terça-feira, 13 de dezembro de 2011

O PAGAMENTO DA DÍVIDA

E o início do pagamento das portagens lá se concretizou esta semana. Sempre na lógica do utilizador pagador acabaram-se as auto estradas não portajadas. E se a medida até se pode perceber, já não se compreende o cálculo dos valores a pagar. Como é possível que estas vias estruturantes que não tem alternativas minimamente viáveis, e vão ser motivo de falência de muitas empresas, com o consequente aumento de desemprego, ter um custo por quilómetro superior à A1? Os preços das portagens deveriam ser revistos.
Outro assunto que permitiu vários tipos de comentários., alguns perfeitamente desnecessários, foi a polémica palestra de Sócrates, em Poitiers. Permitiu-se discorrer sobre um problema que é central no País – o pagamento da dívida que na totalidade pública e privada anda por volta dos 500 mil milhões de euros (coisa pouca pelos vistos). Não é assunto novo para ele, dado que já anteriormente (Paris 2010) tinha defendido abertamente o aumento dos défices públicos, chegando mesmo a afirmar que este aumento tinha permitido salvar o mundo de uma catástrofe económica, e considerando que a prioridade era a recuperação económica e a criação de emprego, defendendo o investimento nas grandes obras públicas como o TGV e o novo aeroporto, e não o pagamento da dívida. Esta semana na sua palestra escudou-se no estafado slogan de que existe uma campanha da direita contra a dívida e contra o Estado Social. Se é uma criancice o pagamento do que se deve, também seria boa altura para lhe lembrar que os grandes investimentos a que dedicou parte da sua governação só nos trouxeram mais endividamento, e representaram um enorme empurrão para a frente nos inevitáveis sacrifícios que estão a ser exercidos sobre os contribuintes. Adicione-se ainda mais as próximas privatizações que estão a decorrer com a consequente venda do que ainda dava lucro em Portugal e que foi conquistada com o suor dos portugueses ao longo de décadas. Sabemos que em política se têm de fazer opções e que não há tempo para arrependimentos. Mas no limite merecemos que este ex- responsável se mantenha calado, para não nos recordar o buraco para onde nos atirou e de o ter cavado ainda maior.
Sobre o Conselho Europeu, mais uma vez aconteceu ter acontecido o acordo possível mas não o suficiente porque o que interessa são números em cima da mesa e os que existem não dá para sossegar os mercados financeiros já que não chega para poder socorrer os Estados que estão em dificuldades na Europa.

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