Estava-se em plena rua, a obra do homem trabalhador estava ali, à frente dos olhos, com edifícios para habitação, comércio e milhentas actividades públicas e privadas, escolas, infantários, hospitais, jardins, pavilhões desportivos, espaços de bem-estar e lazer, além do que nas entranhas da terra penosamente se escavou para os cidadãos terem acesso a equipamentos fundamentais para a qualidade de vida, assim como o asfalto ou a calçada que calcorreamos, mais as viaturas e múltiplos equipamentos, fruto do avanço tecnológico e cientifico, e graças ao esforço arte e engenho dos trabalhadores, quase sempre mal renumerados. Não há dúvida, o maior cego é aquele que não quer ver…
Entretanto, um dia após Vítor Gaspar dar a sua versão da reunião com a TROIKA e da meta do desemprego para 2012 ser de 14,5%, os dados referentes a Janeiro atingem já 14,8%, com o perturbante número do desemprego jovem a atingir 35,4%. Afinal, como é?
Dados do Instituto Ricardo Jorge confiram o aumento de mortalidade. Em seis dias de fevereiro registam-se mais de 3000 óbitos e em duas semanas 6100 – a maioria das pessoas com mais de 65 anos – provavelmente associados “ ao período de frio e à circulação de agentes infecciosos respiratórios que ocorreu em simultâneo”. Embora se esperem explicações mais exactas, avança-se que carências diversas possam estar na origem do fenómeno. Tais como, parte da população não ter capacidade para aquecer as casas, para comprar medicamentos, para pagar taxas de saúde, ou mesmo para comprar alimentos. Afinal, fruto da acção de um Governo, que não hesita em lançar uma grande parte da população na miséria. Para o Governo, as pessoas são para usar e deitar fora.
Artigo de Carlos Vale publicado no Jornal Povo da Beira
Sem comentários:
Enviar um comentário