terça-feira, 4 de setembro de 2012

RENDIMENTO MÁXIMO A VERGONHA DE PORTUGAL


O presidente Cavaco Silva, a primeira figura do Estado, é reformado. A segunda personalidade na hierarquia protocolar, Assunção Esteves, é igualmente pensionista. Também nos governos Nacional e regionais existem ministros que recebem pensão de reforma, como Miguel relvas ou até Alberto João Jardim.
No parlamento, há dezenas de deputados nesta situação. Mas também muitas câmaras são presididas por reformados, do Minho, ao Algarve, de Júlia Paula, em Caminha, Macário Correia, em Faro, Alfredo Henriques em santa Maria da Feira, Valentim Loureiro em Gondomar etc….é imensa a lista de políticos no ativo que têm direito a uma pensão. Justificam este opulento rendimento com o facto de terem prestado serviço público ao longo dos doze anos ou, em alguns casos, apenas oito. Esta explicação não convence, até porque uma parte significativa deste bando de reformados não só prestou qualquer relevante serviço à nação como ainda utilizou os cargos públicos para criar uma rede clientelar em benefício próprio. Foi graças a esta teia que muitos enriqueceram e acederam a funções para que nunca estiveram curricularmente habilitados. A manutenção até hoje destes privilégios e prebendas é inaceitável, em particular nos tempos de crise que atravessamos. Sendo certo que a responsabilidade poer este anacronismo não é de nenhum destes políticos e ex-políticos em particular – também é verdade que todos têm uma culpa partilhada por não revogarem este sistema absurdo que atribui tenças milionárias à classe que mais vem destruindo o País. Urge substituir este modelo pelo único sistema admissível que é o de que os titulares de cargos públicos, quando os abandonam, sejam indemnizados exatamente nos mesmos termos que qualquer outro trabalhador e que passem a reformar-se, como todos os restantes cidadãos, quando a carreira ou a idade o permita. É claro que dirigentes habituados a acumular reformas de luxo com bons salários jamais compreenderão os problemas dos que têm de viver com salário de miséria; ou sequer entenderão as dificuldades dos que sobrevivem apenas com pensões de valor ridículo. Não serão certamente estes reformados de luxo que conseguirão proceder às reformas estruturais de que Portugal tanto está a precisar. O país merece mesmo muito mais.

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