domingo, 8 de maio de 2011

MEDINA CARREIRA - AS CLIENTELAS PARTIDÁRIAS NÃO ESTÃO INTERESSADAS EM APRESENTAR GOVERNOS CAPAZES

Numa entrevista dada no Meo o professor Medina Carreira deixou as seguintes afirmações:

A ALTERNATIVA À DITADURA É A POBREZA

PORTUGAL CAMINHA PARA A INSOLVÊNCIA SEMPRE QUE É GOVERNADO POR PARTÍDOS POLÍTICOS

FMI LUCRA 520 MILHÕES COM O NOSSO RESGATE

A PRÓXIMA GERAÇÃO SERÁ A DESGRAÇADA E NÃO A À RASCA


PARA VEREM A ENTREVISTA CLIQUEM AQUI



sexta-feira, 6 de maio de 2011

NOURIEL ROUBINI ACERCA DE NÓS E OUTROS

A única boa noticia boa para além do feito futebolistico foi a vinda do Economista Nouriel Roubini a Portugal onde fez alguns comentários sobre a nossa situação actual que foram:






Nouriel Roubini mais conhecido por dr doom no mercado por ter previsto a crise do imobiliário nos Estados Unidos no seu recente livro intitulado Economia de Crise que recomendo que leiam fez uma leitura sobre a Europa cujo algum conteúdo passo a transcrever:




A EUROPA NO LIMITE


A europa enfrenta desafios sérios a curto e longo prazo nomeadamente fraco crescimento de produtividade e populações envelhecidas. Nenhum destes problemas poderá ser resolvido facilmente.



Além do mais, um grupo de países da zona euro conhecidos como PIGS (Portugal, Irlanda, Grécia , Espanha) estão em sérias dificuldades. Nos últimos anos, as suas dívidas subiram em flecha e a sua competitividade diminuiu. A adpção do euro permitiu-lhes contrair mais créditos e consumir mais do que teria acontecido noutras circunstâncias. Pior, a grande valorização do euro em 2008/2009 aumentou a perda de competitividade, deixando-os ainda mais vulneravéis ao incumprimento e ameaçando sobrecarregar os membros mais ricos e saudavéis da União Europeia.


A Alemanha e outros países passaram uma década a reduzir os seus desiquilíbrios fiscais e a melhorar a sua competitividade através de reestruturação empresarial. No entanto, aconteceu o contrário na Irlanda, na Espanha, na Grécia e em Portugal, onde os desiquilíbrios fiscais se mantiveram elevados e os custos de mão-de-obra subiram acima do crescimento de produtividade. Em consequência disso temos agora duas Europas e não uma.


O facto de a política fiscal estar nas mãos dos países individualmente limita o nivél em que uma nação pode ajudar outra. Se essas divergências económicas persistirem e se agravarem, a união europeia poderá quebrar-se. Nenhuma união da moeda sobreviveu jamais sem uma união fiscal e política. A zona euro não tem mecanismos de partilha de despesas.


Qualquer Estado-membro que saia da união europeia e entre em incumprimento de dívidas detidas por outros Estados-membro poderá ser expulso da UE. Esse destino, inconcebivél há alguns anos , tornou-se uma possibilidade muito real para as autoridades em Atenas, Dublin, Madrid e Lisboa. Anos de divergência económica e uma erosão de competitividade económica nestes países tornou esse desfecho muito mais provavél que nunca.







quinta-feira, 5 de maio de 2011

MAIS UM TÃO AFAMADO "CONCURSO PÚBLICO"

Vejam este concurso anunciado no dia 30 de Março pela Autoridade Nacional de
Segurança Rodoviária.
Concurso para "Aquisição de serviços de elaboração de propostas de decisão
de propostas de contra ordenação".
Assim mesmo, tal qual. Algum de vocês entende que concurso é este e para
quê? Pois tem como preço base 1,200,000.00 euros.
Alguém vai ganhar UM MILHÃO E DUZENTOS MIL EUROS por apresentar uma
proposta para elaborar propostas de decisão de propostas de contra ordenação.
E é por estas e por outras que vamos pagar mais impostos. Este é o nosso país. E ainda se admiram da desconfiança da Alemanha e da Finlândia....
Quem será o amigo do PS que vai receber esta prenda de 1,2milhões de € !?

DIÁRIO DA REPÚBLICA 2ª série nº63 de 30 Março de 2011

Ismael Varanda

quarta-feira, 4 de maio de 2011

MEDO DO EURO ACABAR – COMPRAR DíVIDA DA EUROPA ORIENTAL

Enquanto os países da periferia da zona do euro se estão a afogar num mar de dívidas e relutância investidora, a Europa Oriental que há dois anos chocou os mercados está agora a brilhar longe dos holofotes.
Alguns dos países da região precisavam de ajuda da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional, mas as quantidades comparadas eram menores em relação agora ao socorro necessário para os países mais fracos da zona do euro.
Todos, com excepção da Polónia, passaram por profundas recessões, desemprego crescente e cortes nas despesas do governo sem piedade, mas conseguiram sair do outro lado em melhor forma do que muitos dos membros mais fracos da zona do euro, de acordo com analistas.
"Eu diria que o retorno de investimento na região é uma notícia positiva, isso cria um potencial de crescimento muito melhor", disse Juraj Kotian, o co-diretor de pesquisa macroeconómica na Erste Group.
Já há um ano, o incumprimento de swaps de crédito (CDS) ou o custo do seguro contra o incumprimento das dívidas para o Leste Europeu eram muito mais baratas que o das economias periféricas da zona do euro, enquanto as agências de rating ainda mantém altos índices nas últimas.
Entretanto, as agências reduziram as classificações dos países da zona euro, como Portugal, Irlanda, Grécia e Espanha, mas tem sido mais lentas em aumentarem a classificação para a Europa Oriental.
A Roménia, por exemplo, ainda é avaliada abaixo do grau de investimento, ou "lixo", mas as sua CDS são 200 pontos-base, enquanto o grau de investimento avaliado para, Portugal rondam em torno dos 500 pontos-base . A classificação da Grécia, entretanto desceu abaixo da Roménia e um recente relatório classificou a sua dívida pela segunda vez como uma das mais arriscadas do mundo numa lista elaborada.


Mercados um passo à frente


"Eu acho que a actual tendência de agravamento da notação mostra que os mercados estão um passo à frente das agências de rating na avaliação do risco", disse Kotian. O O deficit na conta corrente da Roménia diminuiu quando a crise a atingiu de 13% cento para 5% em apenas dois anos com aumento de desemprego e uma dolorosa contracção económica grave. Mas agora o país é menos dependente de financiamento externo, e vai começar a crescer novamente, de acordo com Kotian.
O governo está empenhado em prosseguir as reformas e, o FMI estima que "as medidas marginais " só são necessárias para trazer o deficit orçamental do próximo ano para 3 por cento do produto interno bruto. A Hungria no centro da tempestade uma vez fez provavelmente os maiores progressos, tanto no corte de despesa como na redução do seu deficit.
Para investidores que procurem exposição alemã, sem o euro "Se estão procurando um porto seguro e estão preocupados com o desmembramento da área do euro, devem ir para a República Checa, que é uma proximidade muito boa para a Alemanha, sem o euro", disse Kotian.
Na Europa Central e Oriental, as empresas estão "significativamente menos endividadas" e mais rentáveis do que na Europa Ocidental, segundo uma pesquisa da Erste Bank, que também mostra que as empresas na Irlanda, Espanha, Portugal e Bélgica, são os sectores mais endividados.
Entre as principais adversidades que enfrenta a Europa Oriental é o perigo colocado para as exportações por um enfraquecimento da área do euro e a exposição enfrentada especialmente pela República Checa e da Eslováquia, que são grandes exportadores e os preços elevados do petróleo, de acordo com Kotian. A região também é passível de sofrer no caso de uma reversão do risco em matéria de comércio, quando os investidores decidirem tirar capital dos países e activos percebidos como de maior risco, avisaram os analistas do UniCredit.
"A Polónia e a Turquia destacam-se como sendo os dois países mais vulneráveis em termos de uma saída de capital em caso de deterioração do apetite pelo risco a nível global."

terça-feira, 3 de maio de 2011

CÂMARA DE MATOSINHOS COMPRA ESTÁDIOS DO LEÇA E DO LEIXÕES

A aquisição foi aprovada com os votos favoráveis dos eleitos socialistas e do vereador do Desporto, Guilherme Aguiar, eleito pela coligação PSD/CDS, mas com quem o presidente da autarquia, Guilherme Pinto, estabeleceu uma aliança no início deste mandato.
Os vereadores da Associação Narciso Miranda Matosinhos Sempre votaram contra e hoje voltam a explicar, em conferência de imprensa, por que não concordam com esta opção. Também o PSD de Matosinhos – que retirou a confiança política a Guilherme Aguiar -, sempre combateu a aquisição dos dois estádios e iniciou mesmo a recolha de assinaturas para a realização de um referendo local sobre o assunto. Iniciativa que já não terá efeito prático, uma vez que a compra deverá ser aprovada de novo, amanhã, na Assembleia Municipal de Matosinhos, onde o PS é também maioritário.
A Câmara de Matosinhos irá comprar o estádio do Leça por 1.380.000 euros, à Parvalorem, uma empresa comparticipada pelo BPN, a quem este clube pedira um empréstimo de quase dois milhões de euros. A autarquia propõe-se pagar o equipamento em 60 prestações mensais (cinco anos) até ao montante máximo de 27.500 euros cada.
Já o estádio do Mar será pago ao Leixões e custará à câmara 4.980.000 euros. No momento da outorga da escritura pública, o clube recebe 750 mil euros mais 30 mil euros das acções que o município possui na SAD leixonense (estrutura que, deste modo, a autarquia abandona). Seguem-se depois 120 prestações (10 anos) de 35 mil euros.
No intervalo entre as duas reuniões, pública e privada, o presidente da Câmara de Matosinhos, Guilherme Pinto, justificou, aos jornalistas, a compra dos dois recintos desportivos: “Se os estádios se perdessem, nós tínhamos que encontrar espaço para materializar equipamentos idênticos como fizemos com as outras freguesias. Essas operações seriam mais caras do que as que estamos a fazer.” O autarca admitiu inclusive que está a equacionar a compra de um pavilhão de outra colectividade desportiva do concelho, tendo optado por não revelar de qual se trata, para já, para não prejudicar as negociações.
Questionado sobre quando é que se concretizará a compra dos estádios do Leça e do Leixões, Guilherme Pinto respondeu: “No momento seguinte em que esteja garantida o pagamento das dívidas ao Estado e que ambos estejam livres de encargos e ónus.”
Na mesma reunião privada do executivo foram ainda aprovadas as contas municipais de 2010, de novo com o voto contra dos eleitos da Associação Narciso Miranda Matosinhos Sempre. O documento comprova que o passivo da autarquia aumentou 9,7 milhões de euros face a 2009 – principalmente devido à dívida de curto prazo -, totalizando no final do ano passado 184,3 milhões de euros.

É CASO PARA DIZER NO DIA EM QUE A TROIKA (FMI,BCE,UE) SE PREPARA PARA REDUZIR PENSÕES ATÉ AO LIMITE DE 600 EUROS MAS QUE EXCELENTES AQUISIÇÕES! COM AUTARCAS DESTES QUEM PRECISA DOS MESMOS? CONCERTEZA JÁ DEVE ESTAR CONTABILIZADO NO PACOTE DE AJUDA ASSIM COMO A CONTA DO BPN QUE É UM BOCADINHO MAIS ELEVADA CERCA DE CINCO MIL MILHÕES. MAIS UMA DAS MUITAS CONTAS PARA OS PORTUGUESES PAGAREM.

O BCE ESTÁ A FINANCIAR A ESPECULAÇÃO DOS BANCOS

O financiamento actual do País, em particular o problema da divida soberana ou do Estado, tem estado no centro do debate económico e político actual.
No entanto, existe uma questão que tem sido sistematicamente omitida pelos comentadores oficiais que é o facto da especulação que se tem verificado em relação à divida soberana estar a ser financiada pelo Banco Central Europeu, o que é inaceitável.
Se esta questão não for resolvida rapidamente, e isso só se conseguirá com a eliminação da banca do circuito Estados-BCE, então colocar-se-á a países como Portugal, para não cair numa espiral de regressão económica e social sair da Zona do Euro. É o dilema que poderão enfrentar muito rapidamente .
O chamado Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF), com as condições que estão associadas, não impedirá a continuação da especulação como provam já os casos da Grécia e da Irlanda, e a sua entrada em Portugal, em ligação com o FMI, só contribuiria para tornar mais prolongada e profunda a recessão económica agravando ainda mais a situação social.
Não deixa de ser chocante a forma ligeira e mesmo irresponsável como alguns dos economistas que têm acesso fácil aos media defendem a entrada em Portugal do FEEF/FMI como fosse isso a solução para os problemas nacionais. É a fuga para a frente quando não se tem uma visão de futuro ou quando nada de novo se tem para dizer .
No estudo que envio analiso, com base em dados oficiais, as consequências para Portugal do caminho que se persiste em continuar, e a necessidade de enveredar por um outro .
Espero que este estudo possa ser um contributo para o debate nacional que é tão necessário para que Portugal possa sair do beco que o pensamento económico neoliberal e politico dominantes o levou.
Para visualizarem o estudo cliquem aqui

Eugénio Rosa - Economista

domingo, 1 de maio de 2011

OBTÉM UM PEQUENO AVISO PORTUGAL

A esperança dos Portugueses de imitarem os Beatles e conseguirem com uma pequena ajuda dos seus amigos, não importa que os € 80.000.000.000, 90.000.000.000 € ($ 115 bilhões a US $ 130 bilhões) de ajuda de que necessitam dificilmente qualificar-se como "pouco".
Portugal não pode pagar os empréstimos que estão vencidos, ou cobrir despesas correntes com as receitas fiscais geradas pela sua economia estagnada. Entre os seus amigos, que se propõem a emprestar-lhe dinheiro para pagar aos credores que estão prestes a bater à porta. A cura para muitas dívidas, acreditam os responsáveis políticos da zona do euro, é mais dívida, a mais favorável de preço que o mercado exige, mas dívida, no entanto. Isso seria óptimo se o problema de Portugal fosse tempo ao longe até que possa pagar aos seus credores. Mas esse dia nunca virá, desde que Portugal aderiu à linha da zona do euro com credores sempre presentes, não podendo desvalorizar a sua moeda, ou definir uma taxa de juros que aqueça a economia congelada, uma vez que mantém a economia movimentada da Alemanha superaquecida. "Os países da zona euro não tem nenhuma escolha para o incumprimento", concluem os economistas do Fathom Consulting. "Os países que são incapazes de sustentar o crescimento devem sair da zona do euro! Isso é o melhor para todos", diz o especialista em títulos e assessor político Jochen Felsenheimer. O Parlamento de Portugal pode ser empurrado para uma execução de austeridade ainda mais difícil.
Portugal tem conseguido um crescimento de apenas 1% ao ano na última década. Agora está em declínio com a sua economia a encolher a um ritmo de pelo menos 1,4%. Porque os salários aumentaram seis vezes mais rápido que a produtividade na última década, os custos são tão elevados que os produtos Portugueses estão arredados dos mercados mundiais.
Mas seus amigos do Banco Central Europeu, respondendo melhor às preocupações sobre a inflação de Berlim, aumentaram a taxa de juro para 2,6% na zona euro, que Lisboa não precisa para um estímulo de crescimento. Este é "no interesse de todos os membros", afirma Jean-Claude Trichet, presidente do BCE. Não importa que um aumento da taxa de juro é a última coisa necessária para as economias conturbadas e pagadoras de hipotecas em dificuldades não só de Portugal, mas da Grécia, Irlanda e Espanha. Mas ninguém nunca disse que cada um dos 17 países pode deslizar confortavelmente numa zona fixa de taxa de todo o interesse.
Primeiro golpe: as taxas de juros muito altas.
Para piorar, os amigos de Portugal irão ajudá-lo a começar insistindo pelo em que os ministros das Finanças europeus chamam de "ajuste fiscal ambicioso". Traduzido do burocratês, o que significa que o ministro das Finanças finlandês, Jyrki Katainen chama um programa de austeridade "mais rigoroso, mais difícil e mais abrangente do que o do Parlamento Português votou contra.
Segundo golpe: a democracia triunfa na eurocracia.
Com uma dívida mais curta, taxas de juros mais altas, e política fiscal mais apertada, uma combinação não é susceptível de produzir uma rápida recuperação económica. Mas isso não é o objectivo do exercício de resgate. Seu primeiro objectivo é proteger os bancos na Alemanha que mantêm € 46.500.000.000 de títulos do Estado Português e € 90 biliões em notas promissórias da banca de Portugal, Irlanda e Grécia. Um incumprimento Português, colocaria em reestruturações semelhantes o comboio da Grécia e da Irlanda, ocorrendo bancos descapitalizados. O que explica a vontade do chanceler alemã, Angela Merkel, de segurar os países atingidos, caso contrário, ela teria que puxar o tapete de volta e revelar a sujidade por baixo: os balanços questionáveis dos bancos da sua nação.
Terceiro golpe: os eleitores a suportarem a dor para protegerem os banqueiros ricos e os investidores das perdas.
Tornando a estrada menos concorrida, o que o leva para fora da zona euro. O reinventado escudo, sem dúvida, deixado cair como uma pedra, mas a um nível que faz a força de trabalho de Portugal sub-escolarizada e sub-treinada competitiva nos mercados mundiais. O povo Português pode então decidir se querem fazer as reformas necessárias para restaurar o valor da sua moeda, e para a competitividade da sua economia, ou ver o seu padrão de vida continuar a cair.
É claro que isso não vai acontecer: Aqueles dedicados ao euro e projecto europeu preferem manter a ficção de que Portugal está a sofrer uma crise de liquidez temporária, e que todos os seus amigos precisam fazer é segurá-lo. Infelizmente para eles, mais cedo ou mais tarde a realidade chega.

Os Portugueses tem uma escolha. A menos que uma união de transferência seja estabelecida, eles podem concordar com os contribuintes, trabalhadores, detentores de hipotecas e outros arcando com o custo dos investimentos realizados por investidores não informados, que violaram o risco, que é o que os seus amigos do euro querem que eles façam. Ou então podem desafiar os seus amigos, reestruturarem as suas dívidas, e escreverem numa lousa limpa fora da zona do euro. Eles já não cumpriram antes e viveram para pedirem emprestado noutro dia.

Este artigo foi retirado do Wall Street Journal