quinta-feira, 29 de novembro de 2012

A FOME JÁ EXISTE NAS ESCOLAS PORTUGUESAS


Não há que duvidar, o objectivo central do governo PSD/CDS é o desmantelamento do Estado Social consagrado na Constituição da República. Destruir a maior parte da oferta interna, mediante a limitação drástica da procura, provocar desemprego, cortar salários e pensões, reduzir funções sociais do estado e aumentar os impostos são consequências minuciosamente calculadas para produzir os efeitos nefastos pretendidos. Noticias sobre os efeitos terríficos não param de chegar, vejamos. De acordo com a revelação do secretário de Estado do ensino e Administração Escolar, em Portugal existem 10800 alunos com carências alimentares graves e destes mais de metade (5547) estão abrangidos pelo Programa da reforma Escolar. Números da Comissão parlamentar de Orçamento, Finanças e Administração Pública. A informação foi passada ao Banco Alimentar Contra a Fome para que as famílias possam receber comida, já que as carências alimentares atingiram os núcleos familiares. Diz-se que um levantamento do número mais preciso pode aumentar os necessitados, dada a delicadeza e a dificuldade que a detecção destes casos envolvem. O programa de pequenos-almoços na escola avançou em Maio como projeto piloto em 120 escolas e alargado no início do ano lectivo à generalidade das escolas. Como se sabe o salário médio em Portugal está em queda permanente. Existem vários valores do ordenado médio nacional 777 euros813 euros mas como sempre não se chegam a valores precisos. Dados do Banco de Portugal indicam que o salário médio sofreu uma redução de 4,5% nos primeiros nove meses deste ano. Entre Janeiro e Setembro o salário médio mensal (incluindo subsidio de fériasdistribuído pelos 9 meses) ficou reduzido a 1014 euros. Em 2010, o saláriomédio desceu 3,6% em relação ao ano anterior, em que a quebra foi de 0,4%.Segundo o BDP os actuais salários estão ao nível de 1997, e o último ano comsubida de salário foi em 2009. A Comissão Europeia confirmou uma quebra dasremunerações reais nos últimos três anos, prevendo que este ano atinja os 5,1%. Também o bastonário da Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas, Domingos Azevedo, acusa os órgãos do estado de falta de “transparência e organização das contas públicas. A Ordem, que recomenda uma alteração ao actual modelo, afirma que o Governo não fez nenhum estudo sobre “a sua estrutura de custos, onde pode cortar e quais os seus efeitos sociais”. Como é possível avançar para corte sem estudos? Por outro lado reitores das 16 universidades públicas portuguesas leram uma declaração conjunta, intitulada “Portugal e as Universidades”, onde repudiam o corte de 9,4% nas dotações do Orçamento do Estado. A redução traduz-se em menos 56 milhões de euros em 2013, agravando a redução em 144 milhões de euros registada entre 2005 e 2012. Salientam que o corte “terá efeitos imprevisíveis em todo o sistema universitário, inviabilizando o desenvolvimento de atividades essenciais para o seu funcionamento. Para provar a demagogia do mapa cor de rosa que o Governo faz da sua governação, ai temos o banco de Portugal sem contemplações a prever para o próximo ano a destruição de mais de 82 mil postos de trabalho a somar aos 180 mil estimados para 2012, sem que hajam prespectivas de melhorias próximas. Também o INE divulgou que o desemprego subiu no terceiro trimestre para 15,8%, quase um milhão e 400 mil desempregados e ainda não chegámos ao fim do ano. Finalmente, é o próprio FMI (como se não soubesse veja-se o que aconteceu na Argentina e Equador) a admitir que as políticas de austeridade aplicadas a vários governos podem tornar-se insustentáveis face á crescente contestação social sentida nos países do sul da Europa. Como é que as políticas do Governo podem surtir efeito se os problemas aumentam dia após dia? Com é que se pode resolver o que quer que seja, se todas as entidades acima mencionadas não acreditam que resultem? Depois lá para os lados de Belém sopram ventos cúmplices e mortais…Um fiasco!

Artigo de Carlos Vale do Jornal Povo da Beira

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