quarta-feira, 8 de junho de 2011

OS EUA NECESSITAM DE AUSTERIDADE PARA RELANÇAR DE NOVO A ECONOMIA

Os EUA devem parar de chutar "a lata pela estrada abaixo" e implementar medidas de austeridade fiscais para que a economia se posssa recuperar totalmente da crise financeira, de acordo com Neel Kashakari da Pacific Investment Management Co. 's.
O governo deveria abandonar as medidas de estímulo e concentrar –se em ajustes económicos, a fim de permitir o crescimento a longo prazo, segundo Kashkari, director e chefe de novos investimentos da PIMCO .
"Não há dúvida de que a austeridade tem consequências a curto prazo, mas não podemos simplesmente continuar a chutar a lata pela estrada abaixo". "Nós não podemos continuar a tentar usar as medidas de estímulo de curto prazo para atrasar os ajustamentos económicos necessários. A cada dia que passa, a nossa economia precisa de se ajustar. Precisamos colocar a nossa casa fiscal em ordem e não é sem dor. "
Kashkari disse que a política fiscal deve ser alterada para incentivar a poupança e o investimento, após a acumulação generalizada de dívida durante os últimos 30 anos.
Os Funcionários da Casa Branca estão a trabalhar com republicanos na Câmara dos Representantes dos EUA para garantir um plano de redução do défice e um aumento do limite da dívida federal até 14.300.000.000.000 $.
O governo em recuperação e reinvestimento utilizou 787 biliões de dólares desde 2009,financiando a ajuda de programas federais que visavam impulsionar a economia em dificuldades.
O Departamento de Trabalho dos EUA informou na semana passada que a taxa de desemprego subiu para 9,1 por cento em Maio, a maior desde o ano passado. A economia cresceu a uma taxa anual de 1,8 por cento no primeiro trimestre, face a um ritmo de 3.1 por cento no quarto trimestre.

terça-feira, 7 de junho de 2011

VINTE ADMINISTRADORES CONCENTRAM MIL CARGOS EM PORTUGAL

O coordenador do BE, Francisco Louçã, denunciou dados dum relatório da CMVM que expõe que 'há 20 administradores das maiores empresas portuguesas que têm mil cargos de administração', numa média de 50 empregos por cada um.
Francisco Louçã referiu-se a um “relatório” de que “certamente nenhuma televisão ainda falou mas que é importantíssimo porque nos diz alguma coisa sobre o retrato do nosso país”.
“Há 20 administradores das maiores empresas portuguesas que têm mil cargos de administração em empresas diferentes. Cada um deles tem, em média, 50 empregos”, denunciou.
Segundo o coordenador do BE “um deles tem 62 empregos e os outros não lhe ficam muito longe”, acrescentando que “o ordenado mais importante que é pago a uma destas pessoas, é o que está à frente, no topo, é de dois milhões e meio de euros”.
“Os outros receberão um pouco menos. São os homens mais poderosos de Portugal”, condenou.
Louçã explicou, assim, que quando se pergunta “onde é que está a dívida, que problemas é que tem a economia, porque é que nos últimos anos cresceram os problemas, porque é que se fizeram construções desnecessárias, a resposta está aqui: “20 pessoas com mil cargos de administração, cruzando grupos diferentes, cruzando todo o mapa da economia”.
“É um pequeno grupo de turbo-administradores que voam de empresa para empresa. Chamam a isto trabalho talvez mas certamente a isto chama-se renda”, condenou.

domingo, 5 de junho de 2011

PERDEMOS A DIGNIDADE COMO NAÇÃO? A SOBERANIA DO PAÍS ESTÁ EM CAUSA?

O país acabou assim, por ter de pedir mais esta ajuda externa financeira (sistematicamente negada e adiada pelo Governo), é a terceira vez (FMI) neste “paraíso de governação pós 25 de Abril” de joelhos, vexado e com total perda de dignidade como nação de quase dez séculos de história. Que triste exemplo estamos a dar ao mundo, nós que “demos novos mundos”, e como vamos levantar a cabeça e sair desta crise? Custa-me dizer isto, mas nestes trinta e tal anos de democracia, tem prevalecido uma certa “clubite partidária” e não temos sabido escolher os mais competentes para nos governarem. Vamos assim ser dirigidos e governados pelo poder da UE (mais concretamente de Berlim), cada vez mais egocêntrica, rica e pouco solidária, porque pouco ou nada (já) representamos para eles. Culpa nossa também. Temos uma dívida de cerca de 400 biliões de euros crescente (juros de empréstimos de dívida) que temos de pagar, um País que não cresce ou cresce muito pouco inferior sempre a 1% e cuja deflação (0 para baixo) poderá vir a acontecer devido ao plano da troika (FMI, BCE,UE) com défice corrente de 9% , poderá pagar alguma vez o que deve(nunca na vida sem moeda própria e reestruturação completa da sua economia).
Vindas de fora as ordens serão mais facilmente aceites e executadas, por nós, porque além de não haver outra solução, não será nem o PSD, nem o PS, nem o CDS a imporem-nos os sacrifícios necessários para regularizarmos o “monstro da nossa dívida externa”. Muito cómodo para os líderes desses partidos, porque o ónus será da UE e não culpa deles! Esta é uma colonização moderna, depois dos Romanos, dos Mouros, dos Filipes, dos Ingleses e dos Franceses? O que espera um povo que não governa nem deixa governar? Lembram-se o que escreveu um general romano no século III a.c, numa carta que enviou para Roma, acerca deste Povo (que habitava o extremo ocidental da Ibéria – a Lusitânia de Viriato)? Exactamente isso: “ Há, na parte mais ocidental da Ibéria, um povo muito estranho que não se governa e nem se deixa governar”. Muitos séculos depois, não perdemos a génese e agora substitua-se Roma por Bruxelas, Berlim, Helsinquia, etc? Há muita gente competente neste País, mas esses não vão para a política, porque o povo não os deixaria governar (paradoxalmente, a democracia tem destas coisas estranhas) e, por isso, esta acaba por ser dominada pelos “outros” (um País que não manda na sua casa não tem soberania). Em Portugal e não só, a política não é vista com uma causa nobre (mas dá dinheiro), pelo povo, pelos media, etc e, desse modo, os “homens bons” ficam de fora, embora muitos deles não se cansem de pregar, mas os políticos surdos e autistas fazem “orelhas moucas” e apelidam-nos de “velhos do Restelo”. O resultado está à vista. Por outro lado e por causa e efeito, não sabemos escolher os melhores para nos governarem (as oportunidades não são iguais) e, assim, virão os tecnocratas e os políticos da EU, agora com a “arma euro”, em vez da espada, imporem-nos aquilo que não soubemos ou não quisemos fazer? Assim seja, se for para o bem do país (o que duvido).

quinta-feira, 2 de junho de 2011

GERAÇÃO À RASCA FOI A "MINHA"

Foi uma geração que viveu num país vazio de gente por causa da emigração e da guerra colonial, onde era proibido ser diferente ou pensar que todos deveriam ter acesso à saúde, ao ensino e à segurança social.
Uma geração de opiniões censuradas a lápis azul. De mulheres com poucos direitos, mas de homens cheios deles. De grávidas sem assistência e de crianças analfabetas. A mortalidade infantil era de 44,9%. Hoje é de 3,6%.
Que viveu numa terra em que o casamento era para toda a vida, o divórcio proibido, as uniões de facto eram pecado e filhos sem casar uma desonra.
Hoje o conceito de família mudou. Há casados, recasados, em união de facto, casais homossexuais, monoparentais, sem filhos por opção, mães solteiras porque sim, pais biológicos, etc. A minha mulher era, perante a lei, inferior. A sociedade subjugava-a ao marido, o chefe de família, que tinha o direito de não autorizar a sua saída do país e que podia, sem permissão ler-lhe a correspondência. Os televisores daquele tempo eram a preto e branco, uns autênticos caixotes, em que se colocava um filtro colorido, no sentido de obter melhores imagens, mas apenas se conseguia transformar os locutores em “Zombies” desfocados. Hoje, existem plasmas, LCD ou TV com LEDs, que custam uma pipa de massa. Na rádio ouviam-se apenas três estações, a oficial emissora nacional, a católica rádio renascença e o inovador rádio clube português. Não tínhamos os gato fedorento, só ouvíamos os parodiantes de Lisboa, os humoristas da época. As docas eram para os estivadores, eo Cais do Sodré para marinheiros. Hoje são o JET 7, que consome diariamente grandes quantidades de bebida, e não só… O Bairro Alto, era para a malta ir às meninas, e para os boémios. Éramos a geração das tascas, do vinho tinto, das casas do fado e das boites de fama duvidosa. Discotecas eram lojas que vendiam discos, como a Valentim de Carvalho, a Vadeca ou a Sasseti. As redes sociais chamavam-se Aerogramas, cartas que na nossa juventude enviávamos lá da guerra aos pais, noivas, namoradas, madrinhas de guerra, ou amigos que estavam por cá. Agora vivem na Internet, da socialização do Facebook, de SMS e e-mails cheios de “K” e vazios de conteúdo.
As viagens de low-cost na nossa geração eram feitas em fiat 600, ou então nas viagens para as antigas colónias para combater o “inimigo”. Quem não se lembra dos célebres Niassa, do Timor, do Quanza, do India entre outors tenebrosos navios em que, quando embarcávamos, só tínhamos uma certeza… a viagem de ida. Quer a viagem fosse para Angola, Moçambique ou Guiné, esses eram os nossos cruzeiros.
Ginásios? Só nas colectividades. Os SPAS chamavam-se termas e só serviam doentes. Coca-cola e Pepsi, eram proibidas, o “Botas”, como era conhecido o Salazar, não nos deixava beber esses líquidos. Bebíamos, laranjada, gasosa e pirolito. Recordo que na minha geração o País, tal como as fotografias, eram a preto e branco. A minha geração sim, viveu à rasca. Quantas vezes o meu almoço era uma peça de fruta (quando havia), e a sopa que davam na escola. E, ao jantar, uma lata de conserva com umas batatas cozidas, dava para 5 pessoas. Na escola, quando terminei o 7º ano do liceu, recebi um beijo dos meus pais, o que me agradou imenso, pois não tinham mais nada para me dar. Hoje vão comemorar os fins dos cursos, para fora do País, em grupos organizados, para comemorar, tudo pago pelos paizinhos…
Têm brutos carros, Ipad’s, Iphones, PC’s,…E tudo em quantidade. Pago pela geração que hoje tem a culpa de tudo!!! Tiram cursos só para ter diploma. Só querem trabalhar começando por cima. Afinal qual é a “geração à rasca?”