Entre 1974 e 1978 a inflação média nos EUA estava a menos de 8 por cento, enquanto o desemprego atingiu um pico de 9 por cento em Maio de 1975. Actualmente, o desemprego está em 9,1 por cento enquanto o IPC (inflação) é de 3,8 por cento.
Rogers acredita que a inflação vai ficar muito pior neste momento porque, segundo ele, na década de 1970 apenas o Fed estava a imprimir dinheiro, ao passo que agora muitos bancos centrais mundiais estão a facilitar a política monetária.

O ponto de vista de Rogers está em desacordo com os outros, como o economista Nouriel Roubini, que têm falado sobre uma depressão. Outros economistas disseram que os EUA estão a enfrentar uma "folha balanço recessiva", como o Japão fez nos anos 1990, o que significa riscos nos EUA de um longo período de queda dos preços e valores dos activos.
No caso do Japão, apesar da flexibilização maciça da política monetária, os juros dos títulos do governo continuaram a cair. Na sexta-feira, a 10 anos de rendimentos atingiram perto de apenas 1 por cento. Mas Rogers está convencido de que a experiência nos EUA será diferente da japonesa.
"A diferença é quando o Japão teve o problema eles eram a maior nação credora do mundo, agora a América é a maior nação devedora - e não apenas no mundo - mas na história do mundo e o dólar dos EUA tem sido - e é reserva do mundo em moeda. Então, existem alguns fatores que podem não manter a taxa de juros para baixo nos EUA "
Desde Julho, no prazo de 30 anos do Tesouro os rendimentos caíram de 4,36 por cento para 3,15 por cento. Os preços dos títulos e os rendimentos movem-se inversamente.
Há ainda um risco para economia dos EUA disse Rogers que quando há uma bolha, como o que está a acontecer nos títulos do Tesouro EUA, os preços podem subir por longos períodos de tempo, mas o mesmo acabará por cair.
"Bernanke está obviamente a voltar novamente ao mercado e a Reserva Federal tem mais dinheiro do que a maioria de nós. Eles estão a provocar que a bolha ainda fique pior.
"Eu não aconselharia ninguém a comprar títulos, gostaria de aconselhá-lo a vender títulos", disse ele. "Se eu fosse gerente de uma carteira de títulos, gostaria de obter outro emprego."
"Na década de 70 você não fez muito dinheiro em acções, você fez fortunas em possuir commodities", acrescentou.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

MOHAVE OIL & GAS JÁ INVESTIU EM PORTUGAL 49 MILHÕES DE EUROS PARA ENCONTRAR PETRÓLEO

A companhia canadiana Mohave Oil & Gas decidiu investir 49 milhões de euros para encontrar hidrocarbonetos em Portugal, disse o director geral da empresa, o português Arlindo Alves. De capitais canadianos a Mohave Oil & Gas opera em Portugal há 18 anos e dispões de cinco concessões de prospecção: três ‘onshore’ (de perfuração em terra), em Aljubarrota, Rio Maior e Torres Vedras e duas ‘offshore’ (no mar), São Pedro de Moel e Cabo Mondego. Segundo o director geral, este investimento integra intervenções a realizar nas cinco concessões.
O responsável sublinhou, no 26º dia de prospecção no mar, “que as operações estão a correr muito bem” e que” é difícil” que os dados recolhidos não confirmem a existência de petróleo na costa portuguesa.
Esta operação que decorreu no mar até meados de Setembro envolveu uma embarcação que reboca dez cabos submergidos com seis quilómetros de comprimento e cem metros de distância entre cada um deles (um quilómetro de largura total). O objectivo é perceber onde existe petróleo e que zonas podem ser perfuradas.
Estes cabos são capazes de, através de sensores, assinalar a leitura do choque de ondas sonoras, previamente enviadas, com a superfície do oceano.
Desta forma, os geólogos e geofísicos passam a conhecer as formações rochosas no subsolo do leito marinho e dizer onde “perfurar”.
Para que a operação resulte, o navio tem de navegar a uma velocidade constante (sem pausas). No entanto é importante contar com impedimentos que possam surgir, como por exemplo, a existência de vento ou de ruídos exteriores de outras embarcações.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

FIM DO PARQUE EXPO AMEAÇA AGRAVAR O DÉFICE

O “Diário Económico” escreve que a extinção do Parque Expo ameaça somar 341,5 milhões de euros ao défice orçamental deste ano. A forma de evitar este rombo nas contas públicas implica tempo para encontrar compradores para os activos da empresa. Contudo, esperar demasiado pode levar o grupo a uma situação em que as regras de contabilidade aplicadas por Bruxelas obrigam a incluí-lo, de qualquer forma, nas contas do défice. O dilema do governo é que acabar com o grupo Parque Expo pode revelar-se uma dor de cabeça, mas mantê-lo pode não ser a melhor solução. A empresa fechou o ano com activos avaliados em 261,5 milhões de euros e um prejuízo de 6,2 milhões de euros. Se a empresa fosse extinta tal como está, não seriam apenas os prejuízos anuais a entrar no défice, mas também o valor dos activos, ao preço de mercado, uma vez que na prática, extinguir a empresa seria assumir que as administrações públicas compraram os seus bens, sendo por isso necessário registar a correspondente despesa (261,5 milhões de euros) no défice deste ano, apurou o jornal, mas este valor seria preciso para acrescentar quase 80 milhões de euros, porque o grupo Parque Expo está em situação equivalente a falência técnica, já que os seus passivos são superiores aos activos. Os capitais próprios são negativos em quase 80 milhões de euros por isso, para extinguir a empresa será preciso um aumento de capital por parte do Estado nesta ordem de grandeza, o que eleva a factura para os tais 341 milhões de euros, colocando em causa a meta do défice.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

MAIS UM "BURACÃO" PARA ANDARMOS A PAGAR NO CAMPUS DA JUSTIÇA

O Ministério da Justiça paga pela gestão do condomínio de 10 edifícios do Campus de Justiça, instalado no espaço da Expo 98 desde Junho de 2009, mais de 3,2 milhões de euros por ano. Entre gestão de condomínio e renda mensal pela utilização de 10 edifícios, a despesa anual com o Campus de Justiça ascende a 15 milhões de euros.
Os custos com a gestão do condomínio do Campus de Justiça estão consagrados, segundo apurou o CM, no contrato que regula a utilização dos edifícios onde foram instalados vários serviços judiciais. No essencial, a verba destinada a despesas de gestão do condomínio, ultrapassa 3,2 milhões de euros, é aplicada na limpeza das zonas comuns, segurança, manutenção de elevadores e ar condicionado.
O ex ministro da Justiça Alberto Costa foi o grande defensor da instalação da cidade judiciária no espaço da Expo 98. O antigo governante chegou a admitir que, “embora haja custos derivados da modernidade e da envergadura desta solução, haverá benefícios que serão largamente compensados pela qualidade dos serviços e novas condições de trabalho para os funcionários.”
A ministra da Justiça, Paula Teixeira da Cruz, prepara-se para denunciar mais de 40 contratos do Ministério da Justiça com entidades externas. Ao que apurou o CM, na base desta decisão estará a constatação de que as condições contratuais serão prejudiciais para o Estado.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

SE OCORREU NO OUTRO LADO DO ATLÂNTICO O QUE IRÁ ACONTECER NA EUROPA?

Num sinal sombrio da natureza duradouro da crise económica, os rendimentos das famílias diminuíram mais nos dois anos após a recessão ter acabado do que aconteceu durante a recessão. Entre Junho de 2009, quando a recessão terminou oficialmente, e Junho de 2011, ajustada à inflação o rendimento médio caiu 6,7 por cento, cerca de $ 49,909 dólares. Durante a recessão de Dezembro de 2007 a Junho de 2009, o rendimento familiar caiu 3,2 por cento.
A descoberta ajuda a explicar o porquê das atitudes dos americanos para com a economia, com a direcção do país e para os com os seus líderes políticos continuarem a azedarem mesmo que a economia venha a crescer. Infelicidade e raiva passaram a dominar a cena política, incluindo as fases iniciais da campanha presidencial de 2012.
A queda total de 9,8 por cento no rendimento desde o início da recessão até Junho deste ano, o mês mais recente no estudo, parece ser o maior em várias décadas, segundo dados dos Censos dos EUA. Gordon W. Green Jr, que escreveu o relatório com John F. Coder, chamaram ao declínio "uma redução significativa no padrão de vida americano".
Essa redução ocorreu mesmo com a taxa de desemprego a cair ligeiramente, para 9,2 por cento em Junho em comparação com 9,5 por cento dois anos antes. Duas forças principais parecem ter pressionado a remuneração: o número de pessoas fora da força de trabalho - sem trabalho, nem à procura de trabalho – ter aumentado, e o pagamento por hora de pessoas empregadas não conseguir acompanhar a inflação, com os preços dos derivados de petróleo e muitos alimentos terem saltado.
Durante a recessão, por outro lado, os ganhos salariais superaram inflação.
Uma das razões do pagamento ter estagnado é que muitas pessoas que perderam seus empregos durante a recessão e permaneceram fora do trabalho por meses, têm levado cortes salariais, a fim de serem contratadas novamente. Num estudo separado, Henry S. Farber, professor de economia na Universidade de Princeton, descobriu que as pessoas que perderam seus empregos durante a recessão e mais tarde encontraram trabalho novamente faz uma média de 17,5 por cento menos do que eles quando tinham os seus empregos antigos.
"Como um economista do trabalho, eu não acho que a recessão acabou", disse Mr. Farber. "Quem perde emprego está a ter mais problemas do que nunca antes de encontrar empregos de tempo integral."
Mr. Farber acrescentou que esta recessão era "fundamentalmente diferente" da maioria dos anteriores. Historicamente, dizem outros economistas, as crises financeiras e de dívida causadas por bolhas levaram a uma recessão mais profunda e mais prolongada.
Mr. Green e Mr. Coder disseram que a taxa de desemprego persistentemente elevada e a longa duração do desemprego ajudam a explicar o declínio no rendimento durante a recuperação.
Os economistas disseram que a recessão terminou em Junho de 2009. Em todos os trimestres desde então, a economia cresceu.
Alguns economistas vêem sinais de que os Estados Unidos podem estar dentro ou prestes a entrar numa nova recessão, embora a evidência seja mista.

Este artigo foi retirado parcialmente do The New York Times

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

DÍVIDAS DE CLUBES PAGAM SERVIÇOS

O Instituto do Desporto de Portugal (IDP) desviou dois milhões de euros de receitas do Plano Mateus que eram devidas à secretaria de Estado dos Assuntos Fiscais (SEAF), para pagar a fornecedores. A somar a isso, as dívidas não contabilizadas do IDP ascendem a 6,78 milhões de euros.
Segundo apurou o CM, desde Janeiro de 2010 que o IDP não transfere para a secretaria de Estado dos Assuntos Fiscais as verbas que a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa remete mensalmente, relativas à promoção e desenvolvimento do Futebol, através dos jogos sociais. Dessas receitas, 80% destinam-se ao pagamento das dívidas fiscais dos clubes de futebol.

domingo, 9 de outubro de 2011

O NARCISISMO DO MEU PAÍS

Portugal tem uma população muito trabalhadora mas economicamente ineficiente. O maior problema da sociedade portuguesa está no facto de ter uma classe média acomodada e presunçosa com falta de espírito empreendedor, geralmente colada ao Estado e a burocracias ineficientes. Em nome do progresso, o povo foi submetido a um ritmo de mudança tal que perdeu a visão geral dos problemas, entrando num processo desorientação e numa despersonalização que se expressa no exagerado consumo de antidepressivos em relação a outros países. Encontramo-nos perante um país com um Estado cobaia sempre a importar novos conceitos mas sem tempo para os digerir nem para desenvolver conceitos próprios com base na própria experiência (isto pude constatá-lo durante 30 anos nas formações anuais do Ministério da Educação – uma semana por ano). A vida dura leva-o a sonhar: ir ao shoping, ver futebol não restando tempo para ler.
Enquanto países como a Alemanha se preocupam em receber imigrantes qualificados para as suas empresas, Portugal fomenta a emigração duma juventude sem lugar para ela na sociedade. Como emigrantes, os portugueses, são bons camaradas e ao mesmo tempo amigos do patrão. Enquanto os portugueses no estrangeiro aforram, na terra gastam mais do que produzem. Os não emigrados, julgando que os “emigrantes” ganham o dinheiro sem suor, vêem-nos de resvés. A inveja não suporta outros de cara lavada.
A assimetria no desenvolvimento de maiorias e minorias fomenta a inveja. Uma política partidária narcisista tem acentuado o problema. Enquanto na França há 1,99 crianças por mulher, na médias dos 27 países da EU 1,58, Portugal consegue, com 1,32 por mulher, ser na Europa, o país que menos filho gera. Portugal ainda os poucos filhos que tem obriga-os a emigrar, não criando espaço económico para eles. Sangra-se. Paulo Morgado denuncia, com objectividade, Portugal com um Estado colosso como um polvo que tudo abafa não permitindo concorrência na vida económica e cultural portuguesa. “O mercado português ainda se move mais pela parte relacional do que pela competência”. Isto podemos constatá-lo desde a administração pública às Câmaras Municipais, onde há chefes de si mesmos (sem um mínimo de pessoal a administrar) com projectos artificiais (para colocar amigos).
O Estado não se tem preocupado com política familiar, castigando quem tem filhos; não se tem preocupado com o fomento de empresas pequenas e médias, aquelas que poderiam criar emprego e produção portuguesa. Cada um, onde está faz por si. Na arena pública da nação são constantes os discursos políticos; a discussão económica tem sido pouco séria, muitas vezes apresentada sob uma perspectiva de autodefesa ou de culpabilização dos outros. As empresas e o discurso cultural encontram pouco espaço na discussão pública.A classe política, na sua incompetência da gestão pública, desqualificou-se ao deixar chegar o país à beira da insolvência.

A via para sair da crise será “o saber de experiência feito”

“Porque é sono o não saber”, constatava já Fernando pessoa.As instituições não têm assumido responsabilidades. Os problemas políticos, sociais e económicos, são em geral discutidos nos Media sob uma perspectiva político-partidária, o mesmo se dando no parlamento. Nota-se falta de competência económica, no discurso nacional. Muito discurso é meramente teórico sem experiência adquirida nas empresas e nos laboratórios das universidades. Muitos dos assessores têm apenas um curso universitário e o cartão do partido. Perdemos o ideal que pautava os arquitectos dos nossos descobrimentos: “o saber de experiência feito”.
Seria esclarecedor da situação se ocorresse um estudo sobre a proveniência profissional dos deputados com acento no parlamento: quantos são empresários, quantos provenientes do serviço público, quantos ecónomos, engenheiros, juristas, pedagogos, médicos, etc. Assim se saberia os modelos de pensamento que dominam o parlamento. Daí se poderia concluir da sua competência económica e social. O jogo de xadrez do poder político cada vez descarrega mais figuras políticas na liderança de grandes empresas de relevo nacional. A objectividade cede a interesses encostados às burocracias. Um tal sistema fomenta um espírito providencialista e parasita. Um bom tema de doutoramento seria uma investigação séria sobre as grandes empresas nacionais e o número de quadros vindos da política.
Já chega de “português para inglês ver”. Em Portugal Tudo fomenta um narcisismo latente na administração e na sociedade. O sistema fomenta a ascensão de pessoas narcisistas como se pôde verificar no currículo de Sócrates. Exagerado senso de auto-estima sob o substrato duma realidade deprimente. Ciumentos estão sempre prontos a dar a culpa aos outros e com dificuldades de relações pessoais autênticas concentram-se, por isso na sua carreira: os fins justificam os meios. Geralmente, pessoas que se encontram à frente do pelotão não sentem empatia pelos outros. Em vez da empatia têm um sentimento de grandiosidade sem limites. Querem admiração sem crítica, não se importando, a nível prático, com a exploração dos outros. O que conta é dinheiro, poder e prestígio. No mercado das opiniões, sentem-se vítimas colocando os outros no lugar do transgressor.

Vive-se uma vida ad hoc. Quem não produz mais que consome age contra a natureza! Já David Hume constatava que “não é a razão que nos orienta na vida mas o hábito”. Daí a necessidade de vozes da consciência nacional que chamem a atenção do perigo da inércia, o perigo dum hábito irreflectido em que tem vivido toda a nação: uns da cópia e os outros da imitação. Por isso a primeira exigência que se coloca a um cidadão formado é ser um cidadão céptico mas consciente de que a crítica esconde a desilusão. Não se pode continuar a viver segundo o lema: já que não se tem o que se quer, aceita-se o que se não quer. Na sociedade portuguesa por onde quer que nos movimentemos tropeçamos no narcisismo. As ondas do narcisismo que emanamos são tão perigosas como as ondas de radioactividade atómica.A primeira república portuguesa rendeu-se ao estrangeiro, a actual também. O futuro está nas nossas mãos de cidadãos! Portugal ou acorda agora ou quando acordar já não é Portugal.

António Duarte da Cunha Justo

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

AJUDA AOS POBRES CAI PARA METADE

A ajuda aos pobres obtida através do Fundo Social Solidário é cada vez menor. A crise e o desemprego levam a que o presidente da Cáritas Portuguesa, Eugénio de Fonseca, tema que os donativos venham a diminuir ainda mais.
Segundo os números divulgados pela Cáritas, entre Setembro de 2010 e Fevereiro deste ano foram recolhidos 477 mil euros. Nos seis meses seguintes, as receitas desceram para 194 mil euros.
Para o Presidente da Cáritas, a queda dos donativos acontece porque “as pessoas possuem cada vez menos para dar”, não representando menos espírito solidário. “Na última campanha, pedi que quem pudesse entregasse 10% do subsídio de férias para ajudar os mais carenciados. Infelizmente, no subsídio de Natal não vamos fazer um pedido idêntico, porque parte dele será destinado ao imposto extraordinário”.
O fundo perdeu já 323 mil euros, canalizados para ajudar cerca de 3.000 pessoas. A maior parte da ajuda foi para despesas com habitação.
OS DESEMPREGADOS LIDERAM PEDIDOS DE APOIO SOCIAL. A maioria das famílias que recorrem ao Fundo Social Solidário é constituída por pais de meia-idade e crianças, referiu Eugénio da Fonseca. “ O motivo pelo qual pedem ajuda é que um dos membros ou mesmo os dois, estão desempregados e não conseguem fazer face às despesas, em particular com a habitação”, acrescentou. O Fundo já distribuiu 323 mil euros, 34,6% dos quais para pagamento de rendas em atraso. Facturas de electricidade em dívida representam 13%.
MORAL DA REALIDADE:
Os pobres que ajudavam outros pobres estão eles também neste momento a passar grandes dificuldades. Os ricos não podem ajudar sob pena de também ficarem “pobres”, mas quando o povo não tiver, também lhes vai tocar e, quando isso acontecer vai ser muito duro.