sábado, 31 de março de 2012

JOÃO PALMA – QUEM GOVERNA DEVE SER RESPONSABILIZADO POR MÁ GESTÃO

O presidente do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público (SMMP), João Palma defendeu que a atual recessão económica que atravessa o País leva os cidadãos a exigirem mais do Estado. “Exigem que quem governa seja financeira e criminalmente responsabilizado pela gestão ruinosa dos dinheiros públicos”, declarou no discurso de abertura do IX Congresso. O procurador aproveitou ainda a presença da ministra da Justiça, Paula Teixeira da Cruz, para- depois de recordar que o processo de nomeação do Procurador-Geral da República passa pelo Governo e pelo Presidente da República – pedir uma liderança “mobilizadora” para o Ministério Público.
No discurso de abertura João Palma declarou que os cidadãos, perante os sucessivos apertos financeiros a que são sujeitos, “exigem que quem governa ponha termo a negócios ruinosos com a mesma coragem com que expropria e confisca salários e subsídios de natal”, defendendo ao mesmo tempo que “quem governa seja investigado criminalmente e responsabilizado financeiramente com rigor e sempre que os indícios o justifiquem”.
Considerando que os agentes da justiça devem fazer tudo para credibilizar o setor, o presidente do SMMP disse que, atualmente, “só” o Bastonário da Ordem dos Advogados “persiste em colocar-se de fora, dando a ideia e comportando-se como um corpo estranho e hostil ao mundo da justiça e dos tribunais, que teimosamente insiste em desacreditar”.
Recordando que o mandato do atual PGR (procurador geral da república), Pinto Monteiro, termina em Outubro. “O próximo Outono trará com ele o cair da folha e anunciará mudanças decisivas no Ministério Público”. João Palma pediu uma próxima liderança “responsável e mobilizadora”. “Capaz de reconhecer e promover a competência e mérito em detrimento das fidelidades acríticas, das vaidades pessoais, das competências mediatizadas”.

A CRISE EM PORTUGAL VISTA PELOS BRASILEIROS


sexta-feira, 30 de março de 2012

ESPANHA É A PREOCUPAÇÃO NÃO PORTUGAL



Nuestros hermanos detém 65 biliões de dívida Portuguesa e representam 25% das nossas exportações. Os nossos governantes devem esquecer-se deste "pequeno" pormenor!

quinta-feira, 29 de março de 2012

GREVE GERAL EM ESPANHA CONTRA AS MEDIDAS DE AUSTERIDADE


CONSTRUÇÃO DO CENTRO DE EMPRESAS INOVADORAS EM CASTELO BRANCO JÁ COMEÇOU

A Câmara de Castelo Branco iniciou este mês a construção do Centro de Empresas Inovadoras com um custo de investimento aproximadamente de 3 milhões de euros. O novo espaço pretende acolher cerca de 40 empresas da área tecnológica e ficará pronto dentro de um ano se tudo correr bem.
No entender do presidente da câmara Joaquim Morão, a “nova estrutura pretende ser mais um instrumento de apoio às empresas do concelho. “A câmara tem acolhido muitas empresas, nos mais variados locais. Agora chegou o momento de construirmos um edifício próprio para acolher todas as iniciativas empresariais de base tecnológica”, referiu.
O edifício ocupará uma área bruta que ultrapassa os 3500 m2, ficará situado junto aos estaleiros da autarquia, num terreno que se prolonga entre a Avenida do Empresário e a Avenida Egas Moniz. O centro desenvolve-se em três pisos e é composto por diferentes áreas, incluindo 38 gabinetes para empresas e um anfiteatro.
Para consultar o modelo de concurso público clique AQUI

quarta-feira, 28 de março de 2012

A ERA DA IMPRESSÃO DE DINHEIRO PODE ESTAR A CHEGAR AO FIM SEGUNDO UMA PESQUISA



A era do processo de flexibilização quantitativa, um processo pelo qual os bancos centrais compram ativos, como títulos do governo para injetarem fundos nos mercados, pode estar a chegar ao fim, de acordo com uma pesquisa dos gestores de fundos.
De acordo com uma pesquisa de março pelo Bank of America Merrill Lynch, os investidores estão mais otimistas sobre o futuro e prespectivas de crescimento porque já não esperam mais medidas de flexibilização quantitativas a serem tomadas pela Reserva Federal ou Banco Central Europeu.
"As conclusões a que chegam os gestores de fundos são de que tinha funcionado a QE; que a política do banco central está a funcionar; e o prolongamento da luta contra a inflação está a trabalhar pelo que acho que não seja mais necessária", disse Gary Baker, director estratega europeu no BofA Merrill Lynch pesquisa mundial.
Na pesquisa, 28 por cento dos gestores de fundos disseram esperar que a economia global vá fortalecer nos próximos 12 meses, acima dos 11%.
Mas o relatório achou que os gestores de fundos ainda veem a dívida soberana como o maior risco para a recuperação global. Os investidores preveem uma inflação mais elevada, com 13% líquidos esperando que esta suba no próximo ano.
Os stocks mundiais estão 28% acima desde os seus pontos baixos ocorridos em outubro passado, afirma o relatório, acrescentando que os bancos continuam a ser o segundo sector amado depois das utilities (empresas de energia). A tecnologia foi considerada o setor mais popular.
A pesquisa também descobriu que a atenção dos investidores está a retornar para as economias desenvolvidas, como a Europa, Japão, os EUA, dos mercados emergentes para melhorarem as suas perspectivas de crescimento.
E apesar dos Mercados Emergentes Globais continuarem a ser a região mais popular, as preocupações com uma desaceleração no crescimento da China aumentaram.
"Há mais uma preocupação geral sobre a inflação. E muito de acordo com os pontos de vista dos (gestores de fundos asiáticos) sobre o crescimento ", disse Baker. Também pela primeira vez desde julho do ano passado, os gestores de fundos pensam que os lucros globais tendem a melhorar.

segunda-feira, 26 de março de 2012

PORTUGAL A SEGUIR A GRÉCIA

A Europa verá uma recessão este ano e Portugal é provável que siga os passos da Grécia com o país a lutar dos altos custos dos empréstimos, de acordo com o director-geral de Pesquisa de Mercado e Estratégia de Roubini Global Economics. (Das trabalha com Nouriel Roubini, o economista de renome chamado Dr Destino que previu a crise financeira de 2008).
"Nós vamos ter uma recessão este ano, mas será mais suave do que teria sido. O Banco Central Europeu tem feito muita coisa sem o qual estaríamos numa crise bancária. Ele comprou os bancos por muito tempo, entre 18 meses e três anos ", disse Arnab Das.
No entanto, ele disse que enquanto a operação do BCE de refinanciamento de Longo Prazo (ORPA) tinha lidado com os problemas de liquidez não fizeram nada para resolver os problemas enraizados mais profundos que afectam a zona euro.
"Muitas pessoas já estão a perguntar, o que acontece depois da ORPA? Tem sido inteiramente sobre a liquidez. Não houve nada sobre a solvência de bancos ou a capitalização dos bancos e é isso que a liquidez não pode resolver ". “ O contágio para outros países ainda é um risco na zona euro”.
Um certo número de analistas tem argumentado que as medidas de austeridade implementadas numa série de outras economias em dificuldades da zona do euro podem significar que a história de resgate não termina com a Grécia.
"Nossa visão é que a da Grécia é feita, a de Portugal está a chegar e também a da Irlanda. Veremos reestruturação mais ordenada da dívida dentro da zona euro, enquanto isso não faz parte do "muito grande para falhar" em economias, como a Itália e Espanha”.
Acrescentou que os EUA tinham conseguido o seu processo de desalavancagem de seu setor bancário muito melhor do que a zona euro tinha.
"Nós estamos a ir para um modo de desalavancagem bancária e a alavancagem na Europa é muito pior do que nos EUA e terá em geral um tempo difícil. Nós temos evitado a pior crise financeira da história, mas não resolveram no entanto as questões centrais ".

domingo, 25 de março de 2012

A RECUPERAÇÃO DA FILOSOFIA DE JOHN MAYNARD KEYNES PARA ENFRENTARMOS OS PROBLEMAS DA CRISE ACTUAL

A economia tem percorrido um árduo caminho para se afirmar como ciência. Desde a antiguidade pode-se notar contributos relevantes de varios cientístas que de certa forma ajudaram no desenvolvimento da ciência económica. No sec XX, sem desmerecer os demais, a figura mais importante e influente para muitos cientistas sociais foi sem dúvida John Maynard Keynes, inglês, que viveu no periodo de 1883 a 1946. Após a publicação da sua obra mais importante, General Theory of employment, interest and money (Teoria Geral do Emprego, do Juro e do Dinheiro) em 1936, a economia nunca mais seria a mesma (conhecida na literatura como a revolução keynesiana). Keynes é considerado o pai da moderna macroeconomia e demonstrou que o estado através das politicas económicas (monetária, fiscal etc) poderia afectar os principais agregados macroeconómicos e determinar valores desejáveis para as variáveis macroeconómicas (emprego, PIB, juros, salarios, inflação entre outros). A implementação das politicas económicas de orientação keynesiana através do Plano Marshall e New Deal, permitiram a recuperação da Europa após a segunda guerra mundial e, dos EUA e do mundo da grande depressão da decada dos 30. Permitiu ainda um periodo de grande prosperidade que o mundo viveu até meados da decada de 70 e que ficou conhecido como os 30 anos gloriosos.
Para entender a proposta keynesiana é necessário fazer a contextualização do periodo em que surgiu a Teoria Geral. A grande depressão ocorrida na decada dos 30 deixou evidente a incapacidade da escola neoclássica em explicar os fenómenos que ocorriam na sociedade. Por incrivel que lhes podia parecer, os mercados não se auto-regulavam e o equilibrio ocorria abaixo do pleno emprego. Também, era evidente o elevado indice de desemprego, baixos indices de investimento e baixa utilização capacidade de produção.
O aspecto mais importante identificado por keynes foi a INCERTEZA. Devido á incerteza, os individuos consumiam menos e os empresários investiam menos, gerando um circulo vicioso de baixo consumo, pouca receita dos empresarios, baixa expectativa de oportunidades, baixo investimento, pouco emprego, baixo rendimento, baixo consumo. Essa armadilha não seria desarmada pelas forças naturais do livre mercado (laissez-faire) mas sim somente pelo activismo do estado, reestabelecendo o nivel de consumo (procura efectiva) através de politicas económicas.
O motivo do estado actual da economia deve-se à incompetência dos economistas porque basearam-se num mercado eficiente e auto regulador, baseando-se em modelos matemáticos ignorando o principio da incerteza. Um dos maiores defeitos da economia actual é de se ter tornado um ramo da matemática aplicada. Foram as ideias erradas dos economistas que legitimaram a desregulamentação das finanças, a qual conduziu à explosão do crédito que culminou com a asfixia do mesmo.
Levar a incerteza a sério, algo que poucos economistas actualmente fazem, tem um profundo impacto, não só na forma como fazemos economia e a aplicamos, como para a compreensão de praticamente todos os aspectos da vida humana. A recuperação da filosofia de Keynes é necessária para os demais economistas começarem a levar a sério a incerteza.

sexta-feira, 23 de março de 2012

COMO O EURO É UM EXCELENTE NEGÓCIO PARA A ALEMANHA

Vejam como o Euro foi um excelente negócio para a Alemanha e péssimo para os GIPS (Grécia, Itália, Portugal e Espanha). Reparem bem na simetria das curvas:
Um gráfico idêntico aparece num texto de Paul Krugman que cita Gavyn Davies :*
“É normal debater o problema do endividamento soberano concentrando-se na sustentabilidade da dívida pública nas economias periféricas. Mas pode ser mais informativo enxergá-lo como um problema no balanço de pagamentos. Tomados em conjunto, os quatro países mais problemáticos (Itália, Espanha, Portugal e Grécia) têm um déficit conjunto de US$ 183 biliões na conta corrente. A maior parte deste déficit corresponde ao déficit no sector público destes países, já que o seu sector privado se encontra actualmente num estado aproximado de equilíbrio financeiro. Compensando estes déficits, a Alemanha tem um superávit de US$ 182 biliões em conta corrente, o equivalente a cerca de 5% do seu PIB.”
Isto significa que ao contrário do que acontece num estado federal, o estado que produz mais riqueza não a reparte significativamente pelos outros estados (fomentando a sua economia, por exemplo).
Percebe-se assim a atitude de boicote sistemático da Srª Merkel a qualquer plano que ponha cobro aos ataques especulativos e sequenciais dos mercados financeiros, pois isso exigiria que a Alemanha utilizasse uma parte do seu superavit para realizar empréstimos que apenas renderiam uma taxa de juro modesta.
Pelo contrário, se conseguir fazer aguentar a situação de impasse por mais algum tempo, o bloqueio do crédito fará com que um grande número de empresas tenham de ser vendidas para não falirem, sendo então compradas pelos alemães.
Temos assim um ataque em tenaz tão ao gosto germânico: mantêm-se os países desprovidos dos normais mecanismos de defesa cambial - resultante da moeda única e das regras impostas ao Banco Central Europeu - acentuando rapidamente as suas debilidades estruturais, e simultaneamente dificulta-se o acesso ao crédito levando cidadãos empresas e estados a um beco sem saída.
Depois de espalhar o medo, substituem-se os governos desses países (Grécia, Portugal, Espanha, Itália), reduzem-se salários e regalias sociais e finalmente compra-se a capacidade produtiva de um país a preço de saldo, numa altura em que nunca se deviam fazer privatizações devido à crise financeira (deve-se vender em alta e não em baixa).
Sem disparar um tiro a Alemanha está a conseguir alimentar os seus desígnios imperiais melhor do que conseguiu na primeira e segunda guerra. Em menos de 100 anos a Europa tem de enfrentar uma calamidade social provocada pela Alemanha.
É mesmo caso para dizer que o PSD retirou a capacidade produtiva ao PAÍS (construindo asfalto e betão, para além de dar muito dinheiro a fundo perdido que muitos empresários aproveitaram para encherem o saco e abrirem falência), o PS endividou-nos até ao tecto fazendo com que fossemos resgatados pelo FMI e mais alguns amigalhaços designados TROIKA (EU e BCE) pela terceira vez (já não bastava uma); e agora vem de novo o PSD vender o que ainda dava lucro neste PAÍS, acabar com o estado social e baixar salários em nome da produtividade e competitividade (porca miséria).
De facto estamos a enfrentar uma situação de guerra, em que as armas até podem ser corteses e silenciosas, mas não deixam de ser devastadoras.

quarta-feira, 21 de março de 2012

UM DOS MELHORES COMENTÁRIOS SOBRE O 25 DE ABRIL

25 DE ABRIL... Portugal Morreu!
- Mataram Deus, substituindo-o por seitas americanas e brasileiras e chamaram-lhe liberdade religiosa...
- Mataram a Pátria, abandonando as colónias e os portugueses que nelas viviam à mercê dos terroristas ávidos de sangue e chamaram-lhe descolonização exemplar…
- Mataram Portugal, hipotecando a soberania do País a Bruxelas e chamaram-lhe desenvolvimento...
- Mataram o orgulho de se ser português, levando o País à bancarrota, hipotecando-o ao FMI e chamaram-lhe investimento...
- Mataram a classe política digna desse nome, dando lugar a corruptos analfabetos e mentirosos e chamaram-lhe democracia parlamentar...
- 37 Anos de ditadura democrática conseguiram destruir 800 anos de história e matar o nosso País.
Muito obrigado, 25 de Abril!
MAS CHEGOU A HORA DE DIZER BASTA...

terça-feira, 20 de março de 2012

FIM DO AMOR IRLANDÊS COM A QUESTÃO EUROPEIA , PODE FERIR OBRIGAÇÕES

O país prepara-se para votar pela quinta vez em 11 anos um tratado da União Europeia. Ao contrário dos referendos anteriores, numa rejeição irlandesa do mais recente acordo, a região financeira do euro não iria vetar o negócio para o resto da Europa. Para a Irlanda, pode significar aumento dos juros dos títulos de dívida, o acesso mais difícil a dinheiro e questões sobre a sua posição europeia.
"Embora a Irlanda continue a ser um país pró-euro, o caso de amor com a Europa sofreu definitivamente nos últimos anos", disse Frank OEland Hansen, um economista sênior do Danske Bank A / S a partir de Copenhaga.
"O referendo pode causar algum sentimento negativo para o risco soberano da Irlanda em termos de pontos de interrogação sobre a posição de longo prazo da Irlanda na área do euro e como o governo espera voltar ao mercado obrigacionista."
O espectro da votação aproxima-se sobre os mercados, assim como os investidores se tornaram mais otimistas sobre as perspectivas da Irlanda de reavivar a sua economia aleijada e evitar um segundo resgate pela União Europeia e Fundo Monetário Internacional.
Antes o primeiro-ministro Enda Kenny anunciou a votação em 28 de fevereiro, e o juro dos títulos da Irlanda de 2020, em seu índice de referência, caiu para 6,81 por cento, menos de metade da alta do euro de 13,8 por cento em 18 de julho. Desde então, aumentou para 6,97 por cento, 535 pontos base mais do que a dívida alemã de maturidade semelhante. Nenhuma data foi ainda fixada para o momento da votação.
"Eu esperaria a incerteza infiltrar-se na dívida soberana da Irlanda", disse Cathal O'Leary, chefe de renda fixa na NCB Stockbrokers em Dublin. "A corrida que tem sido durante os últimos três meses pode chegar a um impasse."

Sem saída
A votação vai dar aos irlandeses uma oportunidade para reafirmarem o compromisso com o euro, disse o vice-primeiro-ministro numa entrevista no passado mês de Fevereiro Eamon Gealmore.
"O povo irlandês compreende a importância do euro". "Com uma economia pequena muito aberta dependente do comércio e do investimento directo estrangeiro, a questão da confiança no país e da confiança na moeda que temos é extremamente importante."
Os eleitores irlandeses rejeitaram as alterações ao tratado que rege a Europa em 2001 e 2008. Desta vez, apenas 12 dos 17 países da zona euro deve voltar ao tratado financeiro, que define novas regras orçamentais e amplia um fundo de resgate, para ter efeito.

Tempestade na Guinness
"A decisão da Irlanda para realizar um referendo que provavelmente irá acabar como uma tempestade num copo de cerveja Guinness como que um grande obstáculo no caminho da bem-sucedida implementação ", disse Simon Smith, economista-chefe da corretora cambial FxPro Group Ltd. em Londres. "A Irlanda tem uma história de criar confusão, mas, em seguida, cai em linha com esses referendos".
Os eleitores irlandeses podem estar preocupados com as implicações da rejeição do tratado, sinalizadas por duas pesquisas publicadas. As pesquisas, encomendadas pelo Sunday Business Post e pelos jornais independentes, mostram o lado "sim" com uma vantagem de cerca de 20 pontos percentuais. Os números de votação só incluem as pessoas que manifestaram uma preferência. Anteriores campanhas mal sucedidas viram o apoio para corroer tratados europeus à medida que a votação se aproximava.

Default Swaps
O euro enfraqueceu desde o anúncio da Irlanda em 28 de fevereiro. O custo do seguro contra o incumprimento da Irlanda durante cinco anos aumentou 15 pontos base para 595, de acordo com os preços de provedor de dados CMA. Isso implica uma probabilidade de 40% da Irlanda não cumprir as suas obrigações no prazo de cinco anos.
Uma rejeição irlandesa no plebiscito pode privar o país de possivel ajuda futura assim que o fundo de resgate da área do euro permanente entre em operação. Enquanto o país com um resgate internacional de 67,5 mil milhões de euros (89,5 bilhões dólares) em 2010 significa que o estado é totalmente financiado até 2013, o governo está a apontar para um retorno completo aos mercados de crédito no próximo ano.
"A negociação de qualquer apoio adicional no final do programa já existente poderia ser seriamente comprometida, o que pode resultar num custo significativamente mais elevado do financiamento para a economia irlandesa", disse Nick Royal economista do Bank of Scotland plc . "O poder das negociações à vista com os outros credores europeus e internacionais serão significativamente minadas por uma recusa a ratificar o pacto."

Foco austeridade
Para se ter certeza, uma rejeição irlandesa pode não ser livre de dor para os políticos noutras partes da região, pois pode-se concentrar nos eleitores europeus sobre a dor das medidas de austeridade. O pacote negocial exige às nações para eliminarem virtualmente défices estruturais, cria um "mecanismo de correção automática" e consagra as novas medidas na legislação nacional. O tratado também prevê maior controle de impostos e despesas pelos governos que ultrapassem o limite do bloco do défice de 3% do produto interno bruto.
"Não é provável a desaprovação pública generalizada da camisa de força fiscal, não apenas na Irlanda, mas em toda a Europa", disse Ciaran O'Hagan, chefe da área do euro estratégia taxa em Societe Generale SA, em Paris. "Então, um “não irlandês" , ao contrário de como os acontecimentos se desenrolaram na Grécia, vai encontrar um amplo apoio."
As implicações para a Irlanda podem ser maiores, com a nação a esforçar-se para escapar da sua pior recessão na história moderna e a buscar ajuda europeia para reduzir o peso da dívida bancária.
"É claro que a ratificação pode ir em frente sem o apoio da Irlanda", disse Dermot O'Leary, economista da Goodbody Stockbrokers em Dublin. "Um voto 'não' da Irlanda certamente deixará o país isolado na área do euro."


Este artigo foi retirado da bloomberg








segunda-feira, 19 de março de 2012

A SECA! QUE GRANDE SECA!

O PÚBLICO de Domingo, 4 de Março último, no seu Editorial faz referência á " ...destruição de milhares de hectares de terrenos agrícolas com alguma aptidão agrícola..." num texto que se centra sobre o esquecimento do território e a perda de solos agrícolas ou o equilíbrio entre o mundo rural e o mundo urbano problemas que desapareceram das agendas dos governos.
Em primeiro lugar o texto é macio. Não foram terrenos com alguma aptidão agrícola. Foram terrenos com ENORME APTIDÃO AGRICOLA.
Depois vamos fazer o enquadramento do círculo destas coisas. ( É possível transformar um círculo num quadrado muito embora os matemáticos digam que não!). Esta mesma edição do PÚBLICO dedica 5 páginas ao tema "Seca severa agrava desertificação, que já afecta 63% do território nacional."
Ora já no dia 2 de Março, Sexta-feira anterior, o mesmo PÚBLICO fazia referência a que Portugal Continental estava a viver a pior seca dos últimos 30 anos a qual iria continuar. Isto na página 6 onde constava também uma série de mapas onde eram apresentadas, a cores, as manchas dos diversos níveis de seca distribuídos por diversos anos, onde aparece assinalado em 2012 que uma zona de maior seca - SECA EXTREMA - era precisamente o Litoral Norte entre o rio Douro e o Rio Minho. Essa mesma informação, citada como tendo fonte no Instituto de Meteorologia, já tinha sido publicada no EXPRESSO de 18 de Fevereiro deste ano, inserida num texto da responsabilidade de Virgílio Azevedo.
Mas, o mais curioso é que nesse texto e ao mesmo tempo tempo da informação mapeada, está escrito que "As pastagens e os cereais de sequeiro são para já as culturas mais afectadas pela seca, sobretudo no Alentejo e em Trás-os-Montes com as consequências óbvias para a criação de gado."
- Como raio se entende isso?
- Sendo o litoral minhoto afectado por uma seca extrema, afinal onde não há de dar de comer ás vacas é em Trás-os-Montes e no Alentejo afectados por uma seca classificada somente como severa. (Em 2005 em parte de Trás-os-Montes a seca sofrida era seca moderada).
É evidente que a falta de pasto não está directa e imediatamente ligada à seca meteorológica. E quem duvidar que venha às Veigas de Areosa, Carreço e Afife - situadas na tal região onde a seca é extrema - e que venha ver se há falta de pasto ou se as culturas de inverno não estão verdinhas! (apesar da seca!).
É que os terrenos são outros. Dirão. Ah! É verdade! Então porque carga de água é que são destruídos???
Quantos miles de hectares de terrenos como os de Areosa, Carreço e Afife foram impermeabilizados e artificializados no nosso litoral desde Caminha até Setúbal (and byonde).
Porque é que se artificializam terrenos que não são afectados pelas secas e se manda a agricultura lá para detrás dos montes ou para o além do Tejo onde o gado, como sucedeu em 2005, para comer só tinha pedras.
Mas apesar de todos os textos, apesar dos Orlando Ribeiros, Dos Ilídios Araújos, dos Losas, dos Ribeiros Telles, dos Josés Correia da Cunha, dos Marcelinos Pereira da Rocha, não aprendemos nada!
Arrepiei-me ao ouvir o telejornal do Canal Um da RTP pelas 13H00 em 5 de Março um Senhor da Universidade de Aveiro defender a construção dum parque da ciência em 35 hectares entre Aveiro e Ílhavo em terrenos estrategicamente integrados na RAN que, convenientemente, iriam ser retirados de tal sujeição graças a uma alteração do PDM.
Brilhante!
Resta agora saber, no eventual processo de expropriação, quanto vão pagar aos desgraçados que foram até agora, por via dessa sujeição, impedidos de legalizar as suas casas, impedidos de vender os seus terrenos para o que dá dinheiro ( betão e cimento armado).
A coisa foi no dia seguinte noticiada no JN. 118 proprietários vão de vela. Terrenos casas e tudo para instalar uma instituição que poderia funcionar em qualquer outro lado. Uma instituição que deveria defender precisamente o contrário, a não inutilização de terrenos de cultivo.
Voltemos a Marcelino Pereira da Rocha que em 1965 expressava:
"Encontrando-se em fase adiantadíssima de publicação, pelos Serviço de Reconhecimento e Ordenamento Agrário, não só a Carta de Solos do País, como também a da Capacidade de Uso do Solo, não seria difícil proibir completamente ou, ao menos, condicionar, em moldes apropriados, a utilização dos solos de capacidade de uso agrícola (classes A,B e C) para fins não agrícolas. Ao menos, os solos de classes A e B, tão pouco frequente entre nós, devem ser, por essa via, urgentemente defendidos.)"
Voltemos aos 35 ha de terreno agrícola em Aveiro que vão par o maneta!
Como vai ser instalado lá um Parque de Ciência e Inovação pode ser que, por ironia, a Universidade de Aveiro vá estudar como é que a natureza levou milénios para consolidar terrenos por via de sedimentação ou acumulação de aluviões, o que deles fizeram o arroteamento levado a cabo por gerações e gerações durante centenas de anos e em que lapsos de tempo é que as rectro escavadoras dão cabo desse trabalho. E também a que ritmo se fez essa destruição, de região em região, desde 1965 e tomando como ponto de partida (pelo menos) as tais cartas do SEROA referenciadas por Marcelino Pereira da Rocha. Isso quanto à Ciência.
Quanto à Inovação seria útil a Universidade de Aveiro, também estudar o processo e seus custos de tentar com os meios tecnológicos disponíveis, replicar esses terrenos destruídos. E uma vez resolvidas as questões de granolometria mineralógica, de composições química, biológica e orgânica; explicassem como é que resolveriam a questão da réplica da localização mesológica desses terrenos. Exposição, micro clima, cota referida ao nível do mar, proximidade de cursos de água, lençóis freáticos, etc. etc. etc.

Este artigo foi retirado do blogue do Sr António Alves Barros Lopes cujo link é http://opesdareosa.blogspot.pt/







domingo, 18 de março de 2012

NOURIEL ROUBINI - A EUROPA MAS PRINCIPALMENTE OS PIGGS NO LIMITE

A taxa de crescimento potencial da zona euro (2%) é mais baixa que a dos Estados Unidos. Será difícil esta contrariar os efeitos da crise mesmo utilizando a política fiscal porque tem grande défices fiscais e grandes stocks de dívida pública proporcionalmente ao seu PIB em muitos casos perto ou acima de 100%. A UE além disso enfrenta sérios desafios a curto e longo prazo nomeadamente fraco crescimento de produtividade e populações envelhecidas. Nenhum destes problemas poderá ser resolvido facilmente.
Os PIGGS – Portugal, Itália, Irlanda, Grécia e Espanha estão em sérias dificuldades, porque as suas dívidas subiram em flecha e a sua competitividade diminuiu. A adoção do euro permitiu-lhes contrair mais empréstimos e consumir mais do que teria acontecido noutras circunstâncias. O boom do crédito resultante apoiou o consumo, mas também deu origem à subida de salários. Isto tornou as suas exportações menos competitivas. Ao mesmo tempo a burocracia excessiva e outros impedimentos estruturais desencorajaram o investimento em sectores muito especializados, muito embora nestes países os salários fossem inferiores á média europeia. A resultante mistura nociva de grandes défices na balança de transações correntes e défices orçamentais deixaram os países PIIGS fortemente endividados a bancos de toda a Europa. Todos estão extremamente alavancados, o que os torna uma fonte provável de contágio financeiro. Pior a grande valorização do euro aumentou a perda de competitividade, deixando-os ainda mais vulneráveis ao incumprimento e ameaçando sobrecarregar os membros mais ricos e mais saudáveis da União Europeia. A Alemanha e outros países passaram uma década a reduzir os seus desequilíbrios fiscais e a melhorar a sua competitividade através da reestruturação empresarial. No entanto aconteceu o contrário na Itália, na Espanha, na Grécia e em Portugal, onde os desequilíbrios fiscais se mantiveram elevados e os custos de mão-de-obra subiram acima do crescimento de produtividade. Em consequência disso, temos agora duas Europas e não uma. O facto de a política fiscal estar nas mãos dos países individualmente limita o nível em que uma nação pode ajudar outra. Se estas divergências económicas persistirem e se agravarem, a união europeia monetária poderá quebrar-se. Qualquer estado membro que saia da união monetária e entre em incumprimento de dívidas detidas por outros Estados-membro poderá ser expulso da EU. Esse destino, inconcebível há alguns anos, tornou-se uma possibilidade muito real para os PIIGGS. Ano s de divergência económica e uma erosão de competitividade económica nestes países tornou esse desfecho muito mais provável que nunca. Estes países do Club Med (clube mediterrâneo) poderá entrar em incumprimento mais cedo do que se pensa, ameaçando a União Europeia e mergulhando potencialmente essas nações num caos do tipo que atingiu a Argentina em 2002 e a Islândia em 2008.

sábado, 17 de março de 2012

DOM JANUÁRIO FERREIRA, BISPO DAS FORÇAS ARMADAS DIZ QUE INJUSTIÇAS PODEM LEVAR À QUEDA DO GOVERNO

O dinheiro em Portugal tem sido usado «para muito disparate e muita injustiça» e para o favorecimento de alguns o que pode levar à queda do governo disse o Bispo. Depois de se saber que em 2011 um em cada quatro portugueses ou seja 25% da população, vivia em risco de pobreza ou exclusão social. Januário Ferreira garante que existe dinheiro mas este tem sido mal usado. Em declarações à TSF comentou que começa a sentir a dor «que antecede as quedas de regime».“Não me admira que, de escombro em escombro, este Governo pudesse ter horas contadas. Neste momento, em que ainda não fez um ano, isso seria uma tristeza para um País que não sabe consolidar e fomentar a devida estabilidade”, considerou. Dom Januário lamentou que os pobres só entrem na agenda política em época de eleições, frisando que o Orçamento do Estado bem como os orçamentos das autarquias deviam colocar os pobres em primeiro lugar. “A questão social é vista no País como uma solidariedade ultrajante”, com alguns a olharem de cima para baixo, sempre com receio que os mais pobres «subam demais», analisou.

Para ouvir a entrevista da TSF clique AQUI

sexta-feira, 16 de março de 2012

DETENTORES DE DÍVIDA PORTUGUESA PREOCUPADOS COM CORTE

O custo de seguro da dívida de Portugal contra o incumprimento esteve em níveis recorde e os juros das obrigações mantiveram-se em nível elevado entre preocupações de que um possível segundo resgate para o país em 2013 deverá incluir uma restruturação (haircut) da mesma tipo modelo grego para o setor privado detentor obrigacionista.
Preocupações têm assolado os especialistas que Portugal não será capaz de retornar aos mercados de financiamento no próximo ano, forçando-o a pedir um segundo pacote de resgate.
A cinco anos o credit -default swap um derivado que funciona como um contrato de seguro para o incumprimento da dívida subiu a um nível recorde na continuação da tendência que começou na semana passada após a baixa da notação de crédito da Standard&Poor’s para a condição de lixo.
A cinco anos de Portugal o CDS foi recentemente 0,13 ponto percentual maior em 12,7 pontos percentuais, segundo dados do provedor Markit. Isto significa que agora custa uma média de 1,27 milhões dólares por ano para segurar US $ 10 milhões dólares da dívida do país.
O movimento veio em contraste com o tom geral na Europa. O índice SovX Europa Ocidental, que os investidores podem usar para comprar ou vender credit-default swaps sobre um cabaz de 15 mutuários soberanos, foi de 0,02 ponto percentual mais apertado em 3,26 pontos percentuais.
As obrigações do governo de Portugal a 10 anos estavam a render 13,73%. O juro permanece elevado após alguns investidores serem forçados a vender a dívida na semana passada após a baixa de notação da S&P. Com o CDS, se um mutuário não pagar, os vendedores compensam os compradores.
Os comerciantes têm apontado que isso significa muitos participantes do mercado está mais dispostos a vender CDS de Portugal, sob o raciocínio que deve encontrar-se em Portugal uma situação semelhante à Grécia, em que os contratos Portugueses não pagarão tanto.

Este artigo foi retirado parcialmente do Wall Street Journal cujo na integra pode consultar AQUI

LIMITE SUPERIOR DO PREÇO DO OURO É LIMITADO



quinta-feira, 15 de março de 2012

USAR E DEITAR FORA

Muito se tem escrito sobre a fraude que constitui a persistente tentativa do Governo e do patronato em equivaler “produtividade” e competitividade a mais horas de trabalho, à redução de férias e à eliminação de feriados, procedendo à completa desregulamentação do horário de trabalho. Pululam por aí “sumidades” que se entretêm a lançar “bitaites” sobre a grave situação que afecta grande parte da sociedade, sem darem conta do ridículo em que caiem. Há dias, calhou-me em “sorte” uma. Começou por lançar o barro à parede, que talvez, pela falta de chuva, saiu de má qualidade e, azar, não colou. Uma das tentativas dizia respeito à velha balela que os portugueses são os que menos trabalham na EU. Após tal desaforo, fui confrontado e convidado a conhecer os dados. É que os dados existem, são da insuspeita OCDE e confirmam a denúncia de fraude. Dos países que integram esta organização, A Grécia tem o segundo maior número de horas de trabalho anuais por trabalhador: 2017 horas. O primeiro com 2068, é o Chile. Portugal, 1714 horas, está muito à frente das 1408 horas da trabalhadora Alemanha ou das 1439 horas da França. Mas, o PIB produzido por hora trabalhada em Portugal é apenas 59,7% do valor correspondente na Alemanha e 55,5% do da França, (e o da Grécia 62,6% e 58,2%). O do Chile (35,8% e 33,2%). Ora, como é habitual nestas “sumidades”, à falta de argumentos dizem enormidades assim: “os trabalhadores que vocês dizem que trabalham, não fazem nada”…
Estava-se em plena rua, a obra do homem trabalhador estava ali, à frente dos olhos, com edifícios para habitação, comércio e milhentas actividades públicas e privadas, escolas, infantários, hospitais, jardins, pavilhões desportivos, espaços de bem-estar e lazer, além do que nas entranhas da terra penosamente se escavou para os cidadãos terem acesso a equipamentos fundamentais para a qualidade de vida, assim como o asfalto ou a calçada que calcorreamos, mais as viaturas e múltiplos equipamentos, fruto do avanço tecnológico e cientifico, e graças ao esforço arte e engenho dos trabalhadores, quase sempre mal renumerados. Não há dúvida, o maior cego é aquele que não quer ver…
Entretanto, um dia após Vítor Gaspar dar a sua versão da reunião com a TROIKA e da meta do desemprego para 2012 ser de 14,5%, os dados referentes a Janeiro atingem já 14,8%, com o perturbante número do desemprego jovem a atingir 35,4%. Afinal, como é?
Dados do Instituto Ricardo Jorge confiram o aumento de mortalidade. Em seis dias de fevereiro registam-se mais de 3000 óbitos e em duas semanas 6100 – a maioria das pessoas com mais de 65 anos – provavelmente associados “ ao período de frio e à circulação de agentes infecciosos respiratórios que ocorreu em simultâneo”. Embora se esperem explicações mais exactas, avança-se que carências diversas possam estar na origem do fenómeno. Tais como, parte da população não ter capacidade para aquecer as casas, para comprar medicamentos, para pagar taxas de saúde, ou mesmo para comprar alimentos. Afinal, fruto da acção de um Governo, que não hesita em lançar uma grande parte da população na miséria. Para o Governo, as pessoas são para usar e deitar fora.

Artigo de Carlos Vale publicado no Jornal Povo da Beira

quarta-feira, 14 de março de 2012

NASSIM TALEB – NÃO TENHO ALTERNATIVA DO QUE POSSUIR ACÇÕES

A situação económica dos EUA é tão má disse o autor de "O cisne negro", que que "não tenho escolha a não ser possuir acções " para "preservar a minha situação financeira."
"Eu tenho acções". "Eu não confio em títulos do Tesouro. Eu prefiro ter um dividendo do que um cupão. Eu tenho medo da hiperinflação. Então eu não tenho alternativa, a não ser possuir acções e algum stock de imóveis para preservar a minha situação financeira."
Também tenho "alguns euros", porque apesar da má imprensa, eu conheço os problemas da Europa", mas os EUA não.
Taleb, que está em processo de atualização do seu livro de 2007, considera o "cisne negro" um evento para ser algo sem direção e imprevisível. Mas ele disse que os problemas económicos atuais norte-americanos têm anos, causando-lhe desconfiança o governo Obama, os republicanos no Congresso e todos os adversários presidenciais republicanos – excepto o congressista do Texas Ron Paul.
"Apenas um candidato, Ron Paul, está a dizer as coisas certas para os problemas que estamos a enfrentar". "Sou uma pessoa baseada no risco. Do meu ponto de vista só há um candidato que representa as políticas certas."
Eu acredito numa América que ressalta. "Nós não alcançamos isso através de resgates". "É preciso que a economia fique vital. Você precisa de uma taxa de insucesso. O que é frágil deve quebrar cedo."
Os planos de Ron Paul, que incluem fazer cortes drásticos no governo, terminar com resgates corporativos e abolir a Reserva Federal pode "curar as questões fundamentais. Ele é contra a emissão de novocaína. Se você tem um problema grave, tem que ir à raiz. Essa é a única opção você tem. Você tem que começar com um orçamento de governo que tenha controle. Você não pode jogar com o dinheiro das futuras gerações. "
A América pode viver com austeridade? "Estamos a fazer isso com os gregos". "Nós devemos fazer a nós mesmos. Nós queremos empregos, queremos uma economia saudável. Eu quero viver num país que tem a energia para reconstruir coisas. Esta está desaparecida. Temos um governo metastático... Você precisa fazer alguma coisa drástica. "
Todo o sistema "está podre", acrescentou. "Os conselheiros em torno de [o Presidente] Obama, que eram parte do problema eram amigos com os banqueiros. Eu não confio nos republicanos com déficits. Olhe para o que tínhamos sob os governos republicanos, incluindo George [W.] Bush. Eu quero os principais problemas a serem abordados e uma limpeza grande.
Eu não me importo com as possibilidades [de Ron Paul]. Eu apoio. Não temos outras soluções. É meu dever como cidadão e contribuinte que não quer ser enganado a longo prazo por burocratas".

Nassim Taleb é professor em New York University e autor de "O cisne negro”: O Impacto do altamente improvável '

terça-feira, 13 de março de 2012

QUAL É O TEU VALOR DE MERCADO?

“Qual é o teu valor de mercado, mãe? Desculpa escrever-te uma pequena carta, mas estou tão confuso que pensei que escrevendo me explicava melhor.
Vi ontem na televisão um senhor de cabelos brancos, julgo que se chama Catroga, a explicar que vai ter um ordenado de 639 mil euros por ano na EDP, aquela empresa que dava muito dinheiro ao Estado e que o governo ofereceu aos chineses.
Pus-me a fazer contas e percebi que o senhor vai ganhar 1750 euros por dia. E depois ouvi o que ele disse na televisão. Vai ganhar muito dinheiro porque tem o seu valor de mercado, tal como o Cristiano Ronaldo. Foi então que fiquei a pensar. Qual é o teu valor de mercado, mãe?
Tu acordas todos os dias por volta das seis e meia da manhã, antes de saíres de casa ainda preparas os nossos almoços, passas a ferro, arrumas a casa, depois sais para o trabalho e demoras uma hora em transportes, entra e sai do comboio, entra e sai do autocarro, por fim lá chegas e trabalhas 8 horas, com mais meia hora agora, já é noite quando regressas a casa e fazes o jantar, arrumas a casa e ainda fazes mil e uma coisas até te deitares quando já eu estou há muito tempo a dormir.
O teu ordenado mensal, contaste-me tu, é pouco mais de metade do que aquele senhor de cabelos brancos ganha num só dia. Afinal mãe qual é o teu valor de mercado? E qual é o valor de mercado do avozinho? Começou a trabalhar com catorze anos, trabalhou quase sessenta anos e tem uma reforma de quinhentos euros, muito boa, diz ele, se comparada com a da maioria dos portugueses. Qual é o valor de mercado do avô, mãe? E qual é o valor de mercado desses portugueses todos que ainda recebem menos que o avô? Qual é o valor de mercado da vizinha do andar de cima que trabalha numa empresa de limpezas?
Ontem à tardinha ela estava a conversar com a vizinha do terceiro esquerdo e dizia que tem dias de trabalhar catorze horas, que não almoça por falta de tempo, que costumava comer um iogurte no autocarro mas que desde que o motorista lhe disse que era proibido comer nos transportes públicos se habituou a deixar de almoçar. Hábitos!
Qual é o valor de mercado da vizinha, mãe? E a minha prima Ana que depois de ter feito o mestrado trabalha naquilo dos telefones, o “call center”, enquanto vai preparando o doutoramento? Ela deve ter um enorme valor de mercado! E o senhor Luís da mercearia que abre a loja muito cedo e está lá o dia todo até ser bem de noite, trabalha aos fins-de-semana e diz ele que paga mais impostos que os bancos?
Que enorme valor de mercado deve ter! O primo Zé que está desempregado, depois da empresa onde trabalhava há muitos anos ter encerrado, deve ter um valor de mercado enorme! Só não percebo como é que com tanto valor de mercado vocês todos trabalham tanto e recebem tão pouco! Também não entendo lá muito bem – mas é normal, sou criança – o que é isso do valor de mercado que dá milhões ao senhor de cabelos brancos e dá miséria, muito trabalho e sofrimento a quase todas as pessoas que eu conheço!
Foi por isso que te escrevi, mãe. Assim, a pôr as letrinhas num papel, pensava eu que me entendia melhor, mas até agora ainda estou cheio de dúvidas. Afinal, mãe, qual o teu valor de mercado? E o meu?”

Artigo publicado por Francisco Queirós no Diário as Beiras

O gráfico acima colocado relaciona o consumo e o rendimento, sendo que, quanto mais próximo o seu valor estiver de 1, menor será a disparidade entre os rendimentos mais elevados e os mais reduzidos.

domingo, 11 de março de 2012

O MOTORISTA FÓRMULA 1 DO PSD CONTRATADO POR AJUSTE DIRECTO

A imaginação destes paladinos da “transparência”, “austeridade” e da “equidade social” não tem limites! A Nova habilidade da originalidade dos governantes na tentativa de empregarem o maior número possível de boys sem o povo dar por isso não pára de aumentar. Alguns espertalhões como o Relvas iludiram o site do governo e o DR (diário da república) inventando adjudicações. Deixam de contratar funcionários para fazerem adjudicações por serviços. Assim esperam que ninguém dê por eles. Desta forma o Relvas pode pagar a um motorista como se ele fosse piloto de provas no autódromo do Estoril. Esta gente campeã da austeridade não para de gozar com o povo.
ALEXANDRE JOSÉ PINHEIRO MEIRELES CONTRATO POR 912 DIAS
73 446 EUROS NADA MAU. Já agora não têm uma vaga para mim!
Clique AQUI para ver o contrato e AQUI para o já recebido

sábado, 10 de março de 2012

UM DOS MOTIVOS DA ACTUAL CRISE FINANCEIRA A ANULAÇÃO DA LEI DE GLASS-STEAGALL

A LEI DE GLASS-STEAGALL de 1933 nos EUA que surgiu devido à Grande Depressão consistia basicamente na proibição dos bancos a operarem no sector de retalho (bancos comerciais) de se envolverem em atividades de investimento, como a subscrição e a venda de títulos (titularização de hipotecas). A desregulamentação da banca a nível mundial designadamente com a revogação em 1999 de tal lei permitiu aos bancos comerciais tornarem-se também bancos de investimento.
A reforma no sector bancário passa por recuperar a filosofia Glass-Steagall de separar «a banca de utilidade pública» da «banca de investimento» com os bancos do sector do retalho aqueles que servem o público autorizados a correr apenas riscos moderados, deixando os empréstimos de alto risco para os bancos de investimento. O princípio claro subjacente a esta ideia é a de que os bancos que usufruem de garantias de depósito e facilidade de acesso ao crédito junto do banco central, não devem dedicar-se a atividades de risco, jogando com o dinheiro dos depositantes ou dos contribuintes; os bancos de investimento, a que seria dada liberdade para jogarem com o dinheiro dos seus investidores, deveriam ser impedidos de aceitar depósitos da área do retalho e excluídos de quaisquer medidas de auxílio estatais. Esta foi uma das razões da atual crise financeira que foi despoletada em 2008 nos EUA com a crise do subprime e que alastrou para todo o mundo. A experiência do passado serve para prevenirmos erros futuros pelo que tal lei devia ser de novo acionada.

sexta-feira, 9 de março de 2012

O SALÁRIO DOS EURODEPUTADOS, E O IMBRÓGLIO ENTRE LEO MESSI (BARCELONA) E PEPE (REAL MADRID)

Sabe quanto ganha um eurodeputado? Um deputado no Parlamento europeu recebe 7.956,87 euros brutos por mês e tem direito a mais 4.299 euros mensais para “despesas gerais”. Tem as viagens pagas e até 423 euros anuais para deslocações em missões de representação fora da União Europeia. Mas as benesses não ficam por aqui. Ainda recebe uma diária de 304 euros de senha de presença para estar nas reuniões oficiais no Parlamento e ajudas de custos adicionais de 152 euros se as reuniões forem fora da comunidade europeia. A partir dos 63 anos tem ainda direito a uma reforma de 3,5% do salário por cada ano de mandato completo em Bruxelas ou Estrasburgo. Isto não são eurodeputados, são dinheiro-deputados. E sabe o que faz um eurodeputado? Por exemplo aqui há tempos dois deles interpelaram a Comissão Europeia denunciando o comportamento do Pepe, jogador do Real Madrid, no confronto contra o Barcelona em que pisou a mão de Leo Messi. Estes dois senhores, com assento no parlamento europeu estão indignados e querem que a Comissão se pronuncie. E deram-se ao trabalho de enviar uma carta a Durão Barroso: “ Acredita a Comissão Europeia que estes feitos tão graves, vistos por milhões de pessoas incluindo crianças, devem ficar impunes?” Agora já sabemos quanto ganham os eurodeputados e o que fazem alguns deles no Parlamento, o que apraz dizer? Tenham santa paciência! E depois vêm dizer que a culpa da Europa (a tornar-se um museu economicamente falando), estar afundada na maior recessão desde a Grande Depressão ocorrida nos anos 30 é da chanceler Angela Merkel.
Numa altura em que a Europa está a ensaiar uma espécie de Governo Europeu, fortalecendo o papel da fiscalização do Parlamento Europeu, este é um bom exemplo daquilo em que se transformaram os corredores de Bruxelas. Mas a culpa não é de quem lá está. É de quem lá os pôs. Os partidos nacionais escolhem muitas vezes, os seus “representantes” europeus não em função do mérito, ou capacidade de criação de valor, mas em função dos seus próprios interesses. Quando um partido envia um dos seus para o Parlamento Europeu é porque quer dar um prémio de consolação a um candidato que foi derrotado numas eleições nacionais ou porque o putativo eurodeputado é uma voz dissonante dentro do Partido e o melhor é ser “despachado” para Bruxelas. Há outros partidos que enviam os seus “emissários” para ganharem currículo político na incubadora de Bruxelas e há outros que escolhem personalidades supostamente independentes da sociedade para dar um ar de pluralidade, desde que exerçam essa independência longe. Não é só o Pepe que merecia um cartão vermelho.

quinta-feira, 8 de março de 2012

O PETRÓLEO É A NOVA GRÉCIA



A subida de preços do petróleo têm deslocado a Grécia como uma fonte de ansiedade dos investidores, diz um relatório novo do HSBC, avisando de que se a tendência dos preços do petróleo persistirem, uma fraca recuperação económica no mundo desenvolvido poderia rapidamente ser prejudicada, e a inflação poderia retornar aos mercados emergentes.
Os preços do petróleo subiram para todos os tempos em termos de euros e libras esterlinas nos últimos dias e estão a rondar os US $ 147 dólares por barril perto da subida observada em 2008, principalmente como resultado das tensões crescentes no Irão.
Stephen King chefe economista do HSBC disse num relatório que a sanções contra o Irão já conduziu a suprir as carências o que sem dúvida aumentou os preços do petróleo.
"Será que o Irão desenvolveu uma capacidade nuclear, haverá uma guerra com Israel ou, na verdade com os EUA, e num bizarro ato auto defesa de retaliação, o Irão poderia ser tentado a fechar o Estreito de Ormuz", perguntou.
King apontou que o aumento dos preços do petróleo no entanto não era apenas um resultado de tensões geopolíticas. Uma explicação para o aumento mais recente é o impacto da flexibilização quantitativa.
"Se a oferta de papel em dinheiro é constantemente aumentada, o seu valor cairá em relação a lojas alternativas de valor".
"Este argumento tem ressonância particular dada não só a flexibilização quantitativa nos EUA e Reino Unido, mas, além disso, a LTRO do BCE (operação de refinanciamento de Longo Prazo) e a renovação do Banco do Japão para o entusiasmo da impressão".
A mudança no equilíbrio do crescimento global em direção ao mundo emergente está também entre as causas do aumento dos preços do petróleo, de acordo com o HSBC.
“Quanto tempo os preços ficariam altos depende exclusivamente da política no Médio Oriente Oriente Médio. Nós no entanto certamente sabemos por experiência amarga anterior, que a grande reviravolta política na região ameaça um aumento significativo dos preços do petróleo”.
"Pense $ 150 ou mesmo US $ 200 dólares o barril".
Mas, mesmo na ausência de agitação política, era válido pensar sobre a possibilidade dos preços mais elevados do petróleo.
"O maior desafio, na nossa opinião, é a rotação global do crescimento no mundo desenvolvido".
Os investidores procurando proteção contra os preços elevados do petróleo faria bem em comprar reservas de petróleo, acrescentou no relatório.
"As valorizações são atraentes e oferecem uma cobertura decente em caso de uma deterioração importante das condições no Oriente Médio".

segunda-feira, 5 de março de 2012

OS RECEIOS AUMENTAM DE QUE PORTUGAL NECESSITE DE UM SEGUNDO RESGATE FINANCEIRO

Os investidores, economistas e políticos estão cada vez mais preocupados que Portugal vá precisar de um segundo resgate, com os receios de que não será capaz de retornar aos mercados de financiamento no próximo ano.
Enquanto as finanças do Governo Português estão protegidas este ano, desde que ele cumpre com o seu acordo de resgate, Portugal tem que recuperar o pleno acesso aos mercados de capitais no próximo ano para ajudar a pagar € 9 biliões (11.640 milhões dólares) em dívida a vencerem em Setembro de 2013.
Por enquanto a data ainda está longe, o Fundo Monetário Internacional poderia exigir a Portugal para apresentar o seu plano de financiamento um ano inteiro pela frente antes de libertar mais ajuda, como aconteceu com a Grécia. E como com a Grécia, o FMI pode exigir termos frescos de resgate torna-se claro que o país não será capaz de retornar ao mercado num ano. Dados os juros exigidos pelos investidores aos títulos de Portugal, os economistas temem que pode tornar-se o caso.
"O pressuposto do programa que o governo pode começar a emitir novamente títulos de dívida a longo prazo novamente em 2013 também parece problemático", o Instituto de Finanças Internacionais, que representa os credores privados nas suas negociações com o governo grego, disse num relatório sobre Portugal. "Com os juros dos títulos do Estado Português ainda acima de 12%, apesar dos declínios recentes, esta hipótese parece pouco provável que seja realizada, mesmo que as metas do deficit fiscal sejam cumpridas."
No fim-de-semana, o primeiro-ministro Pedro Passos Coelho reconheceu que a pressão sobre Portugal foi crescendo por causa da instabilidade entre os países da zona euro e o downgrade S & P. Ele disse que o país não precisa de mais dinheiro ou tempo para implementar seu programa.
" A rendibilidade das obrigações e os custos de seguro da dívida Português contra o incumprimento atingiram níveis recordes, levando os investidores a dizer que os detentores da dívida de Portugal poderão sofrer perdas nos seus investimentos, como ocorreu na Grécia.
"Os obrigacionistas devem certamente perceber que Portugal tem muito pouco a perspectiva realista de pagar de volta as suas dívidas na totalidade", disse Michael Derks, corretor estratega-chefe estrangeiro de câmbio da FxPro. "As discussões serão iniciadas sobre o tamanho das margens que os obrigacionistas Portugueses poderão ter de tomar", acrescentou. "Alguns sugerem que ela pode ser até um terço. Agora, esse parece ser o melhor cenário possível".
Portugal difere da Grécia, em muitos aspectos, incluindo o fato de o seu governo ter uma maioria no Parlamento o que lhe permite passar as medidas de austeridade para cumprir as metas fiscais com mais facilidade. Portugal também tem visto pouca agitação social. Sindicatos e empregadores concordaram numa ampla reforma trabalhista a ocorrência de despedimentos e cortes salariais mais fáceis, algo que a Grécia e outros países periféricos da zona euro têm lutado por anos.
O governo também tem sido capaz de cumprir as metas do défice orçamental de 2011, apesar de que foi em grande parte devida a alguns ativos de pensão dos bancos terem sido transferidos para o sistema de segurança social.
Mas Portugal está perto da Grécia num ponto principal: o seu programa de resgate assumiu que a economia iria melhorar muito e muito rápido.
Alguns economistas dizem que a nova previsão económica do governo (3,3% de contração) ainda pode ser muito alta, porque o consumo interno continua a cair muito mais rápido do que o esperado, e as exportações não irão fornecer o impulso esperado para a economia, dada a desaceleração do comércio global.
O economista do Citigroup Juergen Michels estimou que a economia de Portugal poderá contrair 5,8% este ano e 3,7% em 2013, enquanto o governo está a prever um crescimento modesto para 2014.
Durante a avaliação trimestral do programa de Portugal em dezembro, o representante do FMI Poul Thomsen sinalizou que havia espaço para a flexibilidade nas metas fiscais "se houver ventos fortes vindo para a Europa."
A flexibilidade, no entanto, poderá ser de curta duração, se os líderes europeus concordarem com um acordo de pacto fiscal que exigirá deficits a serem cortados para menos de 1% do produto interno bruto até 2015.
Sob o resgate, Portugal deve reduzir o seu deficit orçamentado para 4,5% do PIB este ano e de 3% no próximo ano, de 9,8% ocorrido em 2010.

Este artigo foi retirado parcialmente do Wall Street Journal cuja totalidade podem ver AQUI

domingo, 4 de março de 2012

A CORRUPÇÃO É PROPORCIONAL À DEMOCRACIA

Os homens são atormentados pelo pecado original dos seus instintos anti-sociais, que permanecem mais ou menos uniformes através dos tempos. A tendência para a corrupção está implantada na natureza humana desde o princípio. Alguns homens têm força suficiente para resistir a essa tendência, outros não a têm. Tem havido corrupção sob todo o sistema de governo. A corrupção sob o sistema democrático não é pior, nos casos individuais, do que a corrupção sob a autocracia (É uma forma de governo na qual há um único detentor do poder. Pode ser um líder, um comité, uma assembleia).
Há meramente mais, pela simples razão de que onde o governo é popular, mais gente tem oportunidade para agir corruptamente à custa do estado do que nos países onde o governo é autocrático. Nos Estados autocráticos organizados, o espólio do governo é compartilhado entre poucos. Nos Estados democráticos há muito mais pretendentes, que só podem ser satisfeitos com uma quantidade muito maior de espólio que seria necessário para satisfazer outros aristocratas.
A experiência demonstrou que o governo democrático é geralmente muito mais dispendioso do que o governo por poucos. “São os mais corruptos que mais falam em democracia”

sábado, 3 de março de 2012

HENRY PAULSON - CRISE EUROPEIA LEVARÁ ANOS PARA RESOLVER

Embora haja semelhanças com o que os Estados Unidos passaram no início da crise financeira, os problemas na Europa são mais complexos e levarão anos para se resolverem, disse Henry Paulson, o ex-secretário do Tesouro dos EUA e fundador do Instituto Paulson.
“Existe similaridade [com a crise financeira nos EUA], em certos aspetos. Isto vem acontecendo há muito tempo e acho que vai demorar anos para jogar fora".
Paulson, que serviu como secretário do Tesouro, quando a crise do crédito do subprime das hipotecas explodiu, causando a pior crise económica no mundo desde a Grande Depressão, disse que na época os EUA estavam diante de uma "colisão de forças políticas e forças de mercado".
"Isto é o que realmente está a ocorrer na Europa"."As questões estruturais em torno da UE são muito difíceis."
“A coisa mais importante é proteger os bancos de uma grande falha que poderia arrastar para baixo todo o sistema bancário”.
"Quando você olha para o Lehman Brothers - Eu acredito que o Lehman Brothers era um sintoma, tanto quanto qualquer coisa - eu não penso que isso é a analogia correta. A única coisa que devemos tirar do Lehman Brothers é que não queremos uma sistémica grande instituição falhar e não queremos que aconteça, com um Estado-Membro [na Europa] ".
Na sua opinião Banco Central Europeu Mario Draghi Presidente deu "um grande passo" para estabilizar os bancos com a injeção de liquidez "em massa".
O BCE lançou uma operação de refinanciamento de prazo alargado (ORPA), em Dezembro, oferecendo aos bancos três anos de empréstimos à taxa recorde baixa de juros a 1% e outro ORPA está prevista.
O importante é que um incumprimento da dívida grega não aconteça de uma forma "confusa",
acrescentou: "O povo americano não gosta de resgates financeiros, ninguém gosta, mas eles são certamente melhor do que a alternativa, que seria uma catástrofe. "
Os bancos americanos estão muito mais capitalizados do que há alguns anos atrás e melhor regulados e a sua exposição à dívida soberana da União Europeia é viável, mas ainda "Eu não gostaria de testar esse firewall... se você tivesse uma catástrofe lá. E eu não estou à espera disso ".
“As crises financeiras resultam de políticas governamentais erradas e não é culpa exclusivamente dos bancos, apesar do fato de que eles terem feito um monte de erros”.
"Wall Street vai passar por isso, Wall Street fez um monte de erros... crises financeiras decorrem de falhas em políticas governamentais. Sempre."
"Esta foi uma enorme crise de crédito. Eu disse que os americanos pediram muito e economizaram muito pouco? Existem falhas nas políticas governamentais ".
Mas enquanto os bancos trabalharam para corrigir os seus erros e muito foi feito para fortalecer o sistema bancário, as políticas governamentais que levaram à crise de crédito ainda precisam ser mudadas”.
"Eu acho que vai demorar anos até chegarmos a uma taxa de desemprego aceitável. Irá preciso ter uma maior taxa de crescimento do que já tivemos para criarmos um maior número de empregos".
"Não estou a ser alarmista, apenas acho que até lidarmos com as questões estruturais enormes que temos... não estamos a ir para obter o tipo de crescimento que precisamos."
Paulson disse que não havia dúvidas, a economia precisa de mais receitas fiscais, mas que todo o sistema tributário deve ser reformulado.
"A questão não deve ser o que fazemos com esta taxa ou aquela taxa que deveria ser e qual a forma de impostos nos dará o crescimento econômico? Precisamos de um novo sistema e eu fui para um sistema onde tínhamos de eliminar as deduções... e baixar as taxas e ter algo que nos fará competitivos ".
O governador do banco central chinês Zhou Xiaochuan disse que a China continuará a investir em dívida pública da zona euro e irá desempenhar um papel maior na resolução dos problemas na área através do Fundo Monetário Internacional e do fundo de resgate FESF (fundo europeu de estabilização financeira), aumentando as esperanças de uma solução.
"Os chineses são investidores em todo o mundo e eles querem investir muito mais. Acho que eles estão a olhar para investir na Europa, nos EUA, enfim estão a procurar investir em todos os lugares".
Mas ao mesmo tempo, as empresas chinesas, bem como os funcionários do governo, estão preocupados com a Europa, acrescentou.
"O trabalho deles não está a tornar-se mais fácil continuar a crescer e atender às necessidades do povo chinês."
As condições de vida melhoraram dramaticamente nos últimos 10-20 anos, mas a China, com seu 6 triliões de dólares do produto interno bruto ainda continua anã comparada com os 14 triliões dos EUA e os 16 triliões da Europa, tem muitas reformas a realizar.
"A China tem alguns desafios reais". "Eles precisam acelerar o processo de reforma. Atualmente existe risco para eles se abrandam do que se forem rápido demais."
"Eu acredito que vamos ver mais liberdade política, mais liberdade pessoal, porque eles seguirão inevitavelmente a liberdade económica".

sexta-feira, 2 de março de 2012

ORDEM DOS ENFERMEIROS DIZ QUE POR DIA DEZ ABANDONAM O PAÍS

O novo bastonário da Ordem dos Enfermeiros denunciou que mais de 1700 enfermeiros emigraram no ano passado e que só nas primeiras três semanas deste ano 200 destes profissionais solicitaram declarações para sair do País.
Na sua primeira apresentação aos deputados da Comissão de saúde, em que falou das preocupações desta classe profissional, Germano Couto respondia a dúvidas levantadas sobre a situação dos enfermeiros em Portugal. Segundo o Bastonário estão inscritos 64500 enfermeiros, embora alguns não estejam a exercer, seja por estarem no estrangeiro ou em fase de aposentação. Mas o que mais preocupa o responsável é a “enorme vaga de emigração” de enfermeiros, o que se verifica pelo elevado número de declarações de habilitações solicitadas à ordem para efeitos de emigração e que revelam que no ano anterior emigraram cinco enfermeiros por dia. “Em 2011 foram solicitadas 1724 declarações o que significa que potencialmente este número de enfermeiros emigrou”, afirmou germano Couto.
O bastonário alertou ainda para o agravar desta situação em 2012, afirmando que “só nas primeiras semanas deste ano, 200 enfermeiros solicitaram a respectiva declaração”.

COMENTÁRIO: COM UM PAÍS CADA VEZ MAIS A FICAR ENVELHECIDO, COM UMA FAIXA ETÁRIA DA POPULAÇÃO OS IDOSOS A NECESSITAREM DE ATENÇÃO, NÃO SE PERCEBE O MOTIVO PARA TAL SITUAÇÃO OCORRER (fazendo um cálculo existem 6 enfermeiros para cada mil pessoas).

CADA EX-PRESIDENTE DA REPÚBLICA CUSTA 300.000 EUROS POR ANO