terça-feira, 27 de novembro de 2012

MISÉRIAS ENGRAVATADAS


A visita da Sra. Ângela Merkel a Lisboa (invasão) afinal passou despercebida; não se deu pela sua presença, qual a importância em relação ao que tanto se falava e esperava. Das poucas horas, ou melhor das muitas horas que esteve em solo Português (salvo seja porque neste momento somos governados pela TROIKA não existindo soberania nacional), não teve coragem nem vergonha de enfrentar os Portugueses olhos nos olhos. Foi uma chegada envolta em artimanhas e rodeada de precauções de segurança, como se Portugal estivesse em estado de guerra, ou se o Povo Português fosse um Povo desordeiro, arruaceiro ou malfeitor. Como é evidente a sua permanência como chanceler não era nem será do agrado do povo Português, com exepção, como é evidente, do Governo Português, submisso à vassalagem que tem de lhe prestar. Poderá porventura perguntar-se: Para quê tanto secretismo e tanta cautela! Mas qual foi o interesse que a visita da Sra Merkel trouxe a Portugal? Vem-nos comunicar a imposição de mais sacrifícios? Não merece a pena cansar-se na viagem a não ser para desculpar o actual governo nas medidas que está a implementar e que são muito duras para o Povo Português. Basta tão-somente dar instruções aos seus feitores cá da “quinta”. Estamos fartos cada vez mais do mesmo. Não obstante da sua visita não ter contribuído para quaisquer resultados positivos para Portugal, deixou-nos como pano de fundo, bem escuro, a inevitável situação e cita-se: “a Alemanha ganha 1,9 milhões de euros por dia com Portugal e ainda como Portugal está a cumprir o programa de forma excelente foi um grande feito”. Certamente que sim Sra Merkel enquanto estiver a encher os cofres da Alemanha. Os Portugueses têm a sua sina e o seu caminho marcado. Porém não se pode nem se deve deixar de responsabilizar este governo e outros governos anteriores pela má e danosa governação que praticaram, não só pelo autoritarismo exacerbado, mas acima de tudo pelo desprezo social, falta de sensibilidade, e mesmo falta de honestidade pela forma como penalizou a maioria do Povo Português, com a imposição das suas formas de austeridade. Não haverá melhor teste de avaliação, para ter a noção do que é o sofrimento da austeridade, se todos aqueles com altos vencimentos não experimentarem governar as suas casas com cerca de 1500 euros mês no melhor cenário, e terem de contribuir com as mesmas exigências. Só por essa forma poderão avaliar as dificuldades e a miséria porque milhares e milhares de Portugueses estão a passar e vão passar nos próximos anos (não será como nos tentam transmitir com melhorias a partir de 2014). Não basta que os Governantes digam que estão preocupados com os problemas dos Portugueses. É preciso muito mais do que isso provando-o na realidade.

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