terça-feira, 5 de outubro de 2010

A ECONOMIA GLOBAL IRÁ SOFRER MAIS CRISES NOS PRÓXIMOS DEZ ANOS

A economia mundial vai sofrer um par de crises financeiras ao longo dos próximos 10 anos, porque as reformas financeiras não estão a ir na direcção certa, e não tem sido feito o suficiente, alertou Nouriel Roubini, presidente da Roubini Global Economics.
"Nada mudou fundamentalmente. Na minha opinião quando a reforma da regulamentação foi aprovada pelo Congresso dos EUA, foi demasiado pouca e tardia". Argumentou ainda que a economia mundial não iría escorregar num duplo mergulho, mas os efeitos ainda seriam sentidos. "Nós já estamos numa situação que se vai sentir como uma recessão”.
"Se existir surpresa de dados económicos sobre o lado negativo, nós vamos ter uma correcção dos mercados bolsistas, alargamento dos spreads de crédito, aumento da volatilidade, e aumento da aversão ao risco, o que leva a um choque para a economia real."
Roubini afirmou ainda que a flexibilização quantitativa pela Reserva Federal dos EUA não vai ajudar um mercado já inundado com excesso de liquidez.
"Neste ritmo de dinheiro fácil, em algum momento, bolhas e bolhas de crédito (são) já estão a ocorrer em algumas partes do mundo, como nos mercados emergentes".
"Os bancos dos EUA já estão sentados num 1 trilião dólares em excesso de reservas, e (ainda) não estão emprestando. Os problemas da economia são os problemas da solvência e do crédito, das casas, das empresas, dos bancos e não um problema de liquidez. Eu não acredito que a flexibilização quantitativa vá fazer muita diferença.
Roubini acredita que o governo Obama necessita de agarrar à cabeça o desemprego elevado no país, e sugere que a administração Obama aprove cortes de impostos na folha de pagamento por um par de anos.
Na disputa entre os EUA e a China sobre a taxa de câmbio do yuan, Roubini discordou da visão chinesa do primeiro-ministro Wen Jiabao de que uma valorização de 20 % iria levar à falência muitas empresas exportadoras do seu país.
A China é um, país que tem excesso de crescimento da produtividade e de salários pelo que pode pagar o preço de uma moeda valorizada sem os efeitos negativos sobre o crescimento económico.

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