Se essa for a única medida tomada para tentar atacar o problema criado pelos bancos comerciais (que causou a crise de 2008), então não será suficiente e mais cedo ou mais tarde vamos ver o ciclo repetir-se. Os Estados do mundo têm de perceber que a prerrogativa da criação e controlo do dinheiro deve ser de cada governo responsável pela sua moeda. Hoje, esse privilégio está nas mãos da actividade de cada banco comercial: quanto mais emprestam mais dinheiro novo é criado (graças ao fractional reserve system). Os bancos têm regulação própria, mas isso não os impediu de emprestarem demasiado. Eles têm mesmo tendência a emprestar demasiado, porque é assim que geram os seus lucros, quanto mais emprestarem mais juros recebem.
Obviamente que se deixamos o poder de criação de dinheiro nas mãos dos bancos, quando um governo precisa de se auto financiar, pede empréstimo (a venda de títulos de dívida não passa de um empréstimo), que terá de pagar de volta, mais os juros. Há aqui duas coisas fundamentalmente mal neste processo. Quando o Estado pede empréstimo, o banco cria dinheiro do nada (através da fractional reserve) e empresta ao Estado, indo depois lucrar com os juros. Não podia perfeitamente ser o próprio Estado a criar este dinheiro? Além de não ser necessário pagar os juros que os bancos cobram por criarem dinheiro do nada, a inflação (que resulta do processo de criação de dinheiro) é da responsabilidade directa do Estado, que ao contrário dos bancos comerciais, que são várias entidades, seria responsável por manter a inflação em cheque, contrabalançando o poder de criar dinheiro.
Os Estados nas mão destas entidades privadas, que são os bancos comerciais, deixam de ser soberanos. Ontem ouvi na rádio que as pessoas já sabem que vamos ter que "cumprir" o acordo com o FMI/BCE, e que qualquer que seja o governo eleito o caminho já está traçado. Não sei que democracia é esta em que o caminho está traçado e não temos escolha antes das eleições. Qual é o objectivo das eleições então? Não importa que partido venha a vencer as eleições, o FMI é soberano em Portugal.
Se essa for a única medida tomada para tentar atacar o problema criado pelos bancos comerciais (que causou a crise de 2008), então não será suficiente e mais cedo ou mais tarde vamos ver o ciclo repetir-se. Os Estados do mundo têm de perceber que a prerrogativa da criação e controlo do dinheiro deve ser de cada governo responsável pela sua moeda. Hoje, esse privilégio está nas mãos da actividade de cada banco comercial: quanto mais emprestam mais dinheiro novo é criado (graças ao fractional reserve system). Os bancos têm regulação própria, mas isso não os impediu de emprestarem demasiado. Eles têm mesmo tendência a emprestar demasiado, porque é assim que geram os seus lucros, quanto mais emprestarem mais juros recebem.
ResponderEliminarObviamente que se deixamos o poder de criação de dinheiro nas mãos dos bancos, quando um governo precisa de se auto financiar, pede empréstimo (a venda de títulos de dívida não passa de um empréstimo), que terá de pagar de volta, mais os juros. Há aqui duas coisas fundamentalmente mal neste processo. Quando o Estado pede empréstimo, o banco cria dinheiro do nada (através da fractional reserve) e empresta ao Estado, indo depois lucrar com os juros. Não podia perfeitamente ser o próprio Estado a criar este dinheiro? Além de não ser necessário pagar os juros que os bancos cobram por criarem dinheiro do nada, a inflação (que resulta do processo de criação de dinheiro) é da responsabilidade directa do Estado, que ao contrário dos bancos comerciais, que são várias entidades, seria responsável por manter a inflação em cheque, contrabalançando o poder de criar dinheiro.
Os Estados nas mão destas entidades privadas, que são os bancos comerciais, deixam de ser soberanos. Ontem ouvi na rádio que as pessoas já sabem que vamos ter que "cumprir" o acordo com o FMI/BCE, e que qualquer que seja o governo eleito o caminho já está traçado. Não sei que democracia é esta em que o caminho está traçado e não temos escolha antes das eleições. Qual é o objectivo das eleições então? Não importa que partido venha a vencer as eleições, o FMI é soberano em Portugal.