A visita da Sra. Ângela
Merkel a Lisboa (invasão) afinal passou despercebida; não se deu pela sua
presença, qual a importância em relação ao que tanto se falava e esperava. Das
poucas horas, ou melhor das muitas horas que esteve em solo Português (salvo
seja porque neste momento somos governados pela TROIKA não existindo soberania
nacional), não teve coragem nem vergonha de enfrentar os Portugueses olhos nos
olhos. Foi uma chegada envolta em artimanhas e rodeada de precauções de
segurança, como se Portugal estivesse em estado de guerra, ou se o Povo
Português fosse um Povo desordeiro, arruaceiro ou malfeitor. Como é evidente a
sua permanência como chanceler não era nem será do agrado do povo Português,
com exepção, como é evidente, do Governo Português, submisso à vassalagem que
tem de lhe prestar. Poderá porventura perguntar-se: Para quê tanto secretismo e
tanta cautela! Mas qual foi o interesse que a visita da Sra Merkel trouxe a
Portugal? Vem-nos comunicar a imposição de mais sacrifícios? Não merece a pena
cansar-se na viagem a não ser para desculpar o actual governo nas medidas que
está a implementar e que são muito duras para o Povo Português. Basta tão-somente
dar instruções aos seus feitores cá da “quinta”. Estamos fartos cada vez mais
do mesmo. Não obstante da sua visita não ter contribuído para quaisquer
resultados positivos para Portugal, deixou-nos como pano de fundo, bem escuro,
a inevitável situação e cita-se: “a Alemanha ganha 1,9 milhões de euros por dia
com Portugal e ainda como Portugal está a cumprir o programa de forma excelente
foi um grande feito”. Certamente que sim Sra Merkel enquanto estiver a encher
os cofres da Alemanha. Os Portugueses têm a sua sina e o seu caminho marcado. Porém
não se pode nem se deve deixar de responsabilizar este governo e outros governos
anteriores pela má e danosa governação que praticaram, não só pelo
autoritarismo exacerbado, mas acima de tudo pelo desprezo social, falta de
sensibilidade, e mesmo falta de honestidade pela forma como penalizou a maioria
do Povo Português, com a imposição das suas formas de austeridade. Não haverá
melhor teste de avaliação, para ter a noção do que é o sofrimento da
austeridade, se todos aqueles com altos vencimentos não experimentarem governar
as suas casas com cerca de 1500 euros mês no melhor cenário, e terem de
contribuir com as mesmas exigências. Só por essa forma poderão avaliar as
dificuldades e a miséria porque milhares e milhares de Portugueses estão a
passar e vão passar nos próximos anos (não será como nos tentam transmitir com
melhorias a partir de 2014). Não basta que os Governantes digam que estão
preocupados com os problemas dos Portugueses. É preciso muito mais do que isso
provando-o na realidade.
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