quinta-feira, 30 de junho de 2011

SEMELHANÇAS ENTRE PORTUGAL E GRÉCIA





AS MEDIDAS DE AUSTERIDADE COMEÇARAM HOJE LOGO NO PRIMEIRO DIA DE PEDRO PASSOS COELHO. MEUS AMIGOS PREPAREM-SE QUE ATÉ AO FINAL DO ANO NÃO VAI SER SÓ 50% DO SUBSÍDO DE NATAL. PORTUGAL BREVEMENTE VAI ENTRAR NA SITUAÇÃO DO SALVE-SE QUEM PUDER! A IMPLOSÃO DO PAÍS VAI ACONTECER!

quarta-feira, 29 de junho de 2011

MEDIDAS ANTECIPADAS DA TROIKA (FMI, BCE, UE): PREPAREM-SE JÁ PARA PAGAR MAIS

Os portugueses vão pagar mais pelos cuidados de saúde já em Setembro. Dois meses antes em no próximo mês, os transportes públicos deverão ficar mais caros. Para além disto, o acordo final da troika detalha ao mês a entrada em vigor das novas medidas do programa de ajustamento e antecipa alguns dos prazos, com é o caso da taxa social única.
Assim, o Governo não vai ter tempo para férias, nem terá minutos a perder. O calendário, que já de si é apertado, está agora detalhado ao mês. Medidas detalhadas e urgentes. Na primeira versão, as taxas moderadoras deveriam subir, indefinidamente, no terceiro trimestre deste ano. Com o acordo final, os portugueses vão pagar mais pelos cuidados de saúde já em Setembro. No caso do corte das contribuições das empresas para a Segurança Social o calendário é adiantado três meses. Na primeira versão do Memorando a data apontava para Outubro: agora a proposta deve ser apresentada ainda em Julho. Também as tarifas vão subir mais cedo do que se pensava para reduzir os subsídios do estado, no que se refere às empresas de transportes públicos. No entanto o relógio das medidas também é adiantado para as empresas públicas e as parcerias público-privadas vão ser fiscalizadas mais cedo.

terça-feira, 28 de junho de 2011

GEORGE SOROS - PROVAVELMENTE INEVITAVÉL: UM PAÍS SAIRÁ DO EURO

O investidor bilionário George Soros acha que um país acabará por sair da zona do euro e pediu aos legisladores políticos no próximo domingo para chegarem a um "plano B" que poderá salvar a União Europeia de um iminente colapso económico. Soros, famoso por fazer $ 1 bilião dólares apostando contra a libra esterlina em 1992, não revelou o nome de qual o país que achava que poderia sair da moeda, mas a especulação gira em torno sobre o destino da Grécia com os políticos a lutarem para acordarem mais medidas de austeridade exigidas pelos credores internacionais como o preço para evitarem a bancarrota. Mencionou o seu ponto de vista num debate em Viena observando que o euro teve uma falha básica desde o início porque a moeda não era apoiada por uma união política ou um tesouro comum. "O euro tinha nenhuma disposição para a correcção.
Não houve nenhum acordo para um país sair do euro, o que nas actuais circunstâncias é provavelmente inevitável ". Enquanto chamava a sobrevivência da União Europeia um "interesse vital para todos", disse que a UE precisava de mudanças estruturais para impedir um processo de desintegração. " No momento não há plano B. É por isso que as autoridades estão a aderir ao status quo insistindo em preservar o regime existente em vez de reconhecer que há falhas fundamentais que precisam ser corrigidas." Com a crise da dívida em alguns membros periféricos a testarem a coesão da UE os líderes tiveram agora que adoptar medidas para remediarem a situação.
"Vamos encarar os fatos: estamos à beira de um colapso económico que se inicia, vamos dizer, na Grécia, mas que poderia facilmente se espalhar, o sistema financeiro continua a ser extremamente vulnerável ... Estamos à beira do colapso pelo que é o momento de reconhecer a necessidade de mudança. " Algumas medidas que a UE poderia adoptar incluiu a criação central de um orçamento maior; dirigir algumas das receitas de imposto sobre o valor acrescentado ou um imposto sobre transacções financeiras para Bruxelas, havendo uma instituição europeia com garantias bancárias, e triplicando o tamanho do seu fundo de resgate, completando-lho com a receita fiscal.”

segunda-feira, 27 de junho de 2011

A CORRUPÇÃO ESQUECIDA

A frase está batida, nas nunca é demais repeti-la. Não precisamos de mais Estado, precisamos de melhor Estado. E o que tem acontecido nestes quase quarenta anos de democracia é um crescimento desmesurado de organismos públicos, nem sempre acompanhado pela devida qualidade. O caso que fez manchete no DN é apenas mais um exemplo, infelizmente, não será o último – de serviços estatais pagos com o dinheiro de todos os contribuintes, onde faltam os necessários mecanismos para um controlo eficaz e rigoroso.
O Instituto de Mobilidade e dos Transportes Terrestres (IMTT), tem passado por inúmeras reformulações e fusões. Mas descuidou um factor fundamental: a fiscalização. E é esta falta de rigor, do “deixa andar”, que permite depois tanto a pequena corrupção como a fraude em larga escala. No caso concreto denúncias conhecidas há três anos estiveram na gaveta este tempo todo, sem dar origem a qualquer queixa ou investigação, até que, por incidente, a Policia Judiciária tropeçou no caso. O que levou a que neste momento nos deparemos com uma situação grave para as autoridades e para a segurança: a existência de quase quatro mil cartas de condução falsificadas, um documento que por muitas vezes permite a identificação dos cidadãos. É pena que a troika não refira uma única vez o tema da corrupção nem medidas para a combater. O combate à mesma exige acção rápida e eficaz.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

LAVAGEM DE DINHEIRO É “PREOCUPANTE” EM PORTUGAL

Portugal é um país vulnerável a crimes financeiros. Um relatório do departamento do Estado Norte-americano sobre lavagem de dinheiro garante que a situação portuguesa é preocupante».
A rigidez do sigilo bancário, a falha na criminalização da lavagem de dinheiro, a fraca regularização bancária e a existência de offshores são as principais fraquezas apontadas a Portugal. O documento analisa a relação entre o tráfico de droga e o branqueamento de capitais. No total, foram estudados cerca de 200 países e Portugal integra o grupo onde os crimes financeiros devem preocupar as autoridades – é o segundo de três níveis de vulnerabilidade.
No primeiro deles – ou seja, a lista mais negra – estão países como a Espanha, a Alemanha, os EUA e o Afeganistão. No segundo, surgem Portugal e outros 70 países com a Bélgica, a República Checa e a Irlanda. Naquele grupo onde a lavagem de dinheiro não é um problema estão os países da Europa do Norte, lado a lado com Cabo Verde, Cuba e Timor-Leste.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

PAÍSES MAIS EXPOSTOS AOS PIIGS (POR OUTRAS PALAVRAS QUEM DEVE A QUEM)

A crise da dívida soberana europeia continua a sacudir os mercados globais com a incerteza sobre as medidas de austeridade e perante a uma proposta de resgate as pessoas questionam-se se a Zona Euro vai ser capaz de sobreviver a mais um problema financeiro. No centro das preocupações estão os países "PIIGS" Portugal, Itália, Irlanda, Grécia e Espanha - países fortemente endividados em perigo de incumprimento, que possam desencadear um efeito económico tipo dominó ao redor do globo.
Num relatório elaborado em Junho de 2011, pelo Bank International Settlements sediado na Suiça revela quais os países que são mais expostos à turbulência Europeia, especificamente os seus sistemas bancários.
Os números aqui apresentados levam em conta os investimentos na forma de empréstimos e títulos que surgiram a partir das nações PIIGS e que são mantidos por bancos internacionais com sede fora dos países individuais. Se um governo entra-se em incumprimento sobre a dívida, poderia ter consequências catastróficas para a economia do país, com potencial sério para desvalorizar ou potencialmente eliminar esses activos.
Para o contexto deste relatório, comparou-se o valor de exposição em dólares dos países com o valor total dos activos detidos pelos bancos do país numa percentagem aproximada da exposição directa total.
Os valores são expressos em dólares.
As nações mais expostas aos PIIGS por ordem decrescente são:

REINO UNIDO

Nível de exposição bancária doméstica: 5,81 %
Exposição total aos PIIGS: 347,2 biliões
Totais de activos bancários: 5,98 triliões
Exposição directa ao sistema financeiro dos PIIGS:
Portugal - 24,4 biliões
Irlanda – 135,2 biliões
Itália – 66,4 biliões
Grécia – 14,1 biliões
Espanha – 107,2 biliões

FRANÇA

Nível de exposição bancária doméstica: 5,75%
Exposição total aos PIIGS: 646,5 biliões
Totais activos bancários: 7,81 triliões
Exposição directa ao sistema financeiro dos PIIGS:
Portugal – 26,9 biliões
Irlanda – 29,6 biliões
Itália – 392,6 biliões
Grécia – 56,7 biliões
Espanha – 140,6 biliões

PORTUGAL

Nível de exposição bancária doméstica: 5,5%
Exposição total aos PIIGS – 45,2 biliões
Totais de activos bancários: 820,55 biliões
Exposição directa ao sistema financeiro dos PIIGS:
Irlanda – 5,15 biliões
Itália – 3,02 biliões
Grécia – 10,3 biliões
Espanha – 26,7 biliões

BÉLGICA

Nível de exposição bancária doméstica: 5,03%
Exposição total aos PIIGS: 78,2 biliões
Tamanho do sector financeiro: 1,55 triliões
Exposição directa ao sistema financeiro dos PIIGS:
Portugal – 3,5 biliões
Irlanda – 25,4 biliões
Itália – 25,8 biliões
Grécia – 1,9 biliões
Espanha – 21,5 biliões

ALEMANHA

Nível de exposição bancária doméstica: 4,63%
Exposição total aos PIIGS: 532,73 biliões
Tamanho do sector financeiro: 11,49 triliões
Exposição directa ao sistema financeiro dos PIIGS:
Portugal – 36,4 biliões
Irlanda – 118,1 biliões
Itália – 162,3 biliões
Grécia – 33,9 biliões
Espanha – 181,9 biliões

HOLANDA

Nível de exposição bancária doméstica: 4,61%
Exposição total aos PIIGS: 150,5 biliões
Totais de activos bancários: 3,26 triliões
Exposição directa ao sistema financeiro dos PIIGS:
Portugal – 6,5 biliões
Irlanda – 16,7 biliões
Itália – 45,3 biliões
Grécia – 5 biliões
Espanha – 76,9 biliões

AÚSTRIA

Nível de exposição bancária doméstica: 2,57%
Exposição total aos PIIGS: 36,8 biliões
Totais de activos bancários: 1,43 triliões
Exposição directa ao sistema financeiro dos PIIGS:
Portugal – 1,6 biliões
Irlanda – 2,9 biliões
Itália – 22,2 biliões
Grécia – 3,4 biliões
Espanha – 6,7 biliões

ESPANHA

Nível de exposição bancária doméstica: 2,54%
Exposição total aos PIIGS: 126,8 biliões
Totais de activos bancários: 4,99 triliões
Exposição directa ao sistema financeiro dos PIIGS:
Portugal – 84,6 biliões
Irlanda – 10 biliões
Itália – 31,2 biliões
Grécia – 974 milhões

SUIÇA

Nível de exposição bancária doméstica: 2,08 %
Exposição total aos PIIGS: 56,4 biliões
Totais de activos bancários: 2,71 triliões
Exposição directa ao sistema financeiro dos PIIGS:
Portugal – 2,9 biliões
Irlanda – 14,3 biliões
Itália – 18,3 biliões
Grécia – 2,9 biliões
Espanha – 18,1 biliões

IRLANDA

Nível de exposição bancária doméstica: 1,5%
Exposição total aos PIIGS: 31,7 biliões
Totais de activos bancários: 2,05 triliões
Exposição directa ao sistema financeiro dos PIIGS:
Portugal – 2,7 biliões
Itália – 13,2 biliões
Grécia – 835 milhões
Espanha – 14,9 biliões

quarta-feira, 22 de junho de 2011

INVESTIGAÇÃO ÀS CONTAS DEFENDIDA PELO PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE CONTAS EUROPEU

O presidente do tribunal de contas Europeu, o português Vítor Caldeira, defendeu uma investigação em Portugal sobre as causas da crise, para resolver o que considerou ser, a nível europeu, a falta de responsabilização no controlo das políticas orçamentais.
Vítor caldeira, em entrevista à agência Lusa, à margem do VIII Congresso da EUROSAI (Organização das Instituições Superiores de Controlo das Finanças Públicas da Europa), considerou que o Tribunal de Contas português deveria ter um papel, na eventualidade de uma investigação.
“Se Portugal pode beneficiar dessa medida? Eu penso que sim. Se for feita de forma independente e objectiva, ela tem vantagens. Naturalmente neste caso, o Tribunal de Contas Português teria um papel importante nesta matéria. Aí estamos já no domínio do seguimento político ao nível do Parlamento, e é uma área que ganhará em ser clarificada, sobretudo tendo em conta a necessidade de garantir de forma séria mecanismos públicos de responsabilização”, afirmou Vitor Caldeira. O juiz português disse ainda que o Tribunal de Contas Europeu concluiu, recentemente, numa análise às consequências da crise, que há na Europa “um défice de responsabilização, no seguimento de das políticas orçamentais e do controlo da execução, a termo, dessas políticas” e afirmou que, nesse contexto, uma investigação às causas da crise ganha mais relevância.
Recentemente, Gylfi Zoega, membro do Banco Central da Islândia, defendeu numa entrevista à Lusa que Portugal deve investigar quem e que causas estão na origem do elevado endividamento do Estado e do sector bancário. Também em entrevista à Lusa, o presidente da Comissão de Inquérito à crise financeira (FCIC, na sigla inglesa) dos EUA, Phil Angelides, aconselhou recentemente uma investigação em Portugal, para determinar com rigor a história e as responsabilidades na crise e para estimular o debate informativo.

terça-feira, 21 de junho de 2011

NOURIEL ROUBINI - CONTIGÊNCIA DE NOVA RONDA DE FLEXIBILIZAÇÃO NO FINAL DO ANO

Existe uma contingência da Reserva Federal dos EUA poder desencadear uma nova ronda de flexibilização quantitativa até ao final do ano, de acordo com o reconhecido economista Nouriel Roubini. O chefe da Roubini Global Economics, disse que a probabilidade de QE3 será "significativamente maior" se a fraqueza económica dos EUA persistir e as bolsas corrigirem 10% ou mais. "Especialmente porque não podemos fazer outra ronda de estímulo fiscal, a pressão vai ser sobre a única política que está disponível, que é uma outra ronda de flexibilização quantitativa". Roubini, que previu correctamente a crise financeira que começou em 2008, está especialmente preocupado com os inúmeros problemas que a economia dos EUA enfrenta actualmente.
"Nós temos os problemas da subida dos preços do petróleo, de um fraco mercado de trabalho, um duplo mergulho na habitação, o problema fiscal no estado e no governo local, e os factos do problema do deficit federal". "Todas estas coisas implicam que a fraqueza económica pode persistir no segundo semestre do ano." Roubini acredita que o actual abrandamento no crescimento global não é "apenas um remendo macio", e o maior risco para os mercados financeiros vem das economias conturbadas da zona do euro. "Eles ainda estão em risco e ainda não resolveram a eventual reclamada reestruturação da dívida." No que diz respeito à Grécia, digo que não é uma questão de se vai haver reestruturação, mas sim que "vai ocorrer mais cedo ou mais tarde, e se vai ser ordenada ou desordenada."
Mercados Emergentes e China
Mesmo com o QE2 em ventos para baixo no final do mês, Roubini não está a esperar uma saída de capitais dos mercados emergentes, como muitos investidores temiam.
"Em primeiro lugar, a Reserva Federal não vai subir os juros por um período de tempo longo, dois, e não vão reduzir a base monetária". "E se eles não vão aumentar mais além disso e, portanto, o dinheiro vai continuar a fluir para os mercados emergentes. " Se, no entanto, o dinheiro fluir para fora dos mercados emergentes no final do QE2, será por causa da aversão ao risco no caso de o crescimento global se agravar e assustar os investidores trazendo-os de volta para a segurança do dólar e do tesouro dos EUA. Na batalha da China contra a inflação, Roubini disse que dois factores irão determinar se a inflação virou a esquina, ou continuará numa escala maior.
"Uma delas é se o aumento dos preços da energia, petróleo e commodities vai continuar". "Dois, depende de quanto a China é capaz de desacelerar a sua economia por meio da monitorização do crédito e outros tipos de controles que fizeram de alguma forma, mas não fizeram o suficiente." Espera-se que a inflação na china ronde os 5%.

domingo, 19 de junho de 2011

UM EM CADA QUATRO JOVENS DO NORTE NÃO TEM EMPREGO

A taxa de desemprego dos jovens entre os 15 e os 24 anos na região Norte ultrapassou pela primeira vez os 25% no último trimestre de 2011, revela o relatório Norte Conjuntura divulgado pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N).
“Este valor indica que, por cada três jovens empregados existia um que queria trabalhar mas não encontrava emprego”, salientam os autores do relatório, referindo que o novo máximo se ficou nos 25,3%. De acordo com o relatório da CCDR-N, a taxa de desemprego na região foi de 12,7%, correspondendo a 251.000 desempregado segundo o INE (Instituto Nacional Estatística), e 238.000, segundo o IEFP (Instituto Emprego e Formação Profissional).

sexta-feira, 17 de junho de 2011

CONFORTO NO OURO Á MEDIDA QUE AS PREOCUPAÇÕES DA DÍVIDA GREGA FAZEM MOSSA NO EURO

O ouro desceu ligeiramente, liderado por uma queda no preço do ouro em euros, após a moeda única europeia ter estado debaixo de pressão repentina devido às preocupações sobre as questões da elevada dívida da zona do euro, embora a compra como abrigo seguro tenha limitado o seu declínio.
O euro caiu, com os operadores citando um relatório de Jean-Claude Junker do Euro Grupo, dizendo que o Fundo Monetário Internacional não iria libertar a sua próxima tranche monetária para a Grécia em 29 de Junho. O euro subiu acima $ 1,42 dólares devido a um relatório que a China está interessada em comprar os títulos de resgate para Portugal. O ouro subiu mais de 7 por cento até agora este ano, em termos de dólares, impulsionado pela preocupação dos investidores sobre o peso da dívida da zona do euro, a violência no Oriente Médio e da fragilidade da recuperação económica dos EUA. Embora a dívida da zona do euro as questões económicas ofuscadas pelas preocupações dos EUA, o ouro encontrou apoio adicional após os dados inesperadamente fraco das despesas de consumo que abalaram a economia dos EUA no primeiro trimestre, bem como novos sinais de uma desaceleração na criação de emprego .
Nos EUA o primeiro trimestre de crescimento do produto interno bruto foi revisto na taxa anual de 1,8%, e os novos pedidos de subsídio de desemprego subiram inesperadamente para 424 mil. Estamos num período prolongado de preços do ouro provavelmente, estagnado em torno dos 1.500 dólares. É considerado um porto seguro agora a ser alimentado pela crise da dívida ", disse Eugen Weinberg, analista do Commerzbank.

Situação da prata

A prata caiu para uma baixa de 36,36 dólares a onça, antes de recuperar para cerca de 37 dólares no final do dia, contra perto de quarta-feira a 37,88 dólares a onça. A Prata atingiu um recorde em 49,51 dólares no final de Abril, antes de cair acentuadamente numa ampla onda de vendas de commodities e depois dos operadores de moeda em Xangai e Nova York, levantarem a quantidade de dinheiro necessária para negociar os contratos futuros de prata. O CME Group pode derrubar as margens ao longo do tempo uma vez que a volatilidade do mercado facilita, disse Harriet Hunnable, diretor-gerente do CME para produtos de metais. O CME, líder mundial de negociador de futuros de energia, produtos agrícolas e metais preciosos, comercializou para a prata 84%.
"Continuamos a pensar que as preocupações sobre a capacidade da UE para gerir os problemas da dívida soberana da Grécia e o potencial de contágio para outros países periféricos será favorável para o ouro", disse Natalie Robertson, estratega de commodities da ANZ. Negociadores de prata continuaram a fuga do metal. As posses de prata em onças caíram quase 9 milhões, trazendo ao ano a data de saída, para 8,4 por cento, ou seja 42.790 milhões de onças.
A alta para o ouro da estimativa da consultora GFMS prevê que a China poderá importar até 400 toneladas de metal deste ano, comparadas com as 200 toneladas do ano passado, quando se classificou como o segundo país maior consumidor do mundo depois da Índia.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

SEGUNDO A ONG OXFAM OS PREÇOS DOS ALIMENTOS VÃO MAIS QUE DUPLICAR ATÉ 2030

Vastas regiões do planeta poderão entrar numa crise de alimentos profunda se os governos não tomarem medidas urgentes para reformar o actual sistema alimentar mundial. Se estes passos não forem dados, os preços dos alimentos vão mais do que duplicar até 2030.
O alerta é deixado pela organização não governamental (ONG) britânica Oxfam no relatório “Growing a Better Future”. De Acordo com este estudo, citado pelo El Mundo e pelo The Guardian, nas próximas duas décadas o custo médio dos produtos agrícolas básicos vai aumentar entre 120% e 180%. Um cenário que causará problemas em vastas regiões do planeta, como mostra as consequências dos aumentos de preços dos últimos anos. Um dos motivos que levou às revoltas árabes para além da liberdade contra os regimes ditatoriais foi o custo dos alimentos, que em Abril estava 36% acima do valor registado 12 meses antes.
A Oxfam alerta também para a situação na Guatemala, onde o Estado não investiu nos pequenos agricultores e “ajudou” a que 865 mil pessoas estejam realmente dependentes da importação de alimentos. Na Índia, cada pessoa despende mais do dobro dos seus rendimentos em comida quando comparada com um britânico. No Azerbaijão, o mau tempo destruiu 33% da produção de trigo o ano passado e o país foi obrigado a comprar cereais à Rússia e Cazaquistão, inflacionando os preços em 20%. No leste de África é a seca que tem deixado oito milhões de pessoas expostas à escassez crónica de alimentos.
“É preciso reformar o sistema alimentar se queremos superar os desafios cada vez mais acutilantes das alterações climáticas, combater a espiral de preços e a escassez de terra, água e energia”, vincou em comunicado a directora executiva da ONG britânica, Bárbara Stockman, um fundo mundial para ajudar a proteger as populações que venham a ser mais afectadas.
Não são só as alterações climáticas que estão a provocar o aumento dos preços. O mercado internacional de matérias-primas e os mercados de futuros dos produtos agrícolas (a bolsa para os alimentos) são também responsáveis pela instabilidade. A Oxfam propõe aos governos que adoptem medidas urgentes para aumentar a transparências destes mercados, aumentem as reservas alimentares, deixem de promover os biocombustíveis e apoiem os pequenos agricultores, em especial as mulheres.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

JIM ROGERS - OS EUA ESTÃO PERTO DE UMA AINDA PIOR CRISE FINANCEIRA OCORRIDA EM 2008

Os EUA aproxima-se de uma crise financeira ainda pior do que em 2008, disse Jim Rogers, presidente-executivo da Rogers Holding. "As dívidas que existem no país estão nas alturas". "Nos últimos três anos, o governo gastou incríveis quantias de dinheiro e a Reserva Federal está hesitante em capturar as enormes quantidades de dívidas. "Quando se colocarem os problemas da próxima vez... o que vão fazer? Não podem quadruplicar a dívida de novo. Não podem imprimir muito mais dinheiro. Vai ser pior na próxima vez."
O conhecido investidor também acredita que o governo não vai encerrar em Agosto, se o acordo não for alcançado em elevar o tecto da dívida, mas disse que "cortes draconianos", são necessários nos impostos e nas despesas, principalmente as despesas militares. "Nós temos tropas em 150 países ao redor do mundo. Não estão a fazer nenhum bem para nós, estão a constituir inimigos. Estão a custar-nos uma fortuna".
Rogers disse que "não está longo em nada nos EUA" e tem posições curtas em acções tecnológicas americanas. Sou dono de acções chinesas, de produtos (commodities) e adoraria que o preço mundial de prata e ouro descessem porque assim poderia "pegar no telefone e comprar mais." Comentou que possui acções chinesas, moedas e commodities, acrescentando que o yuan chinês será uma moeda mais segura do que o dólar. "Os EUA são o país mais devedor na história do mundo". "As dívidas estão a atravessar o telhado. Você emprestaria dinheiro para alguém que está a gastar dinheiro e não faz nada sobre isso? Não, claro que não."
A libra esterlina perdeu 90% do seu valor quando já não era moeda de reserva do mundo, e ao dólar também acontecerá o mesmo. Em consonância com sua filosofia, sou possuidor de dólares dos EUA e estou a esperar por uma reunião. "Se isso não acontecer vou ter que vender e ficar com o prejuizo." Ben Bernanke da Reserva Federal, é um "desastre" ele "nunca esteve certo de acertar qualquer coisa". "Espero que ele não volte com QE3 mas isso é tudo o que sabe. A única coisa que ele sabe é imprimir dinheiro". Adivinho que, após o Fed terminar o seu programa de flexibilização quantitativa, conhecido como QE2, este mês, pode voltar com outro nome. “Há novas eleições, em Novembro de 2012. Washington vai imprimir mais dinheiro."

segunda-feira, 13 de junho de 2011

AS OPÇÕES DE ANGELA MERKEL

A chanceler alemã Angela Merkel, enfrenta uma grande opção de escolha para decidir como lidar com a crise da dívida externa europeia: Faz o que é politicamente conveniente, ou faz o que é melhor para o seu país, para a União Europeia e a economia global.
Os acontecimentos do outro lado do Atlântico estão a ofuscar a pompa e circunstância da visita de Merkel aos EUA. Se os funcionários europeus não vierem com um plano credível para conter os problemas financeiros na Grécia, Irlanda e Portugal, a recuperação dos EUA poderá estar entre as vítimas.
Como líder de Estado do membro mais rico e maior da área do euro, Merkel tem o poder de estancar a crise. Dada a política na Alemanha, porém, ela tem pouco incentivo para tomar as necessárias medidas corajosas.
A vida é boa para os alemães na actualidade. As exportações do país estão a crescer, em parte graças à crise do euro enfraquecido, e em parte das concessões que os trabalhadores alemães têm feito nos últimos anos. O desemprego está em queda, a economia está a crescer e a confiança das empresas está perto do nível máximo de à 20 anos. O índice da bolsa DAX ganhou 21 por cento nos últimos 12 meses.
Com Merkel o partido da União Democrática Cristã luta para recuperar o impulso antes das eleições federais em 2013, pedindo apoio aos alemães para resgatar os membros mais perdulários da área do euro seria politicamente carregado. Por outro lado, uma reestruturação da dívida, que envolve grandes perdas para os bancos alemães com US $ 22,7 biliões em empréstimos pendentes, que são o único maior credor do governo grego pode desencadear outra crise financeira.

Iniciativa de Viena

Discernimento poderá sugerir a Merkel encontrar um caminho no meio. Ela poderia, por exemplo, aprovar uma versão da Iniciativa de Viena, no qual os credores privados acordavam comprar os novos títulos gregos, quando atingissem a maturidade. Usado na Europa Oriental em 2009, a abordagem tem atraído o apoio do presidente do Banco Central Europeu,Jean Claude Trichet e do comissário responsável dos assuntos económicos e financeiros da União Europeia, Olli Rehn.
A proposta daria mais tempo à Grécia para obter a sua dívida numa trajectória sustentável, e aos bancos mais tempo para se prepararem para uma reestruturação que pode revelar-se inevitável. Ao dar os dentes, Merkel poderia propor que o BCE pare automaticamente de aceitar como garantia os títulos da Grécia, Portugal ou qualquer outro Estado membro que não consigam cumprir as metas fiscais específicas dentro de três anos.
Tal acordo, no entanto, é improvável para acalmar os mercados. Os investidores ainda se preocupam com o impacto sobre os bancos, se a Grécia não cumprir as suas promessas. Mais importante, Merkel estaria a perder uma oportunidade de corrigir as falhas na zona do euro que a crise expôs.


União Fiscal

Sem algum tipo de união social em que as receitas fiscais podem fluir através de fronteiras, a moeda comum coloca uma carga demasiada sobre as economias que caem fora de sincronia. As enormes dívidas públicas e privadas da Grécia e Portugal surgiram em parte como resultado dos grandes deficits comerciais. Défices que os ajustes de taxas de câmbio (troca) poderiam ter aliviado se eles tivessem as suas próprias moedas. Agora, eles devem comprometer-se à difícil tarefa de restaurar a competitividade baixando os salários, mesmo que eles cortem a despesa pública e a luta da estagnação ou encolhimento das economias.
No que poderia ser vista como a maior moeda da União, nos EUA transferências automáticas federais , tais como seguro no desemprego e empréstimos mais longos com taxas de juro poderiam ajudar os Estados a atravessar tempos difíceis. Um supra nacional Ministério das Finanças, poderia fazer semelhantes transferências fiscais da Europa, ajudando a aliviar a parte cíclica da dor que os países se comprometem a reformas estruturais.

Transferências Fiscais

As transferências fiscais na Europa podem não ser tão caras quanto parece. Nos EUA, o dinheiro de Washington geralmente cobre cerca de 30 por cento do rendimento dos défices estados. Usando essa regra-de-ouro, uma almofada similar fiscal para a Grécia, que custaria cerca de 7,5 bilhões de euros, ou cerca de US $ 11 biliões, em 2011. Isto é 0,3 por cento da saída projectada económica da Alemanha, e menos de 0,1 por cento de toda a zona do euro.
Significativamente, Jean-Claude Trichet, sugeriu que a zona euro devia considerar a criação de um sistema unificado de ministério das finanças, o precursor de uma união fiscal.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

ESTE POVO NÃO PRESTA

Acabava de entrar o ano de 1872. E o novo ano que chegava interrogava o ano velho.”Fale-me agora do povo”, pedia o novo ano. E o velho:”É um boi que em Portugal se julga um animal muito livre, porque não lhe montam a anca; e o desgraçado não se lembra da canga!” Mas esse povo nunca se revolta?”, insistia o ano novo, espantado. E respondia o velho:” o povo às vezes tem-se revoltado por conta alheia. Por conta própria nunca”. E uma derradeira questão: “Em resumo, qual é a sua opinião sobre Portugal?”. E a resposta lapidar do ano velho: “ Um País geralmente corrompido, em que aqueles mesmos que sofrem não se indignam por sofrer”.
Este diálogo deve-se a Eça de Queirós. O mesmo Eça que escreveu sobre o Portugal de então. “O povo paga e reza. Paga para ter ministros que não governam, deputados que não legislam (…) e padres que rezam contra ele. (…) Paga tudo, paga para tudo. E em recompensa, dão-lhe uma farsa. “Estávamos repito, em 1872.
Estamos obviamente a falar do povo português. Esta “raça abjecta” congenitamente incapaz de que falava Oliveira Martins. Este povo cretinizado, obtuso, que se arrasta submisso, sem um lamento, sem um queixume, sem um gesto de insubmissão, tão pouco de indignaçaõ e muito menos de revolta. Um povo que se deixa conduzir passivamente por mentirosos compulsivos como Sócrates ou Passos Coelho ou por inutilidades ignorantes como Cavaco Silva, não merece mais que um gesto de comiseração e de desdém. É vê-los nas televisões por exemplo. Filas e filas de gente acomodada, cabisbaixa, servil, absolutamente resignada, a pagar as estradas que a charlatanice dos políticos tinha jurado “ que se pagavam a si mesmas”! Sem qualquer tipo de pejo e com indisfarçável escárnio, o Estado obriga-os a longas filas de espera para conseguirem comprar e pagar o aparelho que lhes vai possibilitar a única forma de pagar as portagens que essa corja de aldrabões agora no poder, se lembrou de inventar! Eles passam a noite inteira á espera, se preciso for. E lá vão depois bovinamente, de chapéu na mão mendigar a senha redentora que lhes dará o “privilégio de serem esbulhados electrónica e quotidianamente pelo Estado”. Um povo assim não presta, não passa de uma amálgama amorfa de cobardes. Porque, se esta gentinha”os tivesse no sítio”, recusar-se-ia massivamente a pagar as portagens. E isso seria suficiente para que os planos governamentais ruíssem como um castelo de cartas. Mas não. Esta gente come e cala. Leva porrada e agradece. E a escumalha de medíocres que detém o poder, rejubila e escarnece desta populaça amodorrada e crassa que paga o que els quiserem quando e como eles o definirem. Sem um espirro de protesto, sem um acto de revolta violenta, se preciso for. Pelo contrário paga tudo, paga para tudo. Sem rebuço, dóceis, de chapéu na mão, agradecidos e reverente, como o poder tanto gosta. E demonstram-no publicamente, disso fazendo gala. Esta multidão anestesiada espelha claramente o País que somos e que, irremediavelmente, continuaremos a ser – um país estúpido, pequeno e desgraçado. O “sitio” de que falava Eça a “piolheira” a que se referia o rei D. Carlos. “Governado” pelas palavras “sábias” de Alípio Severo, o Conde de Abranhos, essa extraordinariamente actual criação queirosiana, que reflecte bem o segredo das democracias constitucionais. Dizia o Conde:”Eu, que sou governo, fraco mas hábil, dou aparentemente a soberania ao povo. Mas como a falta de educação o mantém na imbecibilidade e o adormecimento da consciência o amolece na indiferença, faço-o exercer essa soberania em meu proveito…”Nem mais. Eis aqui o segredo da governação. A ilustração perfeita com que o rei D. Carlos nos definia há mais de um século:”Um país de bananas governado por sacanas”. Ontem como hoje. O verdadeiro esplendor de Portugal.

Professor Luís Manuel Cunha

quarta-feira, 8 de junho de 2011

OS EUA NECESSITAM DE AUSTERIDADE PARA RELANÇAR DE NOVO A ECONOMIA

Os EUA devem parar de chutar "a lata pela estrada abaixo" e implementar medidas de austeridade fiscais para que a economia se posssa recuperar totalmente da crise financeira, de acordo com Neel Kashakari da Pacific Investment Management Co. 's.
O governo deveria abandonar as medidas de estímulo e concentrar –se em ajustes económicos, a fim de permitir o crescimento a longo prazo, segundo Kashkari, director e chefe de novos investimentos da PIMCO .
"Não há dúvida de que a austeridade tem consequências a curto prazo, mas não podemos simplesmente continuar a chutar a lata pela estrada abaixo". "Nós não podemos continuar a tentar usar as medidas de estímulo de curto prazo para atrasar os ajustamentos económicos necessários. A cada dia que passa, a nossa economia precisa de se ajustar. Precisamos colocar a nossa casa fiscal em ordem e não é sem dor. "
Kashkari disse que a política fiscal deve ser alterada para incentivar a poupança e o investimento, após a acumulação generalizada de dívida durante os últimos 30 anos.
Os Funcionários da Casa Branca estão a trabalhar com republicanos na Câmara dos Representantes dos EUA para garantir um plano de redução do défice e um aumento do limite da dívida federal até 14.300.000.000.000 $.
O governo em recuperação e reinvestimento utilizou 787 biliões de dólares desde 2009,financiando a ajuda de programas federais que visavam impulsionar a economia em dificuldades.
O Departamento de Trabalho dos EUA informou na semana passada que a taxa de desemprego subiu para 9,1 por cento em Maio, a maior desde o ano passado. A economia cresceu a uma taxa anual de 1,8 por cento no primeiro trimestre, face a um ritmo de 3.1 por cento no quarto trimestre.

terça-feira, 7 de junho de 2011

VINTE ADMINISTRADORES CONCENTRAM MIL CARGOS EM PORTUGAL

O coordenador do BE, Francisco Louçã, denunciou dados dum relatório da CMVM que expõe que 'há 20 administradores das maiores empresas portuguesas que têm mil cargos de administração', numa média de 50 empregos por cada um.
Francisco Louçã referiu-se a um “relatório” de que “certamente nenhuma televisão ainda falou mas que é importantíssimo porque nos diz alguma coisa sobre o retrato do nosso país”.
“Há 20 administradores das maiores empresas portuguesas que têm mil cargos de administração em empresas diferentes. Cada um deles tem, em média, 50 empregos”, denunciou.
Segundo o coordenador do BE “um deles tem 62 empregos e os outros não lhe ficam muito longe”, acrescentando que “o ordenado mais importante que é pago a uma destas pessoas, é o que está à frente, no topo, é de dois milhões e meio de euros”.
“Os outros receberão um pouco menos. São os homens mais poderosos de Portugal”, condenou.
Louçã explicou, assim, que quando se pergunta “onde é que está a dívida, que problemas é que tem a economia, porque é que nos últimos anos cresceram os problemas, porque é que se fizeram construções desnecessárias, a resposta está aqui: “20 pessoas com mil cargos de administração, cruzando grupos diferentes, cruzando todo o mapa da economia”.
“É um pequeno grupo de turbo-administradores que voam de empresa para empresa. Chamam a isto trabalho talvez mas certamente a isto chama-se renda”, condenou.

domingo, 5 de junho de 2011

PERDEMOS A DIGNIDADE COMO NAÇÃO? A SOBERANIA DO PAÍS ESTÁ EM CAUSA?

O país acabou assim, por ter de pedir mais esta ajuda externa financeira (sistematicamente negada e adiada pelo Governo), é a terceira vez (FMI) neste “paraíso de governação pós 25 de Abril” de joelhos, vexado e com total perda de dignidade como nação de quase dez séculos de história. Que triste exemplo estamos a dar ao mundo, nós que “demos novos mundos”, e como vamos levantar a cabeça e sair desta crise? Custa-me dizer isto, mas nestes trinta e tal anos de democracia, tem prevalecido uma certa “clubite partidária” e não temos sabido escolher os mais competentes para nos governarem. Vamos assim ser dirigidos e governados pelo poder da UE (mais concretamente de Berlim), cada vez mais egocêntrica, rica e pouco solidária, porque pouco ou nada (já) representamos para eles. Culpa nossa também. Temos uma dívida de cerca de 400 biliões de euros crescente (juros de empréstimos de dívida) que temos de pagar, um País que não cresce ou cresce muito pouco inferior sempre a 1% e cuja deflação (0 para baixo) poderá vir a acontecer devido ao plano da troika (FMI, BCE,UE) com défice corrente de 9% , poderá pagar alguma vez o que deve(nunca na vida sem moeda própria e reestruturação completa da sua economia).
Vindas de fora as ordens serão mais facilmente aceites e executadas, por nós, porque além de não haver outra solução, não será nem o PSD, nem o PS, nem o CDS a imporem-nos os sacrifícios necessários para regularizarmos o “monstro da nossa dívida externa”. Muito cómodo para os líderes desses partidos, porque o ónus será da UE e não culpa deles! Esta é uma colonização moderna, depois dos Romanos, dos Mouros, dos Filipes, dos Ingleses e dos Franceses? O que espera um povo que não governa nem deixa governar? Lembram-se o que escreveu um general romano no século III a.c, numa carta que enviou para Roma, acerca deste Povo (que habitava o extremo ocidental da Ibéria – a Lusitânia de Viriato)? Exactamente isso: “ Há, na parte mais ocidental da Ibéria, um povo muito estranho que não se governa e nem se deixa governar”. Muitos séculos depois, não perdemos a génese e agora substitua-se Roma por Bruxelas, Berlim, Helsinquia, etc? Há muita gente competente neste País, mas esses não vão para a política, porque o povo não os deixaria governar (paradoxalmente, a democracia tem destas coisas estranhas) e, por isso, esta acaba por ser dominada pelos “outros” (um País que não manda na sua casa não tem soberania). Em Portugal e não só, a política não é vista com uma causa nobre (mas dá dinheiro), pelo povo, pelos media, etc e, desse modo, os “homens bons” ficam de fora, embora muitos deles não se cansem de pregar, mas os políticos surdos e autistas fazem “orelhas moucas” e apelidam-nos de “velhos do Restelo”. O resultado está à vista. Por outro lado e por causa e efeito, não sabemos escolher os melhores para nos governarem (as oportunidades não são iguais) e, assim, virão os tecnocratas e os políticos da EU, agora com a “arma euro”, em vez da espada, imporem-nos aquilo que não soubemos ou não quisemos fazer? Assim seja, se for para o bem do país (o que duvido).

quinta-feira, 2 de junho de 2011

GERAÇÃO À RASCA FOI A "MINHA"

Foi uma geração que viveu num país vazio de gente por causa da emigração e da guerra colonial, onde era proibido ser diferente ou pensar que todos deveriam ter acesso à saúde, ao ensino e à segurança social.
Uma geração de opiniões censuradas a lápis azul. De mulheres com poucos direitos, mas de homens cheios deles. De grávidas sem assistência e de crianças analfabetas. A mortalidade infantil era de 44,9%. Hoje é de 3,6%.
Que viveu numa terra em que o casamento era para toda a vida, o divórcio proibido, as uniões de facto eram pecado e filhos sem casar uma desonra.
Hoje o conceito de família mudou. Há casados, recasados, em união de facto, casais homossexuais, monoparentais, sem filhos por opção, mães solteiras porque sim, pais biológicos, etc. A minha mulher era, perante a lei, inferior. A sociedade subjugava-a ao marido, o chefe de família, que tinha o direito de não autorizar a sua saída do país e que podia, sem permissão ler-lhe a correspondência. Os televisores daquele tempo eram a preto e branco, uns autênticos caixotes, em que se colocava um filtro colorido, no sentido de obter melhores imagens, mas apenas se conseguia transformar os locutores em “Zombies” desfocados. Hoje, existem plasmas, LCD ou TV com LEDs, que custam uma pipa de massa. Na rádio ouviam-se apenas três estações, a oficial emissora nacional, a católica rádio renascença e o inovador rádio clube português. Não tínhamos os gato fedorento, só ouvíamos os parodiantes de Lisboa, os humoristas da época. As docas eram para os estivadores, eo Cais do Sodré para marinheiros. Hoje são o JET 7, que consome diariamente grandes quantidades de bebida, e não só… O Bairro Alto, era para a malta ir às meninas, e para os boémios. Éramos a geração das tascas, do vinho tinto, das casas do fado e das boites de fama duvidosa. Discotecas eram lojas que vendiam discos, como a Valentim de Carvalho, a Vadeca ou a Sasseti. As redes sociais chamavam-se Aerogramas, cartas que na nossa juventude enviávamos lá da guerra aos pais, noivas, namoradas, madrinhas de guerra, ou amigos que estavam por cá. Agora vivem na Internet, da socialização do Facebook, de SMS e e-mails cheios de “K” e vazios de conteúdo.
As viagens de low-cost na nossa geração eram feitas em fiat 600, ou então nas viagens para as antigas colónias para combater o “inimigo”. Quem não se lembra dos célebres Niassa, do Timor, do Quanza, do India entre outors tenebrosos navios em que, quando embarcávamos, só tínhamos uma certeza… a viagem de ida. Quer a viagem fosse para Angola, Moçambique ou Guiné, esses eram os nossos cruzeiros.
Ginásios? Só nas colectividades. Os SPAS chamavam-se termas e só serviam doentes. Coca-cola e Pepsi, eram proibidas, o “Botas”, como era conhecido o Salazar, não nos deixava beber esses líquidos. Bebíamos, laranjada, gasosa e pirolito. Recordo que na minha geração o País, tal como as fotografias, eram a preto e branco. A minha geração sim, viveu à rasca. Quantas vezes o meu almoço era uma peça de fruta (quando havia), e a sopa que davam na escola. E, ao jantar, uma lata de conserva com umas batatas cozidas, dava para 5 pessoas. Na escola, quando terminei o 7º ano do liceu, recebi um beijo dos meus pais, o que me agradou imenso, pois não tinham mais nada para me dar. Hoje vão comemorar os fins dos cursos, para fora do País, em grupos organizados, para comemorar, tudo pago pelos paizinhos…
Têm brutos carros, Ipad’s, Iphones, PC’s,…E tudo em quantidade. Pago pela geração que hoje tem a culpa de tudo!!! Tiram cursos só para ter diploma. Só querem trabalhar começando por cima. Afinal qual é a “geração à rasca?”