Foram deveras
impressionantes as imagens aéreas da manifestação ocorrida em Lisboa em 15 de
Setembro. o apregoado aumento das medidas de austeridade deu mais força a esta
manifestação, com as pessoas que sentem no corpo as consequências de tantos
cortes a resolverem ir para a rua, manifestando-se mas não provocando
incidentes de monta.
É claro sobre o discurso de
Passos Coelho já existem demasiados comentários de pessoas que se sentem
abalizadas para criticarem as suas palavras. Mas era um facto que aquele buraco
de dois mil milhões de euros na despesa pública tinha de ser tapado. Mas ao
contrário do que se poderia supor-redução na despesa-aconteceu exatamente o
contrário- lançou um novo aumento de impostos via IRS já que não o “conseguiu”
via Segurança Social através da TSU (taxa social única).Em vez de se cortar
despesas nas 14000 entidades que dependem do Orçamento do Estado, ou do
encerramento de institutos, fundações, departamentos e na reformulação justa
das PPP’s, (parcerias público privadas) depois da tentativa na TSU mexe no IRS
coisa que também não vai agradar a ninguém. Depois das vozes discordantes mesmo
dentro do seu partido é o custe o que custar, exigindo obediência e mostrando
pouco interesse em estudar medidas alternativas. O considerarem-se dentro da
razão permite-lhes que apenas julguem as suas ideias como credíveis. Num estudo
recentemente divulgado soube-se que o peso da economia paralela em Portugal
aumentou de 24,8% para 25,4% por cento do PIB entre 2010 e 2011, com 43,4 mil
milhões de euros a fugirem ao controlo do fisco. Ora a subida reflete uma
“quebra da relação de confiança entre a população e o Estado”. A falta de
implementação de medidas que criminalizam o enriquecimento ilícito, o uso de
informação privilegiada e o branqueamento de capitais, assim como o não aumento
de fiscalização de empresas fantasmas estão na base da economia paralela. E
sintomaticamente a não passagem de faturas por restaurantes e cafés é menos
grave do que a passagem de faturas a mais, por empresas fantasmas, para poderem
receber o IVA (imposto de valor acrescentado) que não pagaram. A situação é de
extrema gravidade, mas precisam-se de novas soluções para velhos desafios.
Sem comentários:
Enviar um comentário