sexta-feira, 28 de outubro de 2011

A REALIDADE DESTE PAÍS! - SALÁRIO MÍNIMO SUBIU 2,44 EUROS POR ANO DESDE 1974 E PENSÕES DE VELHICE APENAS 38 EUROS NOS ÚLTIMOS 26 ANOS

Segundo a Pordata comparando a evolução do salário mínimo e das pensões mínimas de invalidez e velhice desde 1974 até 2010, e descontando o efeito da inflação, constata-se que hoje em dia os benefícios desses apoios sociais auferem apenas mais 88 euros e 38 euros respectivamente.
Nesse mesmo ano de (2010), correspondia a 15% da população portuguesa o número de pensionistas de invalidez e velhice da Segurança Social com pensões inferiores ao salário mínimo, o que significa que perto de um milhão e meio de pessoas estavam nessa situação. Além disso, existia mais e meio milhão de pessoas a receber o Rendimento Social de Inserção, das quais quase metade 47% com menos de 25 anos.
A Pordata revela ainda que em 2009 (últimos dados disponíveis) Portugal era o quarto país da União Europeia (EU) com maiores desigualdades de rendimento entre os mais ricos e os mais pobres, sendo que o rendimento dos mais ricos era 6 vezes superior ao dos mais pobres (a média europeia era de 5).
Dados relativos ao mesmo ano, demonstram que mesmo após as transferências sócias, quase uma em cada cinco pessoas (17,9%) era pobre; 37% dos agregados só constituídos por um adulto com uma ou mais crianças; e 33% dos agregados só com idosos, também viviam em situação de pobreza. Em apenas quatro anos (de 2005 a 2009), Portugal passou do 17º para o 9º país com a taxa de risco de pobreza mais alta da EU, isto apesar de essa taxa ter diminuído após transferências sociais. Sem as transferências sociais, a taxa de risco de pobreza em Portugal seria cerca do dobro do que é actualmente, revela ainda a Pordata, esclarecendo que em Portugal é pobre quem vive com um rendimento mensal (por adulto) próximo dos 400 euros.
A propósito também do Dia Internacional da Erradicação da Pobreza, a Oikos – Cooperação e Desenvolvimento, recorda que em 2010 aumentaram os desastres naturais, mais de um bilião de pessoas (uma em cada sete) passavam fome e 200 milhões sobreviviam sem emprego.
Estes dados constam de um relatório “The World We Want” que a organização acabou de lançar em simultâneo em mais de 20 países. O relatório, que contou com contribuições oriundas de centenas de organizações de 35 países do mundo, recorda que muitas pessoas que vivem em pobreza são de países de rendimentos baixos, mas também, e cada vez mais, de países de rendimentos médios, “ o que altera a forma como se concebe a ajuda ao desenvolvimento. O espaço democrático está a ser restringido com a entrada em vigor de leis que progressivamente ameaçam os direitos civis e políticos”, mas “as insurreições democráticas em todo o mundo, estão a abrir caminho para a auto-determinação dos povos”, afirma a Oikos num comunicado, acrescentando que “as pessoas estão fartas da pobreza e de alimentar os ditadores”. Por isso, recorda que hoje em dia os povos conjugam formas tradicionais de se organizarem, com outras novas tecnologias como o Facebook e o Twitter.

Sem comentários:

Enviar um comentário