O docente Paulo Morais
criticou, em Coimbra, o facto de muita legislação ser produzida nos grandes
escritórios de advogados que “depois passam a vida a dar pareceres”.
E exemplificou: desde que o
Código de Contratação Pública entrou em vigor, o escritório de Sérvulo Correia
“faturou 7,5 milhões de euros para explicar a lei”. Professor da Universidade
Lusófona do Porto Morais usava da palavra durante um simpósio sobre “O crime
económico em Portugal”, realizado pelo Centro de estudos Sociais da
Universidade de Coimbra e pela Associação Sindical de Funcionários de
Investigação Criminal por ocasião do lançamento do terceiro número da revista
Investigação Criminal (publicação da ASFIC). Segundo o ex-autarca, as parcerias
público privadas não são renegociadas, devido a, “em muitos casos, os parceiros
do estado serem famílias com poderio económico”.
“A corrupção é uma maleita e
Portugal um doente que pode ser morto por ela”, advertiu, frisando que uma
constipação pode fazer sucumbir um paciente. Paulo Morais disse, ainda, que 70%
da dívida privada contraída pelos portugueses ficou a dever-se a especulação imobiliária,
ocorrida devido a más práticas urbanísticas das câmaras municipais. Já tinha sido
dito em edições anteriores o seguinte: Contratos das PPP permitem “descalabro
completo” Avelino Jesus professor do Instituto Superior de Economia e Gestão
(ISEG). O professor universitário Avelino jesus afirmou que a forma como os
contratos das Parcerias Público Privadas (PPP) são feitos permite “um
descalabro completo”, salientando que a existência de cláusulas de reequilíbrio
financeiro “permite um empolamento quase indefinido” porque não existem
limites. A construção da Ponte Vasco da Gama a primeira parceria público
privada, foi um negócio ruinoso para o estado Português.
Por: Paulo Morais, Professor
Universitário
A participação privada da
nova travessia do Tejo nasceu de um embuste, a tese de que o Estado não teria
dinheiro para construir a infra-estrutura e recorria ao apoio dos privados, a
quem mais tarde pagaria determinadas rendas. Nada mais errado! Até porque os
privados entraram com apenas um quarto dos 897 milhões de euros que orçava o
investimento. O restante foi garantido pelo Estado Português, através do Fundo
de Coesão da União Europeia (36%), da cedência da receita das portagens da
Ponte 25 de Abril (6%), e por um empréstimo do Banco Europeu de Investimentos
(33%). O verdadeiro investidor foi o Estado Português (nós todos), que assim
garantiu a privados uma renda milionária ao longo de anos.
Para sairmos do buraco em que nos meteram precisávamos de multiplicar os "Paulos Morais", muitos serão poucos para desmontarem o "monstro" que nos devora mas talvez esses muitos consigam mobilizar os portugueses para o combate pela sobrevivẽncia de Portugal, combate que passa por expulsar da Administração todos os corruptos e seus familiares e amigos. Quanto a mim o dinheiro dos nossos impostos tem de ter fins claros, transparentes e não podem os governos usar a seu belo prazer e nos seus interesses o dinheiro que é dos portugueses.
ResponderEliminar