Tenho plena consciência de
uma coisa, percebo pouco de política e governação, não deixo porém de ter uma
opinião sobre o assunto, seja ela mais ou menos acertada. Vou tentar expô-la de
uma forma sucinta e tão branda quanto possível.
na minha modesta opinião, a
política é um meio muito sujo onde se movimentam um conjunto de oportunistas,
corruptos e ladrões bem falantes, salvo raríssimas excepções, cujo interesse
não é o nobre serviço ao País, mas o amealhar tanto quanto a cobertura política
lhes permita. Surge este desabafo na sequência nos últimos comentários e debates
sobre o estado da Nação, como se ainda fosse preciso debater mais alguma coisa,
sobre a mesma. Não sei o que por lá foi dito, porque não me quis dar ao
trabalho de desperdiçar precioso tempo a ouvir a mesma música de sempre.
Propus-me no entanto a um desafio, escrever abreviadamente o que me parece ter
sido dito, tendo em conta a opinião que tenho de cada uma das bancadas. Os
representantes do PSD/CDS, devem ter dito que isto está mau, que se estão a
esforçar por nos lixar o menos possível (mas sempre a lixarem-nos), mas que se
não apertar-mos ainda mais o cinto que já está sem furos (coisa que estão a
tentar evitar graças a um esforço sobre-humano) o futuro será negro, ainda mais
do que já está. Mas há esperança como sempre!
Esquecem-se de dizer que não
cortaram os tachos a grande parte da muralha que por lá anda, e os que por cá
andaram durante os últimos trinta anos. temos cortado em tudo o que é possível,
não nos peçam que comecemos a cortar nos institutos inúteis, nos observatórios,
nas fundações, nas pensões de reforma dos dirigentes e ex-dirigentes políticos
e nos salários dos CEOS e administradores das empresas com negócios
monopolistas com alguma réstia de capital público que entretanto estão a tentar
acabar de vez.Com o seu maravilhoso esforço desgovernaram o País colocando-o a
pedir pela terceira vez na sua história esmola mas num contexto de economia
global muitíssimo mais grave para não dizer alarmante, sem se esquecerem
primeiro de governarem até à quarta geração (gatunos). Sem esquecer os amigos
dos Srs Mário Soares e Cavaco Silva etc…Quem teve a arte para ser corrupto
enquanto membro do governo, presidente de tudo o que come dos orçamentos uns
atrás dos outros, merece reforma vitalícia, mesmo que tenham apenas 40 anos de
idade, e por muito que tenham roubado ( o comum dos mortais do País nem sabe se
vai ter reforma).
O estado da Nação é obra dos
portugueses que se governaram em vez de governarem o País, e não dos que estão
a pagar os seus desgovernos e roubos com suor e lágrimas. Não dizem que
provavelmente o pior ainda está para vir e que a fatura será paga pelos mesmos
(se não colocarmos um travão nisto).
Os do PS acham que o governo
é o culpado de tudo e mais alguma coisa, que estamos na fossa pelas medidas de
austeridade impostas pelo PSD/CDS e que assim é a desgraça do País. Não devem
ter dito que governaram antes dos que lá estão neste momento que nos
endividaram até ao tutano e que por isso deviam estar era caladinhos já que
foram eles que pediram ajuda à TROIKA (FMI, BCE, FEEF) e que participaram em
todas as negociações, e que apenas se limitaram a fazer o que o Sr Cavaco fez
com a Ponte Vasco da Gama. Foram os primeiros a darem as primeiras pazadas para
o enterro da nossa sepultura.
O PCP e BE cos os seus
discursos mais radicais e inflamados, devem ter acusado tudo e todos, proposto
a quebra de compromissos com quem nos emprestou dinheiro para pagarmos os erros
que fizemos, ao juro que quiserem porque quem manda no seu dinheiro é quem
empresta. Provavelmente terão requerido todos os benefícios e mais alguns a
custo zero, a nacionalização da banca e queda do governo. Não alertaram foi
para as consequências das suas propostas irresponsáveis. Como dizia o início do
discurso de Salgueiro Maia na madrugada de 25 de Abril de 1974:”Meus senhores,
como todos sabem, há diversas modalidades de estado. Os estados sociais, os
corporativos e o estado a que chegámos”.
Ao longo da nossa História
já chegámos a muitos estados, este é um deles e quiçá o mais grave que alguma
vez vamos atravessar.
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