domingo, 30 de setembro de 2012

FMI VÊ DESALAVANCAGEM DOS BANCOS EM 2,6 TRILIÕES DE DÓLARES


Uma contracção drástica dos balanços dos bancos europeus durante os próximos 18 meses poderá comprometer a estabilidade financeira e o crescimento económico na Europa e não só, de acordo com as previsões do Fundo Monetário Internacional. No seu Relatório de Estabilidade Financeira Global, publicado na quarta-feira, o fundo alertou que os bancos europeus pareciam definidos a encolher os seus balanços em 2,6 triliões dólares (€ 2000000000000) durante esse período. A menos que os funcionários melhorem a sua resposta política, disse o FMI, os bancos europeus despejariam quase 7 por cento dos seus ativos até ao final do próximo ano.
O FMI espera que a maior parte da desalavancagem vir da venda de títulos e ativos não essenciais. No entanto, ele também vê a oferta de crédito encolher 1,7% com os bancos a controlarem os empréstimos a empresas e famílias atingindo a economia em geral.
Depois de examinar os esforços dos 58 maiores bancos no continente para aumentarem os seus rácios de capital, largando os negócios não lucrativos e cortando a sua dependência de financiamento por grosso, os analistas do fundo preveem que o processo de desalavancagem será mais grave do que o anteriormente previsto. Embora reconhecendo que as folhas dos balanços necessitam diminuir após o excesso financeiro ocorrido na corrida para a crise, o FMI advertiu que o risco de uma "desalavancagem sincronizada e em grande escala" pode provocar instabilidade financeira e afetar o crescimento económico.
"O pano de fundo da política Europeia altamente incerta está a levar os bancos a manter e a diminuir, mesmo que evitem uma crise desordenada e abrupta", adverte Huw van Steenis, analista do setor bancário do Morgan Stanley.
O fundo disse melhores políticas - como uma consideração de mais flexibilização do Banco Central Europeu e novas reformas estruturais, bem como o progresso na reestruturação dos bancos e resolução – levaria a uma menor, contração de 6 por cento no balanço dos bancos, o que poderia aumentar o crescimento da zona euro de 0,6 por cento.
José Viñals, diretor no fundo do departamento monetário e dos mercados de capital, disse: "A chave é recapitalizar, reestruturar e resolver. A reestruturação é fundamental", acrescentando que os bancos que "não eram viáveis" teriam de ser fechados. Acrescentou que a região mais atingida pela desalavancagem seria a Europa emergente. Mas outros mercados emergentes não escapariam ileso."Enquanto os mercados emergentes geralmente têm uma mola para amortecer políticas substanciais, um choque externo pode combinar com vulnerabilidades caseiras e prejudicar ainda mais a estabilidade global".
 No relatório ecoa a recomendação do Sr. Olivier Blanchard chefe economista do fundo, dizendo que o Fundo Europeu de Estabilidade Financeira e o Mecanismo Europeu de Estabilidade deve ser capaz de injetar capital diretamente nos bancos "para quebrar a ligação perniciosa entre soberania e os bancos".
"O importante é saber se o Mecanismo Europeu de Estabilidade deve ter a capacidade de adquirir diretamente participações em bancos, disse o Sr. Viñals: "Isso é o que estamos defendendo." A EBA (Autoridade bancária Europeia) identificou um deficit coletivo de euros em 115 biliões em dezembro, na parte de trás dos quais os 28 bancos mais mal capitalizados da região apresentaram planos sobre como iriam aumentar os seus rácios de capital. De acordo com a EBA, apenas 3 por cento da recapitalização necessária viria através de desalavancagem.
O FMI também reivindica a chamada polêmica da EBA para os bancos a manterem pelo menos 9 por cento do capital, encontrando evidências de que a maior participação e os rácios de capital dos bancos impulsionaram os preços das ações. Noutra parte do relatório, o fundo alertou para os riscos apresentados por um stoke cada vez menor de ativos "seguros". "O número de títulos soberanos cuja dívida é considerada segura está em declínio - levando potencialmente 9 triliões de dólares em ativos seguros para fora do mercado até 2016, que é de aproximadamente 16 por cento do total projetado." Ele espera esta tendência a inflacionar os preços dos ativos poucos remanescentes considerados seguros.

sábado, 29 de setembro de 2012

O ESTADO A QUE CHEGÁMOS ( A IMPLOSÃO DO PAÍS E CONSEQUENTEMENTE A ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA)


Tenho plena consciência de uma coisa, percebo pouco de política e governação, não deixo porém de ter uma opinião sobre o assunto, seja ela mais ou menos acertada. Vou tentar expô-la de uma forma sucinta e tão branda quanto possível.
na minha modesta opinião, a política é um meio muito sujo onde se movimentam um conjunto de oportunistas, corruptos e ladrões bem falantes, salvo raríssimas excepções, cujo interesse não é o nobre serviço ao País, mas o amealhar tanto quanto a cobertura política lhes permita. Surge este desabafo na sequência nos últimos comentários e debates sobre o estado da Nação, como se ainda fosse preciso debater mais alguma coisa, sobre a mesma. Não sei o que por lá foi dito, porque não me quis dar ao trabalho de desperdiçar precioso tempo a ouvir a mesma música de sempre. Propus-me no entanto a um desafio, escrever abreviadamente o que me parece ter sido dito, tendo em conta a opinião que tenho de cada uma das bancadas. Os representantes do PSD/CDS, devem ter dito que isto está mau, que se estão a esforçar por nos lixar o menos possível (mas sempre a lixarem-nos), mas que se não apertar-mos ainda mais o cinto que já está sem furos (coisa que estão a tentar evitar graças a um esforço sobre-humano) o futuro será negro, ainda mais do que já está. Mas há esperança como sempre!
Esquecem-se de dizer que não cortaram os tachos a grande parte da muralha que por lá anda, e os que por cá andaram durante os últimos trinta anos. temos cortado em tudo o que é possível, não nos peçam que comecemos a cortar nos institutos inúteis, nos observatórios, nas fundações, nas pensões de reforma dos dirigentes e ex-dirigentes políticos e nos salários dos CEOS e administradores das empresas com negócios monopolistas com alguma réstia de capital público que entretanto estão a tentar acabar de vez.Com o seu maravilhoso esforço desgovernaram o País colocando-o a pedir pela terceira vez na sua história esmola mas num contexto de economia global muitíssimo mais grave para não dizer alarmante, sem se esquecerem primeiro de governarem até à quarta geração (gatunos). Sem esquecer os amigos dos Srs Mário Soares e Cavaco Silva etc…Quem teve a arte para ser corrupto enquanto membro do governo, presidente de tudo o que come dos orçamentos uns atrás dos outros, merece reforma vitalícia, mesmo que tenham apenas 40 anos de idade, e por muito que tenham roubado ( o comum dos mortais do País nem sabe se vai ter reforma).
O estado da Nação é obra dos portugueses que se governaram em vez de governarem o País, e não dos que estão a pagar os seus desgovernos e roubos com suor e lágrimas. Não dizem que provavelmente o pior ainda está para vir e que a fatura será paga pelos mesmos (se não colocarmos um travão nisto).
Os do PS acham que o governo é o culpado de tudo e mais alguma coisa, que estamos na fossa pelas medidas de austeridade impostas pelo PSD/CDS e que assim é a desgraça do País. Não devem ter dito que governaram antes dos que lá estão neste momento que nos endividaram até ao tutano e que por isso deviam estar era caladinhos já que foram eles que pediram ajuda à TROIKA (FMI, BCE, FEEF) e que participaram em todas as negociações, e que apenas se limitaram a fazer o que o Sr Cavaco fez com a Ponte Vasco da Gama. Foram os primeiros a darem as primeiras pazadas para o enterro da nossa sepultura.
O PCP e BE cos os seus discursos mais radicais e inflamados, devem ter acusado tudo e todos, proposto a quebra de compromissos com quem nos emprestou dinheiro para pagarmos os erros que fizemos, ao juro que quiserem porque quem manda no seu dinheiro é quem empresta. Provavelmente terão requerido todos os benefícios e mais alguns a custo zero, a nacionalização da banca e queda do governo. Não alertaram foi para as consequências das suas propostas irresponsáveis. Como dizia o início do discurso de Salgueiro Maia na madrugada de 25 de Abril de 1974:”Meus senhores, como todos sabem, há diversas modalidades de estado. Os estados sociais, os corporativos e o estado a que chegámos”.
Ao longo da nossa História já chegámos a muitos estados, este é um deles e quiçá o mais grave que alguma vez vamos atravessar.


terça-feira, 25 de setembro de 2012

A MARCHA TRIUNFAL PARA O DESASTRE

Dados do Eurostat, dizem que a economia portuguesa registou a maior queda dos países da zona euro, com o PIB a diminuir 1,2% no segundo trimestre em relação ao primeiro. Em comparação com o mesmo período do ano passado o PIB português caiu 3,3%, descida só ultrapassada pela Grécia (-6,2%) mas superior á de Itália (-2,4%). Em média em relação ao primeiro trimestre, o PIB caiu 0,2% na zona euro. O desemprego não para de aumentar, prevendo-se o seu agravamento. Dados que confirmam a realidade do dia-a-dia dos trabalhadores, e que desmontam a operação de propaganda que o Governo tenta passar. Um ano depois de tantos e tantos sacrifícios, a situação económica e social está ainda mais degradada, sem que se veja uma saída. Falava-se do controlo do défice das contas públicas, mas tudo se agravou. A falência das medidas é indesmentível. A explosão incontrolável do desemprego é das provas mais óbvias do fracasso. A realidade ai está a confirmar o estampanço: diz o INE que o desemprego efetivo ultrapassou um milhão e trezentos mil trabalhadores, com os jovens como principais vitimas, a verem o futuro hipotecado, sem que se vislumbre uma saída. O Governo ao apostar na destruição da parte significativa da procura interna mandou para a falência milhares de empresas e lançou milhares de trabalhadores no desemprego. Mais, findo o período de Verão em que a ocupação temporária empregou milhares de pessoas nas indústrias turística, hoteleira e da restauração, é perfeitamente previsível o despedimento de milhares de trabalhadores, o que agravará a já difícil situação dos seus agregados familiares, aumentando ainda mais, os assustadores números do desemprego. Outra aposta, é o empobrecimento através da exploração desenfreada dos trabalhadores. A evidência do fracasso da acção governativa é total. A desilusão dos cidadãos perante o falhanço, a incompetência e a insensibilidade deste governo, é perfeitamente justa, já que dão conta da inutilidade dos seus enormes sacrifícios. Mais a mais, quando se chega á conclusão que o governo exorbitou no exercício das suas funções, violando as leis da República, nomeadamente a sua Constituição. Ora, em vez de se assumir o fracasso das políticas, impera a ânsia, a insensibilidade, quiçá o ajuste de contas. Mas, que não haja quaisquer dúvidas, o objetivo fulcral é a exploração dos trabalhadores para servir os senhores do capital. Foram e são, assim ensinados. Na marcha triunfal para o desastre, o governo precisava de um novo plano. Coisa que se sabia estar em estudo. Era só uma questão de tempo. A vinda da TROIKA veio mesmo a calhar. Tudo feito ao pormenor. Com pinças e cumplicidades…
Mas, o anúncio de novas e brutais medidas deixou o País em estado de choque. Não é caso para menos. Em causa está, a perpetuação do roubo dos dois salários para a Função Pública e para os reformados, e de um salário para o sector privado. O aumento em sete pontos percentuais na contribuição dos trabalhadores para a segurança Social. Mas, os patrões baixaram a TSU. Um caudal de sacrifícios inqualificável. Dai serem muitas as razões para manifestar a indignação e a revolta.

Artigo de Carlos Vale publicado no jornal Povo Da Beira

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

MANUEL DE ARRIAGA PRIMEIRO PRESIDENTE DA REPÚBLICA PORTUGUESA UM EXEMPLO QUE DEVIAM SEGUIR OS POLITÍCOS NÃO PATRIOTAS DESTE PAÍS QUE SUPOSTAMENTE DEVIAM REPRESENTAR O INTERESSE NACIONAL


Era oriundo de famílias aristocráticas e descendente de flamengos. O pai deixou de lhe pagar os estudos e deserdou-o, trabalhou, dando lições de inglês, para poder terminar o curso. Formou-se em direito. Foi advogado, professor, escritor, político e deputado. Foi também vereador da Câmara Municipal de Lisboa. Foi reitor da Universidade de Coimbra. Foi Procurador-Geral da República. Passou 50 anos da sua vida em defesa de uma sociedade mais justa. Com 71 anos foi eleito Presidente da República. Disse na tomada de posse “Estou aqui para servir o País. Seria incapaz de alguma vez me servir dele.” Recusou viver no Palácio de Belém, tendo escolhido uma casa anexa a este. Pagou a renda da Residência Oficial e todo o mobiliário do seu bolso. Recusou ajudas de custo, prescindiu do dinheiro dos transportes, não quis secretário, nem protocolo, nem sequer Conselho de Estado. Foi aconselhado a comprar um carro para as suas deslocações, mas fez questão também de o pagar do seu bolso. este senhor era Manuel de Arriaga e foi o Primeiro presidente da República Portuguesa. Outros tempos, outros homens, Republicano

domingo, 16 de setembro de 2012

UMAIR HAQUE - O CAPITALISMO ESTÁ ULTRAPASSADO


O crescimento nos países desenvolvidos atingiu um ponto de inflexão, um ponto negativo há décadas e que tem vindo lentamente abrandar durante a última metade do século. Os quadros diretivos das empresas estão habituados a responder a ameaças de microeconomia: novos concorrentes, choques na oferta e na procura, mercados mais complexos. Mas a maior ameaça dos dias de hoje é diferente. Paira ameaçadoramente ao nível da macroeconomia: a prosperidade propriamente dita atingiu uma forte diminuição nos seus lucros. O modelo de crescimento económico da era industrial passada está prestes a desaparecer. Pouco falta para atingirmos o limite em que o crescimento baixa até ao nível de consumo estritamente necessário para manter o nível de vida atual, em vez de o melhorar. A economia global que trouxe prosperidade no século XX não irá nem pode trazer prosperidade no século XXI. O economista que criou o conceito de PNB (agora substituído por PIB), o vencedor do prémio Nobel Simon Kuznets, avisou: “O bem-estar de uma Nação não pode… apenas ser inferido de acordo com a medição do seu rendimento nacional». Os indicadores mais precisos e significativos de bem- estar- das pessoas, das comunidades e da sociedade – estagnaram, embora o PIB tenha crescido. Embora as nações aspirem ao crescimento da Era Industrial não há petróleo, cereais, crédito, emprego nem necessidades de exportação suficientes no mundo para que todos os países continuem a atingir prosperidade dessa forma. Manter este procedimento irá degenerar rapidamente num inútil jogo de exploração do vizinho do lado, pelo qual o crescimento em alguns países é contrabalançado pela estagnação e declínio noutros.

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

ANTÓNIO BORGES – INCOMPETENTE PARA O FMI, COMPETENTE PARA PEDRO PASSOS COELHO


“ O FMI (Fundo Monetário Internacional) disse que se livraram dele (António Borges) porque não estava à altura do trabalho e agora chego a Lisboa e descubro que está à frente do processo de privatização. Há perguntas que têm de ser feitas”, defende o correspondente financeiro do “Le Monde” em Londres, em entrevista à Renascença. Vejo gente da Goldman Sachs a aparecer em todo o lado em posições de poder, faz parte da marca do banco”.
Marc Roche é o autor de um livro, já premiado, que conta a história da Goldman Sachs e de como este banco dirige o mundo.
Já me tinha parecido que o problema deste pobre País é as suas elites serem constituídas por gente desonesta e incompetente, mas é sempre bom ouvir uma opinião de fora a confirmá-lo. Num País decente, notícias como esta – e como a do relatório do Tribunal de Contas que revela que o anterior Governo fez acordos secretos com concessionárias das antigas SCUTS, que agravaram os contratos em mais de 700 milhões de euros, em beneficio de bancos e concessionárias – davam demissões e prisões. Aqui, fica tudo na mesma, como  a lesma. Até quando?...

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

PAULO MORAIS - PARECERES JURÍDICOS DÃO MILHÕES AOS ESCRITÓRIOS DE ADVOGADOS


O docente Paulo Morais criticou, em Coimbra, o facto de muita legislação ser produzida nos grandes escritórios de advogados que “depois passam a vida a dar pareceres”.
E exemplificou: desde que o Código de Contratação Pública entrou em vigor, o escritório de Sérvulo Correia “faturou 7,5 milhões de euros para explicar a lei”. Professor da Universidade Lusófona do Porto Morais usava da palavra durante um simpósio sobre “O crime económico em Portugal”, realizado pelo Centro de estudos Sociais da Universidade de Coimbra e pela Associação Sindical de Funcionários de Investigação Criminal por ocasião do lançamento do terceiro número da revista Investigação Criminal (publicação da ASFIC). Segundo o ex-autarca, as parcerias público privadas não são renegociadas, devido a, “em muitos casos, os parceiros do estado serem famílias com poderio económico”.
“A corrupção é uma maleita e Portugal um doente que pode ser morto por ela”, advertiu, frisando que uma constipação pode fazer sucumbir um paciente. Paulo Morais disse, ainda, que 70% da dívida privada contraída pelos portugueses ficou a dever-se a especulação imobiliária, ocorrida devido a más práticas urbanísticas das câmaras municipais. Já tinha sido dito em edições anteriores o seguinte: Contratos das PPP permitem “descalabro completo” Avelino Jesus professor do Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG). O professor universitário Avelino jesus afirmou que a forma como os contratos das Parcerias Público Privadas (PPP) são feitos permite “um descalabro completo”, salientando que a existência de cláusulas de reequilíbrio financeiro “permite um empolamento quase indefinido” porque não existem limites. A construção da Ponte Vasco da Gama a primeira parceria público privada, foi um negócio ruinoso para o estado Português.
Por: Paulo Morais, Professor Universitário
A participação privada da nova travessia do Tejo nasceu de um embuste, a tese de que o Estado não teria dinheiro para construir a infra-estrutura e recorria ao apoio dos privados, a quem mais tarde pagaria determinadas rendas. Nada mais errado! Até porque os privados entraram com apenas um quarto dos 897 milhões de euros que orçava o investimento. O restante foi garantido pelo Estado Português, através do Fundo de Coesão da União Europeia (36%), da cedência da receita das portagens da Ponte 25 de Abril (6%), e por um empréstimo do Banco Europeu de Investimentos (33%). O verdadeiro investidor foi o Estado Português (nós todos), que assim garantiu a privados uma renda milionária ao longo de anos. 

AVELINO DE JESUS - AS PARCERIAS PÚBLICO PRIVADAS SÃO UM DESCALABRO PARA O ESTADO PORTUGUÊS

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

PORTUGAL…QUE FUTURO?


Os portugueses sentem-se perdidos. Desiludidos com Passos Coelho, não veêm na oposição uma alternativa credível e de Cavaco Silva já não esperam qualquer solução.
Ao fim de um ano de mandato, Passos vive dias difíceis. Tem contra si a opinião pública, por causa das promessas não cumpridas. depois de se ter comprometido a não baixar os salários e a não aumentar os impostos, fez exactamente o contrário e conta agora com o divórcio da maioria dos portugueses. Ainda por cima, a população não entende a razão de ser destes sacrifícios. Em primeiro lugar, porque eles não são igualmente repartidos. A Banca mantém os seus privilégios, as rendas pagas à EDP ou nas parcerias público privadas não param de crescer. E, além do mais, nem sequer as contas públicas se reequilibram, até aumentando o défice; pois, apesar do aumento de impostos, a colecta reduz-se, o ministro das Finanças não cessa de errar nas suas previsões. É o descalabro das contas públicas. Dentro do seu governo é chamuscado pelo escândalo relvas. Não conta com a solidariedade do seu parceiro de coligação, o PP (Paulo Portas), cujo principal objectivo é fazer campanha por si e pelos seus ministros. A deslealdade é, aliás, uma marca histórica no PP, vem de longe. Mas até do interior do PSD saltam farpas para o primeiro-ministro. Os barões conspiram diariamente contra Passos. Esperançados numa escorregadela do governo, cavaquistas, elitistas e barrosistas espreitam a sua oportunidade. por outro lado a oposição socialistas descredibiliza-se. o sei líder, Seguro, apresenta um discurso vácuo e inconsequente. ao fim de longos meses de mandato, ainda ninguém percebe o que pensa seguro sobre qualquer matéria de relevo. Num PAÍS sem governo e sem oposição, já nem o Presidente tranquiliza os portugueses. Descredibilizado pela gaffe da sua “modesta” reforma, Cavaco arrastar-se-á até ao fim do mandato, vaiado nas ruas. Resta-lhe o papel de comentador da actualidade. Mas essa função Marcelo desempenha melhor. Com o desemprego a subir para uma dimensão perigosa, na ordem dos 15% estatisticamente porque na realidade deve estar nos 18%, as famílias em dificuldades económicas, as empresas descapitalizadas e a classe política completamente descredibilizada – é o futuro que está posto em causa

terça-feira, 4 de setembro de 2012

RENDIMENTO MÁXIMO A VERGONHA DE PORTUGAL


O presidente Cavaco Silva, a primeira figura do Estado, é reformado. A segunda personalidade na hierarquia protocolar, Assunção Esteves, é igualmente pensionista. Também nos governos Nacional e regionais existem ministros que recebem pensão de reforma, como Miguel relvas ou até Alberto João Jardim.
No parlamento, há dezenas de deputados nesta situação. Mas também muitas câmaras são presididas por reformados, do Minho, ao Algarve, de Júlia Paula, em Caminha, Macário Correia, em Faro, Alfredo Henriques em santa Maria da Feira, Valentim Loureiro em Gondomar etc….é imensa a lista de políticos no ativo que têm direito a uma pensão. Justificam este opulento rendimento com o facto de terem prestado serviço público ao longo dos doze anos ou, em alguns casos, apenas oito. Esta explicação não convence, até porque uma parte significativa deste bando de reformados não só prestou qualquer relevante serviço à nação como ainda utilizou os cargos públicos para criar uma rede clientelar em benefício próprio. Foi graças a esta teia que muitos enriqueceram e acederam a funções para que nunca estiveram curricularmente habilitados. A manutenção até hoje destes privilégios e prebendas é inaceitável, em particular nos tempos de crise que atravessamos. Sendo certo que a responsabilidade poer este anacronismo não é de nenhum destes políticos e ex-políticos em particular – também é verdade que todos têm uma culpa partilhada por não revogarem este sistema absurdo que atribui tenças milionárias à classe que mais vem destruindo o País. Urge substituir este modelo pelo único sistema admissível que é o de que os titulares de cargos públicos, quando os abandonam, sejam indemnizados exatamente nos mesmos termos que qualquer outro trabalhador e que passem a reformar-se, como todos os restantes cidadãos, quando a carreira ou a idade o permita. É claro que dirigentes habituados a acumular reformas de luxo com bons salários jamais compreenderão os problemas dos que têm de viver com salário de miséria; ou sequer entenderão as dificuldades dos que sobrevivem apenas com pensões de valor ridículo. Não serão certamente estes reformados de luxo que conseguirão proceder às reformas estruturais de que Portugal tanto está a precisar. O país merece mesmo muito mais.