terça-feira, 25 de setembro de 2012

A MARCHA TRIUNFAL PARA O DESASTRE

Dados do Eurostat, dizem que a economia portuguesa registou a maior queda dos países da zona euro, com o PIB a diminuir 1,2% no segundo trimestre em relação ao primeiro. Em comparação com o mesmo período do ano passado o PIB português caiu 3,3%, descida só ultrapassada pela Grécia (-6,2%) mas superior á de Itália (-2,4%). Em média em relação ao primeiro trimestre, o PIB caiu 0,2% na zona euro. O desemprego não para de aumentar, prevendo-se o seu agravamento. Dados que confirmam a realidade do dia-a-dia dos trabalhadores, e que desmontam a operação de propaganda que o Governo tenta passar. Um ano depois de tantos e tantos sacrifícios, a situação económica e social está ainda mais degradada, sem que se veja uma saída. Falava-se do controlo do défice das contas públicas, mas tudo se agravou. A falência das medidas é indesmentível. A explosão incontrolável do desemprego é das provas mais óbvias do fracasso. A realidade ai está a confirmar o estampanço: diz o INE que o desemprego efetivo ultrapassou um milhão e trezentos mil trabalhadores, com os jovens como principais vitimas, a verem o futuro hipotecado, sem que se vislumbre uma saída. O Governo ao apostar na destruição da parte significativa da procura interna mandou para a falência milhares de empresas e lançou milhares de trabalhadores no desemprego. Mais, findo o período de Verão em que a ocupação temporária empregou milhares de pessoas nas indústrias turística, hoteleira e da restauração, é perfeitamente previsível o despedimento de milhares de trabalhadores, o que agravará a já difícil situação dos seus agregados familiares, aumentando ainda mais, os assustadores números do desemprego. Outra aposta, é o empobrecimento através da exploração desenfreada dos trabalhadores. A evidência do fracasso da acção governativa é total. A desilusão dos cidadãos perante o falhanço, a incompetência e a insensibilidade deste governo, é perfeitamente justa, já que dão conta da inutilidade dos seus enormes sacrifícios. Mais a mais, quando se chega á conclusão que o governo exorbitou no exercício das suas funções, violando as leis da República, nomeadamente a sua Constituição. Ora, em vez de se assumir o fracasso das políticas, impera a ânsia, a insensibilidade, quiçá o ajuste de contas. Mas, que não haja quaisquer dúvidas, o objetivo fulcral é a exploração dos trabalhadores para servir os senhores do capital. Foram e são, assim ensinados. Na marcha triunfal para o desastre, o governo precisava de um novo plano. Coisa que se sabia estar em estudo. Era só uma questão de tempo. A vinda da TROIKA veio mesmo a calhar. Tudo feito ao pormenor. Com pinças e cumplicidades…
Mas, o anúncio de novas e brutais medidas deixou o País em estado de choque. Não é caso para menos. Em causa está, a perpetuação do roubo dos dois salários para a Função Pública e para os reformados, e de um salário para o sector privado. O aumento em sete pontos percentuais na contribuição dos trabalhadores para a segurança Social. Mas, os patrões baixaram a TSU. Um caudal de sacrifícios inqualificável. Dai serem muitas as razões para manifestar a indignação e a revolta.

Artigo de Carlos Vale publicado no jornal Povo Da Beira

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