
Para entender a proposta keynesiana é necessário fazer a contextualização do periodo em que surgiu a Teoria Geral. A grande depressão ocorrida na decada dos 30 deixou evidente a incapacidade da escola neoclássica em explicar os fenómenos que ocorriam na sociedade. Por incrivel que lhes podia parecer, os mercados não se auto-regulavam e o equilibrio ocorria abaixo do pleno emprego. Também, era evidente o elevado indice de desemprego, baixos indices de investimento e baixa utilização capacidade de produção.
O aspecto mais importante identificado por keynes foi a INCERTEZA. Devido á incerteza, os individuos consumiam menos e os empresários investiam menos, gerando um circulo vicioso de baixo consumo, pouca receita dos empresarios, baixa expectativa de oportunidades, baixo investimento, pouco emprego, baixo rendimento, baixo consumo. Essa armadilha não seria desarmada pelas forças naturais do livre mercado (laissez-faire) mas sim somente pelo activismo do estado, reestabelecendo o nivel de consumo (procura efectiva) através de politicas económicas.
O motivo do estado actual da economia deve-se à incompetência dos economistas porque basearam-se num mercado eficiente e auto regulador, baseando-se em modelos matemáticos ignorando o principio da incerteza. Um dos maiores defeitos da economia actual é de se ter tornado um ramo da matemática aplicada. Foram as ideias erradas dos economistas que legitimaram a desregulamentação das finanças, a qual conduziu à explosão do crédito que culminou com a asfixia do mesmo.
Levar a incerteza a sério, algo que poucos economistas actualmente fazem, tem um profundo impacto, não só na forma como fazemos economia e a aplicamos, como para a compreensão de praticamente todos os aspectos da vida humana. A recuperação da filosofia de Keynes é necessária para os demais economistas começarem a levar a sério a incerteza.
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