quinta-feira, 8 de julho de 2010

A EUROPA TEM QUE VIVER COM O SEU MAIOR ERRO

O que antes era apenas uma hipótese entre um círculo de economistas agora é citado por vários especialistas como um dos principais motivos para o nervosismo do mercado: a possivel ruptura do euro, a moeda única que levou anos de negociação e diplomacia para nascer.
E não sem razão, alguns analistas acreditam que o desmantelamento da zona euro ou a saída de um mesmo país teria consequências incalculáveis para os mercados.
A ruptura completa teria efeitos semelhantes seguintes ao colapso do anão Lehman Brothers, comentaram analistas do ING ao escreverem numa pesquisa de mercado.
Alguns especialistas acham que o processo está prestes a acontecer, porque a união monetária não é sustentável devido aos diferentes níveis de desenvolvimento económico entre os seus membros.
Na minha opinião, o euro vai entrar em colapso dentro dos próximos meses e é completamente insustentável disse Max King estratega de investimentos, da Investec Asset Management.
O Banco Central Europeu deixou a taxa de juros inalterada num nível baixo recorde de 1% permanecendo assim à 14 meses.
O famoso investidor Jim Rogers previa o colapso do euro passados 15-20 anos, mas encontrou uma boa oportunidade de compra da moeda única uma vez que a maioria dos investidores nos mercados tornaram-se pessimistas sobre ele.
Se sair apenas da zona do euro a Grécia, o prejuízo económico inicial será sentido principalmente por este país, com uma queda na produção de 7,5%, de acordo com a pesquisa do ING. O resto das economias da zona do euro podem ver a sua produção diminuir até 1 por cento.
Mas se vier a ocorrer uma dissolução completa o impacto seria dramático e traumático.
No primeiro ano, as economias dos vários países da zona do euro poderiam encolher entre 5 e 9 por cento e os preços dos activos poderiam cair. As novas moedas das economias periféricas, provavelmente cairiam 50 por cento ou mais, e poderiam ver as taxas de inflação subir para dois dígitos.
Enquanto isso, a Alemanha e os países mais fortes, bem como os E.U., poderiam sofrer deflação à medida que as suas moedas deviam encarecer porque seriam vistas como seguras, de acordo com o cenário descrito pelo ING.
Amartya Sem vencedor do Prémio Nobel de Ciências Económicas em 1998 considera que foi um grande erro a integração monetária, dizendo que:
A Europa está presa e quebrar agora o erro com a ruptura do euro seria a segunda maior estupidez, o que iria gerar uma enorme quantidade de pânico e preocupação.
Em grande medida o mercado e política económica é refém de forças que são movidas pelo comportamento de manada e os decisores políticos têm de levar isso em conta ao abordarem a questão.
A união monetária pode ser salva e terá que ser salva.Mas para que isso aconteça os governos precisam encontrar o caminho certo para acalmar os mercados.
A Europa tem que pensar realmente como domesticar as forças do mercado de títulos
A crise grega foi mal gerida, e agora têm de demonstrar união monetária para a defenderem. Os políticos terão de convencer os eleitores de que é aceitável usar dinheiro público para ajudar os membros mais fracos da zona euro.
Se existe dinheiro para a integração tem que haver alguma política de apoio por parte dos diferentes governos europeus.
Estimular o crescimento económico será o principal meio para o país superar o seu problema de endividamento

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